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Jornal O Globo: Nova cena musical de Belo Horizonte se articula em várias frentes e gêneros


 

CasAzul: pólo de “música criativa” - Divulgação/Felipe Chimicatti / Divulgação/Felipe

por Leonardo Lichote

BELO HORIZONTE - Belo Horizonte, janeiro de 2010. Motivados pelo decreto municipal que proibia eventos de qualquer natureza na Praça da Estação, publicado um mês antes, centenas de jovens ocupam o espaço, vestidos como banhistas, carregando cadeiras de praia e barracas, num protesto tão bem-humorado quanto eficaz (em maio daquele ano, o decreto foi revogado). Nascia a Praia da Estação.

Belo Horizonte, maio de 2017. A 6ª edição da Mostra Cantautores, realizada entre os dias 6 e 13, testemunha (em meio a atrações do Brasil inteiro, como Chico César e Vitor Ramil) um tanto da música que se desenvolveu na cidade nos últimos anos. Passaram pelo palco a melancolia indie de Sara Não Tem Nome, o hippie-pop-caipira-suingante de Luiz Gabriel Lopes, a densidade folk-jazzy-MPB de Jennifer Souza, o samba de riso e dor de Serginho Beagá, as canções com gosto de fruta de Leopoldina, a arquitetura intrincada e árida do violão de Paulo Rocha, a alma ibérica-sertaneja de Deh Mussulini.

Há muitas raízes sobre as quais se sustenta esse panorama da Belo Horizonte contemporânea - raízes que vão do Clube da Esquina ao disco "A outra cidade" (2003), que abriu uma nova frente para a canção mineira com artistas como Kristoff Silva, Makely Ka e Pablo Castro. Mas a Praia da Estação é tida - por integrantes e observadores da cena - como o grande marco a partir do qual foi desenhada a cidade que se ouve hoje. Suas ondas bateram ali e moldaram uma capital definida pela ocupação da rua, pela articulação coletiva, pela integração entre política e cotidiano.

- A Praia da Estação foi o grande símbolo identitário geracional - resume Luiz Gabriel Lopes, ele mesmo uma síntese desse espírito, ao se desdobrar entre o artista (com as bandas Graveola, TiãoDuá e em trabalho solo) e o idealizador da Mostra Cantautores (ao lado de Jennifer Souza). - Tinha a ver com a coisa dos coletivos que já começavam a se organizar, como o OutroRock, do qual o Graveola fazia parte.

FRUSTRAÇÃO DE TOCAR “PRA NINGUÉM OUVIR”

Jennifer Souza lembra da Outra Jam, encontro semanal que na mesma época (início dos 2010) servia de espaço aberto para artistas locais.

- Em 2011, desabafei com Luiz que estava frustrada de tocar em bar pra ninguém ouvir, ele falou dos shows que tinha visto em Portugal, das plateias ouvindo música nova com atenção, em silêncio, essa cultura da escuta que marcaria a Cantautores. E disse que tinha um edital de ocupação do Teatro Espanca!, onde fizemos a primeira edição da mostra - conta Jennifer, referindo-se ao pequeno palco na região central da cidade.

Num espaço vizinho ao Espanca!, o Viaduto Santa Tereza, outra cena, a do hip-hop, organizou-se em paralelo, nos duelos de MCs realizados pelo coletivo Família de Rua. Uma cena que hoje se mostra madura em trabalhos de rappers como Djonga, Tamara Franklin, Douglas Din e Matéria Prima (que no ano passado lançou o ambicioso projeto "2 atos", com disco produzido por Gui Amabis e show assinado pela diretora teatral Grace Passô).

A natureza congregadora da Praia da Estação reflete-se na conversa entre as cenas:

- O TiãoDuá (de caminho mais vinculado à MPB pós-tropicalista) está fazendo um disco com 15 MCs de BH - adianta Gustavito, do TiãoDuá e um dos membros do coletivo CasAzul. - A CasAzul era primeiro um espaço físico, depois nos organizamos para um coletivo de algo que Sérgio Santos definiu como "música criativa". Tem espaço para trabalhos tão diferentes quanto o TiãoDuá e o Marimbaia (de Leandro César, que faz música a partir de instrumentos que constrói).

Os cruzamentos são muitos, no espírito democrático da praia. A cantora de samba Cinara Ribeiro - uma das representantes de uma cena que inclui Aline Calixto, Dé Lucas e Zé da Guiomar - mostra isso em seu disco de estreia. O álbum tem participação do rapper Douglas Din e é produzido por Thiago Delegado - um dos nomes-chave de articulação desses diálogos, em projetos como a jam session Delegascia e o programa "Hora de improviso", transmitido na Rádio Inconfidência e na TV Minas.

- O choro também segue forte, com nomes como Choro Nosso, Fino Choro, Flor de Abacate e Senta a Pua, além do Corta Jaca, que já não existe mais e que tinha Juliana Perdigão (que tocou no Graveola e no ano passado lançou o elogiado disco "Ó") - lista a produtora Lílian Macedo, que se dedica a projetos de choro e samba.

A Rádio Inconfidência (presidida por um músico, Flávio Henrique) mapeia essa pluralidade e engrossa a troca, ao abrir espaço em sua grade para programas de diversos artistas e coletivos. Além do citado Delegado, a emissora pública tem atrações comandadas pela CasAzul, por Pablo Castro e por Aline Calixto, entre outros, além de incluir fortemente a nova geração em sua programação.

- Os artistas se sentem representados pela rádio porque ela toca sua música e lhes dá voz - avalia a compositora Brisa Marques, também apresentadora e produtora da rádio.

O programador Paulo Proença completa:

- Há uma atenção da rádio para o pensamento dessa geração sobre racismo, a causa LGBT.

A política atravessa a cena, seja nas reflexões e na atuação em favor de mudança nas políticas públicas, seja como prática artística. O coletivo ANA, formado só por compositoras (como Irene Bertachini, Deh Mussulini, Leopoldina e Luiza Brina) é um exemplo.

- São mulheres que se dispuseram a se desnudar, soltar as amarras, investigar o feminino, o feminismo - diz Leopoldina.

Renata, que além da Autêntica integra o Produtores MG (formado para discutir o mercado da música local), alerta que a casa, apesar do bom momento que atravessa a cena de Belo Horizonte, corre o risco de fechar - como já aconteceu com outros espaços. Motivos: altos custos de funcionamento ("A conta não fecha", explica Bernardo Dias, um dos sócios); a cultura do megaevento gratuito que faz com que o público não queira pagar por shows; e o encolhimento de incentivos do poder público.

O produtor Chico Neves (Skank, Rappa, Lenine, Paralamas) - que hoje mora na cidade e produz artistas como Luiza Brina, Todos os Caetanos do Mundo, Graveola e Julia Branco - lança um olhar externo à cena que ressoa as ondas da Praia da Estação:

- Além de uma seriedade na relação com a música e uma profundidade, tem essa característica marcante: aqui, o que manda é o coletivo.

* Leonardo Lichote viajou a convite da produção da Mostra Cantautores

 
 
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