marcaminas

 

Filarmônica recebe violonista Vadim Gluzman e maestro Dorian Wilson

 

O violinista Vadim Gluzman retorna aos palcos da Filarmônica de Minas Gerais, nos dias 15 e 16 de setembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Dessa vez, o músico interpretará o Concerto para violino nº 1 em Ré maior, op. 19, de Prokofiev, e as Árias Ciganas, de Sarasate. Sob regência do maestro norte-americano convidado Dorian Wilson,que faz sua estreia com a Orquestra, serão interpretadas, ainda, a primeira das seis obras-primas sinfônicas compostas por Tchaikovsky, a Sinfonia nº 1 em sol menor, op. 13, “Sonhos de Inverno”, e Boris Godunov: Introdução e Polonaise, de Mussorgsky.

Crédito: Marco Borggreve

Vadim Gluzman  Foto de Marco Borggreve

Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. O romantismo lírico e universal de Tchaikovsky, o nacionalismo visceral de Mussorgsky e a música revolucionária de Prokofiev são assuntos destes Concertos Comentados com o percussionista da Orquestra e curador do Concertos Comentados, Werner Silveira.

Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Cemig e contam com o patrocínio do Mercantil do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Líder Aviação.

O repertório

Modest Mussorgsky (Rússia, 1839 – 1881) e a obra Boris Godunov: Introdução e Polonaise (1872, orquestrada por Rimsky-Korsakov em 1908)

O nacionalismo europeu do século XIX estimulou, na ópera, posições contrárias à hegemonia italiana e alemã. Daí nasce a música dramática russa, que enaltece coros e trechos de dança. Para além de Tchaikovsky, cujas óperas se inserem na grande tradição europeia, destaquem-se o Príncipe Igor, de Borodin, e Boris Godunov, obra-prima de Modest Mussorgsky, cujo sucesso serviu de revanche ao compositor quanto às críticas por ignorar regras e por se postar na vanguarda. Após a estreia, em 1874, em São Petesburgo, estudantes cantavam seus coros nas ruas. Boris Godunov foi encenada 21 vezes durante a vida de Mussorgsky, e outras cincos após sua morte, em 1881. O compositor elaborou duas versões para a ópera, em 1869 e 1872. Houve, ainda, trabalhos póstumos de “correção” e revisão, realizados pelo colega e amigo Rimsky-Korsakov. Mais tarde, até mesmo Shostakovich dedica-se ao ofício. Mussorgsky é o autor do libreto de Boris Godunov, no qual se mantém fiel a dados históricos sobre o czar que comandou a Rússia no século XVI. A Polonaise (e sua Introdução) tem lugar no 3º ato e ambienta a cena em que aristocratas poloneses dançam e cantam ao ritmo de sua terra de origem. Tornou-se uma obra autônoma em relação à ópera, com lugar certo no repertório sinfônico.

 

Sergei Prokofiev (Ucrânia, 1891 – Rússia, 1953) e a obra Concerto para violino nº 1 em Ré maior, op. 19 (1917)

Aos quatro anos, Prokofiev iniciou as aulas de piano e esboçou as primeiras composições. Estudou composição no Conservatório de São Petersburgo, onde, em 1914, formou-se em regência e piano. Em 1915, passa a trabalhar na composição de um concertino para violino e orquestra, projeto só retomado dois anos depois, mas, então, como concerto. A Rússia de 1917 passa por grande instabilidade política, com a “Revolução de Fevereiro” e a “Revolução de Outubro”. O compositor, porém, mantém-se distante de tais movimentos, e, numa casa de campo, finaliza a Sinfonia Clássica e o Concerto para violino nº 1, que, devido às turbulências políticas, estreia apenas a 18 de outubro de 1923, nos Concertos Koussevitzky da Ópera de Paris, com o solista Marcel Darrieux. Em razão de seu lirismo – ou mendelssonismo, como foi dito pela crítica –, a obra é recebida com desinteresse. Composto em três movimentos – Andantino, Scherzo: Vivacissimo e Moderato – é uma obra convencional em sua forma, com o primeiro e o terceiro movimentos em alusão à forma sonata, mas apresenta, no segundo, um scherzo volátil, em substituição ao tradicional movimento lento dos concertos. O tema de abertura, de motivo meditativo, ilustra, segundo o próprio compositor, a natureza lírica da sua música. O Concerto para violino nº 1 mescla traços da escola nacionalista russa, com ênfase em Rimsky-Korsakov e Glazunov, e alusões à peça Mitos, do polonês Karol Szymanowski.

