A Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM) lançou no último mês o número 29 da Revista Convergência, que há 45 anos divulga as ações da agremiação. A edição especial é dedicada ao centenário de nascimento do professor Mário de Ascenção Palmério, pensador que ocupou a cadeira de nº 2 na Academia Brasileira de Letras (ABL), em sucessão a Guimarães Rosa. A edição está disponível para a leitura on-line aqui.
A publicação traz artigos de acadêmicos contemporâneos ao autor com testemunhos da vida e obra de um homem de muitos talentos, que foi professor, reitor, deputado federal, embaixador do Brasil no Paraguai, escritor, romancista, acadêmico, compositor, explorador e aquarelista. Na sua produção literária, destaques para obras regionalistas como “Vila dos Confins” e “Chapadão do Bugre”.
A trajetória do homenageado é contada pelo escritor Guido Bilharinho, também membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. O autor também remonta ao profícuo ano de 1956, época em que grandes obras literárias foram publicadas, como Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, ambas de Guimarães Rosa, A Lua Vem da Ásia, de Campos de Carvalho, e Vila dos Confins, de Palmério. Suas publicações que vieram a seguir são relatadas em texto assinado pelo jornalista Jorge Alberto Nabut.
O secretário Angelo Oswaldo afirmou que “Mário Palmério foi um dos grandes intérpretes da mineiridade e compôs uma obra que redimensiona o regional no universal”. Disse ainda que o escritor “traduziu, em textos de ficção, ao vaguear pelos chapadões do Triângulo, sentimentos, hábitos, tradições e cacoetes que particularizam a vida mineira”.
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, Ilcéa Sônia Maria de Andrade assina o texto de apresentação da revista e mostra as facetas de Mário e a figura que “construiu um império no campo da educação em pouco mais de 10 anos e a partir de muito pouco”.
Bem de acordo com sua visão privilegiada, capaz de detectar oportunidades onde a maioria só percebia impedimentos, Palmério também ocupou a cadeira de número 20 da ALTM, sendo o poeta João Simões Lopes Neto o patrono da cadeira que o torna imortal. O mineiro de Monte Carmelo possibilitou a então região ruralista de Uberaba os auspícios dos estudos acadêmicos, abrindo escolas e centros de estudos na década de 40.
A histórica admissão ao seleto grupo da Academia Brasileira de Letras está registrada na publicação por meio do discurso de recepção proferido pelo acadêmico Candido Motta Filho, e das próprias palavras de Mário em sua posse no dia 22 de novembro de 1968.
EM BELO HORIZONTE
Uma referência à obra de Mario Palmério será destaque na exposição “Território Mineiro”, que reúne material das Coleções Especiais da Biblioteca Pública Estadual Luis de Bessa. A mostra será realizada entre os dias 4 e 30 de agosto.