marcaminas

 

Filarmônica de Minas Gerais recebe pianista norte-americano Conrad Tao

 

Nos dias 7 e 8 de julho, a Filarmônica de Minas Gerais, sob regência do maestro Fabio Mechetti, recebe o pianista norte-americano Conrad Tao. Os concertos, a serem realizados às 20h30, na Sala Minas Gerais, apresentam, no repertório, O Canto de Amor e Paz, de Santoro; Sinfonia nº 4 para piano e orquestra, op. 60, “Concertante”, de Szymanowski; e Sinfonia nº 4 em mi menor, op. 98, de Brahms. Conrad Tao se apresentou com a Filarmônica de Minas Gerais em 2012 e 2013, em Belo Horizonte, e durante a turnê da Orquestra na Sala São Paulo. Ingressos a partir de R$ 34 (inteira).

Crédito: Brantley Gutierrez

Conrad Tao

Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. O palestrante das duas noites será João Gabriel Marques Fonseca, que é médico e músico. Nas palestras, João Gabriel abordará o legado de Brahms e, principalmente, de sua quarta e última sinfonia, peça que representa o elo entre a forma clássica, o espírito romântico e a tradição da música alemã.  A entrada é gratuita, aberta às primeiras 65 pessoas que chegarem e apresentarem o ingresso para o concerto da noite.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, pelo Governo de Minas Gerais e Itaú e contam com o patrocínio da Petronas, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura, pelo Governo de Minas Gerais e pela Supermix, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O repertório

Claudio Santoro (Manaus, 1919 – Brasília, 1989) e a obra Canto de Amor e Paz (1950)

Aos 13 anos, o manauara Claudio Franco de Sá Santoro deixa a terra natal para estudar violino no Conservatório de Música do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, com bolsa do Estado do Amazonas. Sua Primeira Sinfonia(1939), para duas orquestras de cordas, exibe movimento de abertura livremente atonal, e o segundo, de 1940, conta com técnica dodecafônica, fruto do que aprendera com Hans-Joachim Koellreutter. Em 1947, o artista ganha bolsa da Embaixada da França e segue para a Europa. Pouco depois, júri composto por Stravinsky, Koussevitzky, Copland, Piston e Nadia Boulanger atribui-lhe bolsa da Fundação Lili Boulanger. Santoro participa ativamente da vida musical europeia. Em 1948, retorna ao Brasil, e, dois anos depois, escreve o Canto de Amor e Paz, para orquestra de cordas, obra que Eleazar de Carvalho estreia, em 1951, com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 1952, a partitura ganha, em Viena, o Prêmio da Paz. Por suas qualidades intrínsecas e pela sua repercussão, Canto de Amor e Paz marca a ruptura de Santoro com as teorias dodecafonistas e atonalistas. O compositor procurou dar maior importância à linha melódica de conteúdo realista, inspirada em características marcantes da música popular brasileira. A peça se constrói sobre tema sereno, desenvolvido em primeiro plano, sem que fuja, porém, aos contrastes dramáticos, próprios do amor. Sua música não se revela atonal, dodecafônica ou nacionalista – apesar de, por vezes, ser tudo isso ao mesmo tempo.

 

Karol Szymanowski (Ucrânia, 1882 – Suíça, 1937) e a obra Sinfonia nº 4 para piano e orquestra, op. 60, “Concertante” (1932)

 

Embora nascido em uma pequena cidade da Ucrânia, Szymanowski era de família, alma e cultura polonesas. Para muitos, foi o mais importante compositor polonês desde Chopin. Com formação sólida, teve aulas com Gustav Neuhaus e conviveu com artistas como Arthur Rubinstein e Ignacy Jan Paderewski. Ao longo dos anos, acumulou cargos e prêmios, foi diretor do Conservatório de Varsóvia e recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Cracóvia. Como compositor, sua linguagem se desenvolve lentamente, a começar pelos modelos de Chopin e Scriabin. Segue, então, a Wagner e Richard Strauss. Inspira-se, depois, em Debussy e Ravel, que o libertam das correntes tradicionais. Por fim, Stravinsky lhe abre os olhos ao folclore nacional. Sinfonia nº 4, também chamada Sinfonia Concertante,remonta ao fim de sua vida. A ideia de incluir o piano em gêneros sinfônicos diferentes do concerto não é de todo original, mas o fato de Szymanowski não atribuir à peça o título de “concerto” revela a ênfase dada tanto ao solista como à orquestra na estruturação da obra. Estreada em 1933, em Varsóvia, pela Orquestra Filarmônica de Varsóvia, sob regência de Gregor Fitelberg e com o compositor como solista, a peça é um dos mais celebrados trabalhos do artista. A linguagem da Sinfonia nº 4 revela um compositor maduro, apto a transmutar as fontes folclóricas e as correntes musicais do século XX em expressão individual.