Pablo de Sarasate (Espanha, 1844 – França, 1908) e a obra Árias Ciganas, op. 20 (1878)

O Romantismo do século XIX estimulou o interesse pela performance virtuosística. Nicolò Paganini (1782-1840) e Franz Liszt (1811-1886) foram, ao violino e ao piano, respectivamente, o ápice do domínio da técnica. Em 1856, no Conservatório de Paris, Delphin Alard recebe o menino Pablo de Sarasate, violinista espanhol de Pamplona, com 12 anos, prodígio já famoso em seu país, onde a rainha Isabel lhe oferta o primeiro Stradivarius. Com meses de aulas, o Conservatório lhe confere o Primeiro Prêmio e considera concluída a sua formação. Pablo, então, inicia carreira internacional de concertista. Na segunda metade do século XIX, brilham violinistas como Joachim, Wieniawski, Vieuxtemps, Ysaÿe, Auer e, claro, Sarasate. Elegância, suavidade e graça são adjetivos empregados à sonoridade do violinista, a quem muitos compositores contemporâneos, como Saint-Saëns e Édouard Lalo, dedicam obras. O músico, aliás, foi um dos primeiros violinistas a fazer gravações, datadas de 1904. Como compositor, deixou mais de 50 obras, quase sempre inspiradas no folclore espanhol e escritas para “violino e piano” e para “violino e orquestra”. Entre elas, estão as Árias Ciganas (editadas com o título alemão Zigeunerweisen), cujo charme e romantismo as tornam uma das mais populares peças curtas do repertório de violino. Outras obras de Sarasate que também fazem parte do repertório atual são a Fantasia sobre temas da Carmem de Bizet e várias danças espanholas.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (Rússia, 1840 – 1893) e a obra Sinfonia nº 1 em sol menor, op. 13, "Sonhos de Inverno" (1874)

Em 1866, aos 25 anos, Tchaikovsky chega a Moscou, por convite de Nikolai Rubinstein, para lecionar teoria musical no futuro Conservatório de Música da cidade. Para se firmar como compositor, o artista se empenha a compor uma sinfonia. Em março, começa os primeiros rascunhos, mas a publicação de devastadora crítica do compositor César Cui, sobre sua cantata An die Freude, apresentada três meses antes, desencadeia problemas psicológicos em Tchaikovsky, que o acompanhariam pela vida. Ao concluir o esboço da Sinfonia, Tchaikovsky o apresenta a seus antigos professores, Anton Rubinstein e Nikolai Zaremba, e abala-se novamente, desta vez com os ataques que ambos fizeram à obra. Apesar dos percalços iniciais, Tchaikovsky assume suas funções no Conservatório, e, tempos depois, volta à obra. A versão completa da Sinfonia no 1 é executada nos dias 3 e 15 de fevereiro de 1868, em Moscou, sob regência de Rubinstein. Já a versão hoje conhecida remonta à última revisão feita pelo autor, em 1875. O título da Sinfonia, “Sonhos de inverno”, é do próprio Tchaikovsky. Construída em quatro movimentos, é uma obra madura, com temperamento típico da música russa, dos temas de sabor folclórico ao brilhante colorido orquestral.

Os artistas

O maestro convidado Dorian Wilson

Crédito: Orange

dorian-wilson foto-orange

Aluno de Leonard Bernstein, Dorian Wilson estudou piano, viola, composição, história da arte e regência no Conservatório Oberlin, nas universidades de Indiana e de Michigan e no Hochschule für Musik, em Viena. Aos 24 anos, foi convidado a atuar como segundo regente da Filarmônica de Moscou. Também seria o primeiro maestro convidado da Orquestra Nacional da Rússia. Com frequência, rege a Filarmônica de São Petersburgo e a Deutsche Radio Philharmonie e é maestro convidado permanente da Sinfônica de São Petersburgo. Foi diretor artístico da Filarmônica de Belgrado e regeu mais de 120 orquestras em todo o mundo. Já se apresentou em grandes salas de concerto, em cidades como Paris, Roma, Moscou, Tóquio, Frankfurt, Bucareste e São Petersburgo. O contato de Wilson com óperas começa aos 20 anos, como maestro assistente na produção de O Anel, de Wagner, na Seattle Opera. Foi diretor artístico do Teatro Vorpommern, na Alemanha e venceu, dentre outras, as competições internacionais Nikolai Malko, na Dinamarca; Dimtri Mitropoulos, em Atenas; Kiril Kondrashin, em Amsterdã; e Jean Sibelius, na Finlândia. Apresentou trabalhos até então desconhecidos à Alemanha oriental, o que inclui obras de Ginastera, Copland, Martinů, Piazzolla, C. Koechlin, Britten, Respighi e de Falla. Comandou mais de 35 estreias internacionais e trabalhou com solistas como Shura Cherkassky, Mstislav Rostropovich, Yo-Yo Ma e Nelson Freire. Nesta temporada irá se apresentar com as sinfônicas Metropolitana de Tóquio Sinfônica e de Beethoven-Bonn, as filarmônicas do Japão, de Osaka, da Cidade de Tóquio, de Nagoya e de Madri, o Teatro Nacional Sérvio e a Deutsch Radio Philharmonie.

