O Conselho Estadual de Patrimônio de Minas Gerais – CONEP, vinculado ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), aprovou, nesta terça-feira (26), por unanimidade, a revalidação do Registro do Modo de Fazer Queijo Artesanal da Região do Serro, mais conhecido como queijo canastra.
O presidente do Iepha, Fernando Cabral, destaca a importância desse registro para o Brasil. “Minas Gerais é o único estado brasileiro a registrar como bem cultural imaterial o modo artesanal de fazer o queijo, esperamos que outros estados também possam realizar registros desta natureza com o objetivo de salvaguardar os preciosos patrimônios do nosso país”, disse o presidente.
Para a Secretária de Estado de Cultura, trata-se de uma importante ação que reforça o reconhecimento do governo de Minas aos componentes do patrimônio cultural do Estado. “O modo de fazer o queijo artesanal da região do Serro é, definitivamente, um elemento construtor da rica identidade de Minas. Esse fazer carrega em sua essência a tradição, as histórias, as experiências de dezenas de gerações que aperfeiçoaram essa iguaria, ao ponto de fundir o queijo a minas, e aos mineiros”.
O Processo de Revalidação se deu através de visitas de campo promovidas ao longo do ano de 2012, e tiveram por objetivo estabelecer contatos e diagnosticar as demandas atuais do processo produtivo e de comercialização, bem como as ações relacionadas ao patrimônio cultural. Foram realizadas entrevistas com produtores e agentes locais, fotos e vídeos para registrar e construir argumentos favoráveis à revalidação. Além disso, foi realizado o levantamento completo, bem como a organização da documentação pertinente ao processo do Modo de Fazer o Queijo Artesanal do Serro no IEPHA/MG.
Concomitante foi estabelecida articulações com outras instituições relacionadas com este modo de produção, como a EMATER/MG, IMA, Prefeituras Municipais, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN, Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais – SEAPA, Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento – MAPA.
Para o Gerente de Patrimônio Imaterial, Luis Molinari Mundim, o Registro é antes de tudo um reconhecimento por parte do Estado e da sociedade da importância de determinado bem cultural. “A produção de conhecimento, o reconhecimento, a promoção e a gestão compartilhada são partes fundamentais nos processos de Registro de qualquer bem cultural de natureza imaterial”, ressalta Luis.
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - IEPHA/MG, ao propor o Registro no Livro dos Saberes, em 2002, do Modo de Fazer do Queijo Artesanal do Serro, como Bem Imaterial do Patrimônio Cultural do Estado de Minas Gerais, teve como objetivo a preservação das características no que se refere à receita original e ao processo de fabricação artesanal do Queijo do Serro, reconhecendo, protegendo e estimulando sua produção, garantindo a sustentabilidade de seus produtores e da economia local.