Johannes Brahms (Alemanha, 1833 – 1897) e a obra Sinfonia nº 4 em mi menor, op. 98 (1885)

Ao contrário de diversos autores, Schoenberg defendia a importância da contribuição de Brahms para a modernidade. Apesar da diferença de estilos, os dois compositores foram fiéis à essência da música de câmara e a algumas de suas técnicas compositivas – como a variação contínua de motivos e a diversidade nos modos de repetição – que permitiam construir uma prosa musical livre dos procedimentos tradicionais da quadratura métrica. A Sinfonia nº 4 representa o ápice da produção de Brahms no gênero. Nela, destaca-se o Finale, em forma de Passacaglia, com tema de oito compassos e trinta variações, sua tentativa de sintetizar práticas de composição antigas e modernas. O Allegro non troppo usa a forma sonata, mas com aglomerados temáticos ao invés de temas. O Andante moderato inicia-se em caráter antigo e cerimonial, tema que se repete diversas vezes, mas com variações. Na última apresentação, a metamorfose é mais profunda no ritmo e na melodia, e a orquestração revela-se ampla e suave. De caráter festivo, o Allegro giocoso incorpora contrafagote, flautim e triângulo à orquestra, para expandir a sonoridade. Por fim, o Allegro energico e passionato é uma elegia solene, em variações sobre tema de Bach. Texturas polifônicas transformam-se a cada bloco de oito compassos. Na evolução do discurso musical, há momentos de grande delicadeza, que interrompem o crescendo dramático em direção ao final do movimento.

Os artistas

O maestro Fabio Mechetti

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Conrad Tao

Com apenas 22 anos, Conrad Tao já é um artista reconhecido como intérprete e compositor. Nascido em Urbana, Illinois, em 1994, estudou piano com Emilio del Rosario, em Chicago, e Yoheved Kaplinsky, em Nova York, além de composição, com Christopher Theofanidis. Em 2011, foi nomeado ao programa governamental U.S. Presidential Scholar in the Arts, recebeu a medalha de ouro YoungArts de música, concedida pela Fundação Nacional para o Avanço das Artes, e se tornou Gilmore Young Artist. Em 2012, recebeu a prestigiosa bolsa Avery Fisher Career Grant. Na atual temporada, apresenta-se com a Orquestra de Câmara da Filadélfia, além das sinfônicas de Pittsburgh, de Cincinnati, de Dallas, do Pacífico e Brasileira, e das filarmônicas de Buffalo e Calgary. Com a Filarmônica de Minas Gerais, apresentou-se em 2012 e 2013. Em temporadas anteriores, esteve com as sinfônicas de São Francisco, Baltimore, Toronto, St. Louis, Detroit, Indianápolis, Nashville e com a Orquestra do Centro Nacional das Artes, além de Sun Valley Summer Symphony, Centro Musical de Brevard e festivais de Aspen, Ravinia e Mostly Mozart.

Em 2013, o músico foi curador e produtor do elogiado Festival Unplay. No mesmo ano, lançou Voyages, seu primeiro álbum solo, pelo selo Warner Classics. Seu álbum seguinte, Pictures, com obras de David Lang, Toru Takemitsu, Elliott Carter, Mussorgsky e do próprio Tao, foi classificado por Anthony Tommasini, do The New York Times, como “fascinante, (...) feito com enorme imaginação, cor e controle”. Como compositor, Tao venceu oito vezes consecutivas o prêmio Ascap Morton Gould e recebeu o prêmio Carlos Surinach da BMI. Artista residente na Sinfônica de Dallas, estreou The world is very different now. Em 2016, encerra a residência com um novo trabalho para a orquestra, Alice. Em 2015, estreou An Adjustment, para piano, orquestra e eletrônicos, comissionada pela Orquestra de Câmara da Filadélfia.

 

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada em 2008, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais tornou-se um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Sob a direção artística e regência titular de Fabio Mechetti, a Orquestra é atualmente formada por 92 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central, do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, em seus primeiros oito anos de vida a Orquestra realizou 554 concertos, com a execução de 915 obras de 77 compositores brasileiros e 150 estrangeiros, para mais de 709 mil pessoas, sendo que 40% do público pôde assistir às apresentações gratuitamente. O impacto desse projeto artístico durante os anos também pode ser medido pela geração de 59 mil oportunidades de trabalho direto e indireto.

O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar uma nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Tal escolha objetivou um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados. Um Termo de Parceria foi celebrado como instrumento que rege essa relação entre o Estado e a Oscip, contendo a definição das atividades e metas, bem como o orçamento necessário à sua execução. A programação artística tem sido integralmente paga por recursos de bilheteria e os captados junto a empresas, por meio das leis de incentivo Estadual e Federal.

