marcaminas

 

Filarmônica de Minas Gerais recebe pianista venezuelana Gabriela Montero e estreia encomenda de Jônatas Reis, vencedor do “Festival Tinta Fresca” 2015

Para a Orquestra,o mês deagostoserá de grandes estreias.Apianistavenezuelana Gabriela Montero é a atração dos concertos dos dias 11 e 12 de agosto, às 20h30, na Sala Minas Gerais, sob regência do maestro Fabio Mechetti. Pela primeira vez em Belo Horizonte, Gabriela interpreta o Primeiro concerto para piano, do russo Shostakovich. Na mesma noite, ocorrerá a estreia da obra Evocações sagradas, encomendada pela Filarmônica a J. Reis, compositor belo-horizontino vencedor do “Festival Tinta Fresca” 2015, concurso promovido pela Orquestra e que se destina a revelar jovens compositores brasileiros. O programa se encerra com as Árias e Danças Antigas: Suítes nos 1 e 2, de Respighi.Ingressos entre R$17 (meia) e R$98 (inteira).

Crédito: Shelley Mosman

gabriela-montero foto-shelley-mosman 3

Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. O palestrante das duas noites será o maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica de Minas Gerais. Na ocasião, Mechetti destacará o diálogo constante da criação musical ao longo do tempo. O jovem compositor Jônatas Reis, por exemplo, bebe na fonte do período colonial mineiro. Já Shostakovich, na primeira metade do século XX, cita os mestres Beethoven e Haydn. Quanto a Respighi, o artista nos leva – em um piscar de olhos e com muita leveza – à música do Renascimento italiano. “Todos nós, em pleno 2016, tomamos parte nessa inspiradora conversação”, ressalta o regente. A entrada é gratuita, aberta às primeiras 65 pessoas que chegarem e apresentarem o ingresso para o concerto da noite.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Cemig e contam com o patrocínio do Mercantil do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.

O repertório

Jônatas Reis (Brasil, 1976) e a obra Evocações sagradas – Sobre temas de Manoel Dias de Oliveira (2016)

O belo-horizontino Jônatas Reis estreou na música sinfônica em 2004, com Meditação Sinfônica: Onipresença, vencedora do Prêmio BDMG/Fundação Clóvis Salgado de Composição Sinfônica. Em 2010, Louvor Sinfônico nº 1: Adoração ao Criador da Terra recebeu menção honrosa por sua orquestração no “Festival Tinta Fresca”. Em 2015, no mesmo Festival, conquistou o primeiro prêmio com Messiânicas Brasileiras nº 3: Grande Sertão Exótico. Por ocasião do Concurso Nacional de Composição Sinfônica Guerra Peixe: 100 Anos, Reis conquistou o terceiro lugar com a obra Messiânicas Brasileiras nº 2: Sonho de uma Noite no Sertão. Diversificada, a produção J. Reis se marca pela identidade artística e pela coesão estilística, ao combinar música de concerto, jazz e obras populares e folclóricas brasileiras. Ocupa-se, ainda, da composição de música cristã e de caráter sacro. O compositor se insere em linhagem anterior ao Barroco, que se renova com Bach e se torna icônica com Olivier Messiaen. A tal tradição filia-se, também, Manoel Dias de Oliveira (1734/35-1813), compositor brasileiro do período colonial que atuou na atual Tiradentes e em quem J. Reis se inspirou para os seis temas e os cinco movimentos de Evocações Sagradas. A obra, porém, reúne influências variadas, de Hindemith e Britten a Stravinsky e Shostakovich, além de Villa-Lobos e Guerra-Peixe.

Dmitri Shostakovich (Rússia, 1906 – 1975) e a obra Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35 (1933)

Desde os 14 anos, quando começou a compor, Shostakovich atraía a atenção dos grandes músicos soviéticos. No Conservatório de Petrogrado, na Rússia, aprendeu com mestres do piano e da composição. Ao contrário de muitos, não se exilou: preferiu conciliar a revolução musical da época às restrições impostas pelo regime stalinista. Usou elementos ocidentais contemporâneos para impingir caráter grotesco às sátiras operísticas (O Nariz, de 1928, baseado em Gogol), além de expressar ironia no balé (A Idade de Ouro, de 1930) e no cinema (A Nova Babilônia, de 1929). Audaz, entrou em conflito com autoridades soviéticas, que controlaram suas obras até a morte de Stálin, em 1953. O Concerto para piano nº 1, op. 35, de 1933 – na verdade, uma peça para piano, trompete obbligato e orquestra de cordas – reúne colagens, citações e paródias de canções populares alemãs e inglesas, peças de Beethoven, Haydn e do próprio Shostakovich, além de elementos circenses e jazzísticos. A estreia se deu a 15 de outubro 1933, com a Orquestra Filarmônica de Leningrado, sob regência de Fritz Stiedri, com o compositor ao piano e Alexander Schmidt ao trompete.

