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Crédito: Imprensa/ Secom
Uma pintura sobre tela. Um poema numa folha de papel. Um viveria sem o outro tranquilamente, não fosse a força do acaso para se encontrarem, ou se atraírem, e formarem um terceiro trabalho, totalmente novo e passível de outras interpretações. É isso o que acontece no livro ‘33,333 – Conexões Bilaterais’, de Fernando Pacheco, artista plástico, e Lucas Guimaraens, poeta e filósofo, lançado no último dia 16 de abril, no Café com Letras do Centro Cultural Banco do Brasil.
O lançamento contou com a presença do secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, e de personalidades do meio cultural, como Olavo Romano, presidente da Academia Mineira de Letras, o músico Flávio Venturini, a artista plástica Yara Tupinambá, além de José Saad Dualib, diretor geral da Band Minas, e Carlos Nagib Nunes Monteiro, gerente geral do Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte.
Além dos tradicionais autógrafos e agradecimentos, o evento incluiu exposição dos originais de Fernando Pacheco e leituras dos poemas de Lucas Guimaraens, nas vozes de expoentes da cena artística mineira, como o poeta Tonico Mercador, a escritora, musicista e dramaturga Patrícia Maês e Márcio Borges, letrista e fundador do Clube Esquina. “O objetivo foi realizar um evento transcultural, que agregasse diversas formas de expressão artística e públicos distintos. Criamos um formato atípico, híbrido de sarau, lançamento e vernissage”, explicou Lucas Guimaraens.
33,333 - Conexões Bilaterais
Os artistas criaram os trabalhos que constam no livro em separado e em momentos diferentes de suas vidas. Então, o ineditismo - e diferencial - da obra é que, apesar de ser um trabalho feito a quatro mãos, ele não é formado por poemas ilustrados nem de arte poetizada. O que une os dois trabalhos é o caráter de abstração e existencialismo em que as duas produções se inserem. Com prefácio do músico Milton Nascimento e apresentação do ensaísta Claudio Willer, o livro traz 33 desenhos e pinturas e 33 poemas.
O nome do livro, ’33,333’, que é uma dízima periódica, sugere também a infinidade de interpretações da obra, segundo Fernando Pacheco. “O 33 refere-se à quantidade de poemas de Lucas e aos meus desenhos e pinturas, o que vem depois da vírgula é a participação do leitor, que vê a obra e dá a ela outro significado, infinito, além do que ela já tinha antes”, explica o artista. O único poema de Lucas que é baseado na pintura de Fernando é o ‘Conexões Bilaterais’, que também é subtítulo da publicação e nome da pintura de Pacheco, situado na página 22 do livro.
Além do humano presente na obra, há mais elementos que unem os dois artistas. Para Lucas Guimaraens, os trabalhos, que já existiam individualmente, estavam fadados ao encontro. “Pela vontade, amizade e sintonia artística, esses universos distintos se encontrariam em algum momento”, explica o poeta.
O três que ronda o livro
O ’33,333 – Conexões Bilaterais’ também está cercado de coincidências. Após dar nome ao livro, Fernando e Lucas começam a se deparar com o número 3 em diversas ocasiões, como num hotel de número 333, frases nos postes com o mesmo número e a diferença de idade entre eles, que é de 30 anos. Para Fernando, isso indica a sinergia que gira em torno das obras. “Olha como estamos no caminho certo! Por onde a gente anda vai descobrindo que o mundo está em 33 rotações”, brinca Pacheco.
Na apresentação do livro, Fernando e Lucas citam algumas peculiaridades do número, como a idade de morte de Alexandre, o Grande, e Jesus Cristo, além das voltas completas do DNA e a quantidade de vértebras do corpo humano, todas 33.
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