Programação

A partir de 2015, quando a Orquestra passou a se apresentar na Sala Minas Gerais, sua programação foi intensificada. De 24, saltou para 57 concertos por assinatura, sempre com convidados da cena sinfônica mundial. Em 2016, estreiam com a Orquestra os regentes convidados Justin Brown e Dorian Wilson, além dos solistas Luis Ascot, Gabriela Montero, Javier Perianes, Clélia Iruzun, Antti Siirala, Lara St. John e Ji Young Lim. O público também terá a oportunidade de rever grandes músicos, como os regentes Rodolfo Fischer, Carl St. Clair, Marcelo Lehninger, Carlos Miguel Prieto e Cláudio Cruz, e os solistas Celina Szrvinsk, Miguel Rosselini, Barry Douglas, Angela Cheng, Arnaldo Cohen, Conrad Tao, Natasha Paremski, Cristina Ortiz, Luíz Filíp, Vadim Gluzman, Asier Polo, Leonard Elschenbroich, Fábio Zanon, Denise de Freitas e Fernando Portari.

A Filarmônica estende seu campo de atuação a projetos dedicados à democratização do acesso à música clássica de qualidade. São turnês em cidades do interior do estado, concertos para formação de público, apresentações de grupos de câmara, bem como iniciativas de estímulo à profissionalização do setor no Brasil – o Festival Tinta Fresca, dedicado a compositores, e o Laboratório de Regência, destinado ao aprimoramento de jovens regentes. Já foram realizadas 84 apresentações em cidades mineiras e 30 concertos em praças públicas e parques da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mobilizando um público de 283 mil pessoas. Mais de 70 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras sinfônicas, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos didáticos.

O nome e o compromisso de Minas Gerais com a arte e a qualidade foram levados a 15 festivais nacionais, a 32 apresentações em turnês pelas cinco regiões brasileiras, bem como a cinco apresentações internacionais, em cidades da Argentina e do Uruguai.

A Filarmônica tem aberto outras frentes de trabalho, como a gravação da trilha sonora do espetáculo comemorativo dos 40 anos do Grupo Corpo, Dança Sinfônica (2015), criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti). Com o Giramundo Teatro de Bonecos, realizou o conto musical Pedro e o Lobo (2014), de Sergei Prokofiev. Comercialmente, a Orquestra já lançou um álbum com a Sinfonia nº 9, “A Grande” de Schubert (distribuído pela Sonhos e Sons) e outros três discos com obras de Villa-Lobos para o selo internacional Naxos.

Prêmios

Reconhecida e elogiada pelo público e pela crítica especializada, em 2016 a Filarmônica e o maestro Mechetti receberam o Troféu JK de Cultura e Desenvolvimento de Minas Gerais. A Orquestra, em conjunto com a Sala Minas Gerais, recebeu o Grande Prêmio Concerto 2015. Ainda em 2015, o maestro Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Minas Gerais de Desenvolvimento Econômico. Em 2012, a Filarmônica foi reconhecida com o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra do Brasil e, em 2010, com o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) de melhor grupo musical erudito. No ano de 2009, Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor regente brasileiro por seu trabalho à frente da Filarmônica.

O Instituto Cultural Filarmônica recebeu dois prêmios dentro do segmento de gestão de excelência. Em 2013, concedido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Qualidade Minas (IQM), e em 2010, conferido pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP). Na área de Comunicação, foi reconhecido com o prêmio Minas de Comunicação (2012), na 10ª Bienal Brasileira de Design Gráfico (2013) e na 14ª Bienal Interamericana de Design, ocorrida em Madri, Espanha (2014).

SERVIÇO

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais  

Série Presto

7 de julho – 20h30

Sala Minas Gerais

 

Série Veloce

8 de julho – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente
Conrad Tao, piano

SANTORO                         Canto de Amor e Paz
SZYMANOWSKI                Sinfonia nº 4 para piano e orquestra, op. 60, “Concertante”
BRAHMS                           Sinfonia nº 4 em mi menor, op. 98

 
   
   

Ingressos: R$ 34,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 44,00 (Mezanino), R$ 56,00 (Balcão Lateral), R$78,00 (Plateia Central) e R$98,00 (Balcão Principal).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações:(31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard,Redeshop,Visa e Visa Electron

 
 
www.xvideoes mybeegporn.mobi www.indiansex videos.com college mms xvideos justporno.me monster cock fuck hentai common hentaibros.org manga hentai doujinshi sikwate tablea teleseryepinoytv.com first yaya episode 13 full episode افلام سكس جامدة toptubepop.com محارم شراميط
kowal skypage freepornfinder.info beeg missionary كس مايا pornfixy.com احدث سكس محارم افلام سكس فى البحر 24pornos.com اخ واختو سكس saxy vodo eroebony.net sex video dikhao ينيكها امام زوجها pacrat.org ارشيف قصص نيك محارم
lovers sexy videos erobomb.net male escorts tamilnadu xxx indaporn.info hardcor sex xnxxtelungu tubenza.com www.xvideos2com indin xx video xxxhindividoes.com sex kadai anushka sex padam pakistanixxxx.com hot saree removing videos