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Crédito: Divulgação
Fruto de uma parceria com a Cinemateca da embaixada da França e o Instituto Francês, a mostra Clássicos Franceses Restaurados reúne obras de diferentes movimentos da cinematografia francesa, desde os primórdios do século XX aos anos 90. Na programação, estão clássicos como Viagem à Lua, A Grande Ilusão, Carrossel da Esperança, O batedor de Carteira, O demônio das Onze Horas, entre outros.
Serão reunidos, em 14 dias de mostra, 15 filmes que representam a diversidade e inventividade do cinema francês através do seus principais movimentos. “Os filmes dessa mostra são um pequeno recorte da produção francesa através de diferentes anos do século passado, com a seleção de clássicos de importância mundial, que influenciaram o cinema não só daquele país, mas do mundo inteiro”, explica Bruno Hilário, Coordenador de Cinema e responsável pela curadoria da mostra.
Movimentos chave do cinema francês serão contemplados pela Mostra, entre eles o Realismo Poético, o Cinema de Autor e a Nouvelle Vague. A mostra vai exibir cópias que foram restauradas e digitalizadas em formato DCP, em altíssima resolução. O público poderá assistir, em primeira mão, o resultado dessa restauração, já que a maioria dos filmes que compõe a programação ainda não foram exibidos nesse formato em Belo Horizonte. “É uma oportunidade única de assistir a esses filmes, cuja restauração e digitalização possibilitou uma perfeita fruição das intenções estéticas visuais e sonoras de cada obra. É muito significativo termos um espaço público de exibição cinematográfica, que possui plenas condições técnicas de exibir esse conteúdo em consonância com outros cinemas de repertório espelhados pelo mundo.” complementa Bruno.
O recorte curatorial da mostra Clássicos Franceses Restaurados buscou abranger a diversidade da produção francesa: “A curadoria se preocupou em trazer obras já consagradas e amplamente conhecidas pelo grande público em diálogo com outras realizações que são menos difundidas, mas extremamente importantes para se compreender determinados movimentos do cinema Francês.” ressalta o curador.
Uma das obras que o público poderá assistir é Viagem à Lua (1902), de Georges Mèlié. Considerado um dos pioneiros do cinema ficcional, o diretor inovou ao dar um caráter narrativo com viés fantástico às suas produções. “Até então, as pessoas enxergavam o cinema próximo ao registro documental em detrimento da sua potência ficcional. Em Viagem à Lua, por exemplo, há diversos cenários que recriam o que seria, na visão de Méliès, a projeção de uma cidade futurista e o desconhecido universo mítico da lua, utilizando complexos e inventivos efeitos especiais para criar a narrativa do filme”, explica Bruno Hilário.
Jean Vigo, cineasta de destaque na cinematografia francesa, está representado com o filme Zero em Comportamento (1933), obra que contribuiu para a introdução do realismo poético nos anos 1930, ao combinar elementos realistas, alegóricos e surrealistas em sua narrativa.
O Realismo Poético no Cinema não foi uma escola cinematográfica no sentido estrito, o que se percebe é o interesse por certos temas por parte de alguns cineastas e roteiristas. “Nos filmes do realismo poético, há a denúncia da ordem social a partir de uma percepção satírica, desenganada e lírica da relação do homem com a sociedade”. A Grande Ilusão (1937) de Jean Renoir é um expoente dessa estética. Nesta obra, o diretor faz um tratado humanista sobre a condição humana em tempos de guerra, utilizando recursos estéticos considerados avançados para o seu tempo. Para muitos críticos, Jean Renoir é considerado o pai do cinema moderno mundial.
O Batedor de Carteiras (1959), de Robert Bresson, também está na programação de Clássicos Franceses Restaurados. O filme é uma celebração da poética do diretor, que engloba um complexo sistema de direção de atores, a intensa concentração de signos sonoros e visuais em cada plano ou movimento de câmera, de modo a evidenciar a relação do personagem com o meio social e suas contradições internas, seu universo interior.
Destaca-se ainda o filme Os olhos sem rosto (1960), de Georges Franju. Nesta obra, considerada um dos grandes clássicos do gênero de horror, vemos a influência do surrealismo de Luís Buñuel, cineasta por quem Franju tinha grande admiração. Os olhos sem rosto não teve uma boa repercussão por parte da crítica especializada à época do seu lançamento, mas ganhou um reconhecimento tardio que motivou uma citação direta no filme A pele que habito (2011), de Pedro Almodóvar.
Nouvelle Vague em cartaz – O Demônio das Onze Horas (1965) e O Desprezo (1963), de Jean Luc Godard, refletem uma das fases mais inventivas da carreira do cineasta, um dos expoentes máximos do nouvelle vague. “Esse foi um movimento contestatório do próprio cinema francês, que trouxe uma renovação da linguagem e estética cinematográfica. As obras de Godard selecionadas para a mostra refletem esse espírito moderno, ousado e poético”, finaliza Bruno Hilário.
História permanente do Cinema – A História Permanente do Cinema traz uma programação especial em diálogo com a mostra Clássicos Franceses Restaurados. Serão exibidas duas obras representativas para o cinema francês em sessões comentadas. No dia 07/04, às 17h, o público poderá assistir ao filme O último Metrô (1980) de François Truffaut e, dia 14/04, às 17h, será exibido A besta humana (1938), de Jean Renoir.
Clássicos Franceses Restaurados
Período: 1º a 14 de maio
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1.537
Entrada gratuita
Informações para o público:
(31) 3236-7400
Informações para a imprensa:
Gabriela Rosa l (31) 3236-7378 l (31) 8409-1424 l Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Vítor Cruz l (31) 3236-7378 l (31) 9317-8845 l Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.