O violinista Vadim Gluzman

Nascido na antiga União Soviética, Vadim Gluzman estudou com Roman Sne, na Letônia, com Zakhar Bron, na Rússia, e com Yair Kless em Israel. No início de sua carreira, recebeu apoio de Isaac Stern. Nos EUA, seus professores foram Arkady Fomin, Dorothy DeLay e Masao Kawasaki. Em 1994, recebeu o prêmio de carreira da Fundação Henryk Szeryng. O violinista apresenta-se, regularmente, com as sinfônicas NHK, de Chicago, de Londres e de São Francisco, as orquestras da Filadélfia e de Minnesota e as filarmônicas de Londres, Israel e de Munique. Trabalha com regentes como Neeme Järvi, Michael Tilson Thomas, Tugan Sokhiev, Hannu Lintu e Peter Oundjian. Suas apresentações em festivais incluem Verbier, Ravinia, Lockenhaus, Pablo Casals, Colmar, Jerusalém e o Festival de Música de Câmara da Costa Norte, realizado em Northbrook (Illinois), fundado por Gluzman e pela pianista Angela Yoffe, sua esposa e companheira de palco. A temporada 2015/2016 inclui estreias com as sinfônicas de Boston e Christoph von Dohnányi, a Nacional e Andrew Litton, a Orquestra Gewandhaus e Riccardo Chailly, e as orquestras Konzerthausorchester de Berlim e L’Orchestre. Estará com os grupos Moscow Virtuosi, Sinfonietta Cracóvia e Sinfônica de Vancouver e a Orquestra de Câmara ProMusica. Gluzman estreou composições de Giya Kancheli, Peteris Vasks, Lera Auerbach e Sofia Gubaidulina. Em 2016, estreia, mundialmente, a obra de Lera Auerbach para violino, orquestra e coro com a Orquestra Filarmônica de Bergen, a Orchestre de la Suisse Romande e a Sinfônica da BBC. Sua discografia, pelo selo BIS Records, recebeu o Diapason d’Or do ano e prêmios de revistas como Gramophone, Classica Magazine, The Strad, BBC Music Magazine e ClassicFM.

Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Criada em 2008, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais tornou-se um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Sob a direção artística e regência titular de Fabio Mechetti, a Orquestra é atualmente formada por 92 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas Central, do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, desde sua criação e até julho de 2016, a Orquestra realizou 600 concertos, com a execução de 915 obras sinfônicas e de câmara, de 77 compositores brasileiros e 150 estrangeiros, para mais de 774 mil pessoas, sendo que 40% do público pôde assistir às apresentações gratuitamente. O impacto desse projeto artístico durante os anos também pode ser medido pela geração de 60 mil oportunidades de trabalho direto e indireto.

O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar a nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com o título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Tal escolha objetivou um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados. Um Termo de Parceria foi celebrado como instrumento que rege essa relação entre o Estado e a Oscip, contendo a definição das atividades e metas, bem como o orçamento necessário à sua execução.

Programação

A partir de 2015, quando a Orquestra passou a se apresentar na Sala Minas Gerais, sua programação foi intensificada. De 24, saltou para 57 concertos por assinatura, sempre com convidados da cena sinfônica mundial. Em 2016, estreiam com a Orquestra os regentes convidados Justin Brown e Dorian Wilson, além dos solistas Luis Ascot, Gabriela Montero, Clélia Iruzun, Antti Siirala, Lara St. John e Ji Young Lim. O público também terá a oportunidade de rever grandes músicos, como os regentes Rodolfo Fischer, Carl St. Clair, Marcelo Lehninger, Carlos Miguel Prieto e Cláudio Cruz, e os solistas Celina Szrvinsk, Miguel Rosselini, Barry Douglas, Angela Cheng, Arnaldo Cohen, Conrad Tao, Natasha Paremski, Cristina Ortiz, Luíz Filíp, Vadim Gluzman, Asier Polo, Leonard Elschenbroich, Fábio Zanon, Denise de Freitas e Fernando Portari.

