Levantamento dos dados apurados servirá como indicador para políticas públicas, além de auxiliar na elaboração de estratégias da cadeia produtiva da área
Uma das filmografias mais premiadas do Brasil ainda é uma incógnita em termos de números e perfil de mercado. Apesar de fazer sucesso no país e no exterior, as estatísticas sobre o audiovisual ainda não são tão consolidadas, impossibilitando um retrato mais fundamentado dessa cadeia, como a sua capacidade de gerar renda e atrair investimentos.
É nessa perspectiva que a Ong Contato, com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), encabeça um levantamento inédito por meio do Diagnóstico Socioeconômico do Audiovisual em Minas Gerais, em parceria do Grupo de Pesquisa em Economia da Cultura da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com patrocínio do Sebrae.
O levantamento será realizado até domingo (15/5), por meio de formulários específicos para pessoas físicas, como trabalhadores e prestadores de serviços, e pessoas jurídicas, como empresas de produção, distribuição, locação de equipamentos entre outros. Acesse a pesquisa destinada à pessoa física AQUI. Acesse a pesquisa destinada a pessoa jurídica AQUI. Ambos os formulários também estão disponíveis no site da Minas Film Commission.
O resultado será divulgado em 28 de julho e servirá de base para a implementação de políticas de fomento e na atração de investimento num dos setores que mais crescem no mundo. Os organizadores destacam que a elaboração de um diagnóstico do setor será fundamental para a compreensão do perfil do campo de trabalho, das relações dentro e fora do segmento e dos instrumentos de financiamento.
O levantamento irá traduzir em números o crescimento da produção audiovisual em Minas Gerais nos últimos 20 anos. Realizadores como André Novais Oliveira, Affonso Uchoa, Clarissa Campolina, Gabriel Martins, Maurílio Martins, Helvécio Marins Jr, Juliana Antunes, Marco Antônio Pereira e Marília Rocha estão na vitrine do cinema brasileiro, ganhando prêmios no Brasil e no exterior.
“Embora tenhamos uma produção efervescente e bastante premiada, faltam ainda muitos dados para compreendermos como ela pode ser melhor estimulada em seus diversos campos de atuação. Esse é o grande objetivo do diagnóstico”, afirma Helder Quiroga, coordenador da ONG Contato, entidade sem fins lucrativos criada em 2001.
Para Quiroga, Minas Gerais é o nascedouro do cinema nacional e precisa se preparar para os desafios que este segmento terá de enfrentar nos próximos anos, seja a nível tecnológico, seja em termos de novas dinâmicas de mercado. “Acreditamos que temos condições de protagonizar uma nova fase de valorização do audiovisual brasileiro”, assinala o coordenador.