Ottorino Respighi (Itália, 1879 – 1936) e as Árias e Danças Antigas: Suíte nº 1 (1917) e a Suíte nº 2 (1923)

Respighi pertence à chamada Geração de Oitenta (1880), que, na Itália dominada por longa tradição operística, lutou pelo renascimento de uma música instrumental vigorosa. Violista renomado, o compositor teve formação cosmopolita: tocou na Orquestra da Ópera de São Petersburgo e estudou com Rimski-Korsakov, de quem herdou a ciência da instrumentação. Em Berlim, foi discípulo do conservador Max Bruch; entretanto, soube enriquecer sua paleta orquestral em contato com os aspectos inovadores das obras de Richard Strauss e Debussy. Por outro lado, o identificou-se com o passado musical de seu país. Usou os modos gregorianos em composições próprias e transcreveu obras antigas. As três suítesdeÁrias e Danças Antigasrefletem seu interesse pelos velhos mestres – cada uma possui quatro movimentos, retirados de peças para alaúde de autores italianos e franceses dos séculos XVI e XVII. Por essa época, as peças de dança, agrupadas (ou não) em suítes, constituíram uma das fontes fundamentais para a música instrumental.

Os artistas

O maestro Fabio Mechetti

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Gabriela Montero

Interpretações visionárias e dom único para a improvisação deram projeção à venezuelana Gabriela Montero. Dentre os destaques das últimas temporadas, estão recitais em palcos como Avery Fisher Hall, Kennedy Center, Wigmore Hall, Vienna Konzerthaus, Berlin Philharmonie, Tokio Orchard Hall e Museu Gulbenkian de Lisboa, e nos festivais de Edimburgo, Salzburgo, Lucerna, Ravínia, Tanglewood, Saint-Denis, Bergen, Istambul e Lugano. Apresentou-se com as filarmônicas de Los Angeles, Nova York, Liverpool, Rotterdam, Dresden e da Malásia; com as sinfônicas de Chicago, San Francisco, Houston, Pittsburgh, Atlanta, Toronto, Viena, Sydney e Bilbao; Gewandhaus de Leipzig, Academy of St. Martin in the Fields, WDR Sinfonieorchester de Colônia e Zürcher Kammerorchester; e com as orquestras de Cleveland, City of Birmingham, Philharmonia, da Ópera Cômica de Berlim, NDR Radiophilharmonie Hannover, Residentie e NDR Sinfonieorchester Hamburg.

A pianista colaborou com os maestros Leonard Slatkin, Roger Norrington, Eivind Gullberg Jensen, James Gaffigan, Andrés Orozco-Estrada, Claudio Abbado, Yannick Nézet-Séguin, Mario Venzago, Vassily Petrenko, Peter Oundjian, Mikko Franck, Carlos Miguel Prieto, Jaime Martín, Marin Alsop, Kristjan Järvi, Pietari Inkinen e Patrick Lange. Em 2011, estreou na composição com o poema sinfônico ExPatria, para piano e orquestra, inspirado em seu país natal. Suas gravações são premiadas e têm ótimas vendas. O último álbum, pela Orchid Classics, rendeu-lhe o Grammy Latino; o CD de estreia, Bach and beyond, recebeu dois prêmios Echo Klassik e, por vários meses, liderou a Billboard Classical. Gabriela se apresentou em público, pela primeira vez, aos cinco anos, e, aos oito, em concerto. Estudou nos EUA, com bolsa do governo venezuelano, e se formou com Hamish Milne, na Academia Real de Música de Londres. Hoje, vive em Los Angeles, com o marido e duas filhas. Pelo apreço aos direitos humanos, foi nomeada consulesa honorária da Anistia Internacional.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada em 2008, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais tornou-se um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Sob a direção artística e regência titular de Fabio Mechetti, a Orquestra é atualmente formada por 92 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central, do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, desde sua criação e até julho de 2016, a Orquestra realizou 600 concertos, com a execução de 915 obras sinfônicas e de câmara, de 77 compositores brasileiros e 150 estrangeiros, para mais de 774 mil pessoas, sendo que 40% do público pôde assistir às apresentações gratuitamente. O impacto desse projeto artístico durante os anos também pode ser medido pela geração de 60 mil oportunidades de trabalho direto e indireto.

O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar a nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Tal escolha objetivou um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados. Um Termo de Parceria foi celebrado como instrumento que rege essa relação entre o Estado e a Oscip, contendo a definição das atividades e metas, bem como o orçamento necessário à sua execução.

