Ação inédita do MINAS Território da Cultura, a primeira Reunião Itinerante do CONSEC em Viçosa é mais uma alternativa para que as demandas culturais dos municípios sejam ouvidas. O evento, presidido pela Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, contou com a participação dos conselheiros Adriana Banana, dos segmentos dança e circo; Aníbal Macedo, representante da literatura, livro e leitura; Magdalena Rodrigues, do segmento de entidades de trabalhadores e empresariais; Makely Ka, do segmento música; Maria Ribeiro Figueiredo, representando o patrimônio histórico e artístico e Sula Kyriacos; dos segmentos dança e circo.
Durante a reunião, a Secretária apresentou a estrutura que rege o Sistema Estadual de Cultura, além de falar das ações já realizadas pelo MINAS Território da Cultura, na Zona da Mata. Em seguida, a Diretora Executiva do CONSEC, Daniela Varela, falou, ao público, sobre as diretrizes do Conselho, suas atribuições e quais são as responsabilidades do órgão no que se refere às políticas públicas culturais. Em seguida, os conselheiros deram início às discussões sobre a participação da SEC e dos municípios na promoção da cultura.
Um dos principais pontos debatidos, tanto por conselheiros quanto pelos participantes, foi a participação mais ativa dos municípios, e suas respectivas secretarias, nas ações de promoção das políticas culturais. O secretário Municipal de Cultura de Viçosa, Antônio Luiz Miranda, Tunico, avaliou, como fundamental, a proposta do MINAS Território da Cultura. “A descentralização é, realmente, necessária para que a cultura de cada município possa criar e desenvolver sua própria identidade, e não ficar presa a ações que não nos representam”.
O diálogo e a escuta das demandas proeminentes da classe cultural de Viçosa foram os principais pontos que direcionaram a reunião. Os conselheiros pontuaram as principais questões referentes aos respectivos segmentos que representam, e os participantes ponderaram a respeito das ações culturais desenvolvidas no interior, as parcerias firmadas entre Estado e Município, para o fomento e a fruição da cultura nas regiões mais afastadas da capital.
Aberta à participação do público, a reunião contou com integrantes da sociedade civil, que expuseram questões referentes às políticas públicas culturais. A empresária Patrícia Lima elogiou a iniciativa. “É importante que a SEC se mostre aberta a ouvir e apoiar as iniciativas culturais que fazem parte de Viçosa. Para mim, o que melhor define essa questão da descentralização da cultura é exatamente isso. Trazer um conselho para a cidade que vai nos ajudar a promovera cultura”, disse.
Representantes de outros municípios também participaram da reunião. A Secretária Municipal de Cultura de Rio Doce, Adair Liberato, destacou a importância do envolvimento de todas as esferas políticas. “Não adianta exigir que o município promova políticas de fomento à cultura, que o estado faça o mesmo e que o governo federal apoie com uma verba imensa. Todos precisam pensar juntos para que as políticas deem certo, e de maneira igual. Essa discussão proposta pela SEC nos mostra que é fundamental indicar, primeiro, as decisões que devem ser tomadas para a cultura”.
Acostumados a discutir e levar até a Secretaria de Cultura as demandas da sociedade civil, os conselheiros do CONSEC aprovaram esta iniciativa de promoverreuniões itinerantes nos municípios. Sula Mavrudis, representante dos segmentos dança e circo, avaliou como “muito positiva e estimulante. Os comentários, sempre pertinentes, mostram que os outros municípios querem ser ouvidos e que necessitam do nosso apoio para que as ações culturais possam ser executadas”, apontou.
Para Makely Ka, representante da música, a itinerância do CONSEC mostrou alguns caminhos para as próximas reuniões. “As pessoas tiveram uma participação ativa, o que nos mostra a necessidade que o CONSEC tenha uma presença mais marcante nas cidades do interior, pois é um órgão relativamente novo, e muitos ainda não sabem o que esse Conselho faz”, disse. Ainda segundo o conselheiro, as reuniões em outras cidades poderão contribuir nos trabalhos dos próprios membros. “A gente vai para outra cidade, entende a dinâmica do lugar, as demandas culturais, e isso nos ajuda a pensar nas próximas reuniões, como vamos trabalhar”.