A Filarmônica também desenvolve projetos dedicados à democratização do acesso à música clássica de qualidade. São turnês em cidades do interior do estado, concertos para formação de público, apresentações de grupos de câmara, bem como iniciativas de estímulo à profissionalização do setor no Brasil – o Festival Tinta Fresca, dedicado a compositores, e o Laboratório de Regência, destinado ao aprimoramento de jovens regentes. Já foram realizadas 85 apresentações em cidades mineiras e 30 concertos em praças públicas e parques da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mobilizando um público de 285 mil pessoas. Mais de 70 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras sinfônicas, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos didáticos.

O nome e o compromisso de Minas Gerais com a arte e a qualidade foram levados a 15 festivais nacionais, a 32 apresentações em turnês pelas cinco regiões brasileiras, bem como a cinco apresentações internacionais, em cidades da Argentina e do Uruguai.

A Filarmônica tem aberto outras frentes de trabalho, como a gravação da trilha sonora do espetáculo comemorativo dos 40 anos do Grupo Corpo, Dança Sinfônica (2015), criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti). Com o Giramundo Teatro de Bonecos, realizou o conto musical Pedro e o Lobo (2014), de Sergei Prokofiev. Comercialmente, a Orquestra já lançou um álbum com a Sinfonia nº 9, “A Grande” de Schubert (distribuído pela Sonhos e Sons) e outros três discos com obras de Villa-Lobos para o selo internacional Naxos.

Prêmios

Reconhecida e elogiada pelo público e pela crítica especializada, em 2016 a Filarmônica e o maestro Mechetti receberam o Troféu JK de Cultura e Desenvolvimento de Minas Gerais. A Orquestra, em conjunto com a Sala Minas Gerais, recebeu o Grande Prêmio Concerto 2015. Ainda em 2015, o maestro Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Minas Gerais de Desenvolvimento Econômico. Em 2012, a Filarmônica foi reconhecida com o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra do Brasil e, em 2010, com o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes) de melhor grupo musical erudito. No ano de 2009, Fabio Mechetti recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor regente brasileiro por seu trabalho à frente da Filarmônica.

O Instituto Cultural Filarmônica recebeu dois prêmios dentro do segmento de gestão de excelência. Em 2013, concedido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, em parceria com o Instituto Qualidade Minas (IQM), e em 2010, conferido pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (USP). Na área de Comunicação, foi reconhecido com o prêmio Minas de Comunicação (2012), na 10ª Bienal Brasileira de Design Gráfico (2013) e na 14ª Bienal Interamericana de Design, ocorrida em Madri, Espanha (2014).

SERVIÇO

Série Allegro

15 de setembro – 20h30

Sala Minas Gerais

Série Vivace

16 de setembro – 20h30

Sala Minas Gerais

Dorian Wilson, regente convidado
Vadim Gluzman, violino

MUSSORGSKY     Boris Godunov: Introdução e Polonaise

PROKOFIEV         Concerto para violino nº 1 em Ré maior, op. 19

SARASATE            Árias ciganas

TCHAIKOVSKY     Sinfonia nº 1 em sol menor, op. 13, “Sonhos de Inverno”

Ingressos: R$ 34,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 44,00 (Mezanino), R$ 56,00 (Balcão Lateral), R$78,00 (Plateia Central) e R$98,00 (Balcão Principal).

Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.

Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Funcionamento da bilheteria:

Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto

De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.

Aos sábados, das 12h às 18h.

Em sábados de concerto, das 12h às 21h.

Em domingos de concerto, das 9h às 13h.

São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.

 
 
www.xvideoes mybeegporn.mobi www.indiansex videos.com college mms xvideos justporno.me monster cock fuck hentai common hentaibros.org manga hentai doujinshi sikwate tablea teleseryepinoytv.com first yaya episode 13 full episode افلام سكس جامدة toptubepop.com محارم شراميط
kowal skypage freepornfinder.info beeg missionary كس مايا pornfixy.com احدث سكس محارم افلام سكس فى البحر 24pornos.com اخ واختو سكس saxy vodo eroebony.net sex video dikhao ينيكها امام زوجها pacrat.org ارشيف قصص نيك محارم
lovers sexy videos erobomb.net male escorts tamilnadu xxx indaporn.info hardcor sex xnxxtelungu tubenza.com www.xvideos2com indin xx video xxxhindividoes.com sex kadai anushka sex padam pakistanixxxx.com hot saree removing videos