Programação

A partir de 2015, quando a Orquestra passou a se apresentar na Sala Minas Gerais, sua programação foi intensificada. De 24, saltou para 57 concertos por assinatura, sempre com convidados da cena sinfônica mundial. Em 2016, estreiam com a Orquestra os regentes convidados Justin Brown e Dorian Wilson, além dos solistas Luis Ascot, Gabriela Montero, Clélia Iruzun, Antti Siirala, Lara St. John e Ji Young Lim. O público também terá a oportunidade de rever grandes músicos, como os regentes Rodolfo Fischer, Carl St. Clair, Marcelo Lehninger, Carlos Miguel Prieto e Cláudio Cruz, e os solistas Celina Szrvinsk, Miguel Rosselini, Barry Douglas, Angela Cheng, Arnaldo Cohen, Conrad Tao, Natasha Paremski, Cristina Ortiz, Luíz Filíp, Vadim Gluzman, Asier Polo, Leonard Elschenbroich, Fábio Zanon, Denise de Freitas e Fernando Portari.

A Filarmônica também desenvolve projetos dedicados à democratização do acesso à música clássica de qualidade. São turnês em cidades do interior do estado, concertos para formação de público, apresentações de grupos de câmara, bem como iniciativas de estímulo à profissionalização do setor no Brasil – o Festival Tinta Fresca, dedicado a compositores, e o Laboratório de Regência, destinado ao aprimoramento de jovens regentes. Já foram realizadas 85 apresentações em cidades mineiras e 30 concertos em praças públicas e parques da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mobilizando um público de 285 mil pessoas. Mais de 70 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras sinfônicas, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos didáticos.

O nome e o compromisso de Minas Gerais com a arte e a qualidade foram levados a 15 festivais nacionais, a 32 apresentações em turnês pelas cinco regiões brasileiras, bem como a cinco apresentações internacionais, em cidades da Argentina e do Uruguai.

A Filarmônica tem aberto outras frentes de trabalho, como a gravação da trilha sonora do espetáculo comemorativo dos 40 anos do Grupo Corpo, Dança Sinfônica (2015), criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti). Com o Giramundo Teatro de Bonecos, realizou o conto musical Pedro e o Lobo (2014), de Sergei Prokofiev. Comercialmente, a Orquestra já lançou um álbum com a Sinfonia nº 9, “A Grande” de Schubert (distribuído pela Sonhos e Sons) e outros três discos com obras de Villa-Lobos para o selo internacional Naxos.

Prêmios

Reconhecida e elogiada pelo público e pela crítica especializada, em 2016 a Filarmônica e o maestro Mechetti receberam o Troféu JK de Cultura e Desenvolvimento de Minas Gerais. A Orquestra, em conjunto com a Sala Minas Gerais, recebeu o Grande Prêmio Concerto 2015. Ainda em 2015, o maestro Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Minas Gerais de Desenvolvimento Econômico. Em 2012, a Filarmônica foi reconhecida com o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra do Brasil e, em 2010, com o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) de melhor grupo musical erudito. No ano de 2009, Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor regente brasileiro por seu trabalho à frente da Filarmônica.

O Instituto Cultural Filarmônica recebeu dois prêmios dentro do segmento de gestão de excelência. Em 2013, concedido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Qualidade Minas (IQM), e em 2010, conferido pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP). Na área de Comunicação, foi reconhecido com o prêmio Minas de Comunicação (2012), na 10ª Bienal Brasileira de Design Gráfico (2013) e na 14ª Bienal Interamericana de Design, ocorrida em Madri, Espanha (2014).

SERVIÇO

Série Allegro

11 de agosto – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Vivace

12 de agosto – 20h30

Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente
Gabriela Montero, piano

J. REIS                            Evocações sagradas – Sobre temas de Manoel Dias de Oliveira
SHOSTAKOVICH          Concerto para piano nº 1 em dó menor, op. 35

RESPIGHI                      Árias e Danças Antigas: Suítes nos 1 e 2

Ingressos: R$ 34,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 44,00 (Mezanino), R$ 56,00 (Balcão Lateral), R$78,00 (Plateia Central) e R$98,00 (Balcão Principal).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.

 
 
www.xvideoes mybeegporn.mobi www.indiansex videos.com college mms xvideos justporno.me monster cock fuck hentai common hentaibros.org manga hentai doujinshi sikwate tablea teleseryepinoytv.com first yaya episode 13 full episode افلام سكس جامدة toptubepop.com محارم شراميط
kowal skypage freepornfinder.info beeg missionary كس مايا pornfixy.com احدث سكس محارم افلام سكس فى البحر 24pornos.com اخ واختو سكس saxy vodo eroebony.net sex video dikhao ينيكها امام زوجها pacrat.org ارشيف قصص نيك محارم
lovers sexy videos erobomb.net male escorts tamilnadu xxx indaporn.info hardcor sex xnxxtelungu tubenza.com www.xvideos2com indin xx video xxxhindividoes.com sex kadai anushka sex padam pakistanixxxx.com hot saree removing videos