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No último sábado (12/10) foi aberta, no Palácio da Liberdade, a exposição BHÁsia - Ásia ocupa a cidade . A solenidade contou com a presença da Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras; do curador da mostra, Marcello Dantas; do Prefeito Municipal de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, dos artistas Jennifer Wen Ma (China), Subodh Gupta, (Índia), e Tatzu Nishi (Japão). As obras que compõem a mostra são: uma ilha artificial, uma urna ancestral, uma casa em cima de uma chaminé e um barco gigante.
A curadoria é de Marcello Dantas, responsável pelo OiR e também pela concepção artística de diversas instituições, como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o Museu das Minas e do Metal e o Palácio da Liberdade, os dois em Belo Horizonte, além de diversas mostras no Brasil e no exterior. A Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, afirmou que a exposição concretiza com conpetência e inspiração o trabalho de Dantas como curador, apresentando a Minas obras de importantes artistas da cultura contemporânea oriental. "
Uma ilha artificial
A artista chinesa Jennifer Wen Ma idealizou um lugar imaginário na Barragem Santa Lúcia: uma ilha de aproximadamente 200 metros quadrados, literalmente inventada, com seus próprios canais e caminhos. As plantas, meticulosamente pintadas à mão com cerca de 650 litros de tinta nanquim preta, de base natural, serão inicialmente impossibilitadas de fazer fotossíntese por conta do pigmento que as cobre. A urgência de sobreviver, no entanto, fará com que elas brotem verdes e potentes em meio às folhas negras.O público poderá visitar a ilha por meio de pedalinhos para conferir de perto todos os delicados detalhes paisagísticos e arquitetônicos da obra.
Um barco gigante
O indiano Subodh Gupta inverte o conceito tradicional do barco, oferecendo a Belo Horizonte, uma cidade sem mar, uma enorme embarcação repleta d’água – cerca de 80 mil litros – que “penetrará” na cidade pela montanha da Praça do Papa, no alto do bairro Mangabeiras.O barco levará dentro de si, além de seu próprio “oceano”, objetos do dia-a-dia doados pelos moradores da cidade, transformando-se assim em uma espécie de mercador de culturas.
Uma chaminé
O japonês Tatzu Nishi, conhecido por suas espetaculares instalações em que intervém sobre monumentos públicos, desenvolverá em Belo Horizonte uma obra diferente das que costuma produzir. Para o BHÁsia, o artista pensou inicialmente em construir uma casa em cima de uma chaminé existente na cidade, sugerindo, como metáfora, o mais inusitado lugar possível que uma pessoa poderia habitar. Como faltam, porém, chaminés antigas capazes de suportar uma casa em seu topo, a solução foi construir uma inteiramente nova no estacionamento da rodoviária, um dos grandes marcos da capital mineira, para servir de alicerce à habitação. O artista usará na obra aproximadamente 10 mil tijolos e 300 litros de fluído para fumaça.
Uma urna ancestral
O artista chinês Zhang Huan, dono de uma linguagem surreal a partir de suas grandes esculturas, instalações e pinturas de cinzas, surgiu com uma proposta extraordinária: de criar uma urna ancestral chinesa em proporções gigantescas a ser instalada na Praça da Liberdade. Na China, existe uma tradição milenar de se fazer em vida urnas onde serão depositados os bens afetivos de uma pessoa quando ela morrer. Esses bens são enterrados junto com o corpo, para que o acompanhem na última viagem de quem os guardou com tanto carinho. O público poderá ingressar na urna composta por 185 placas de minério de ferro – a maior riqueza do subsolo de Belo Horizonte – e um piso de placas de vidro iluminadas.
A exposição, que conta com patrocínio do banco HSBC e apoio do Instituto Goethe, da Prefeitura de Belo Horizonte e da Fundação Municipal de Cultura ficará em cartaz até o dia 8 de dezembro.