O Museu da Inconfidência (Ibram/MinC) vai inaugurar a mostra Esculturas de Alfredo Ceschiatti às 20h30 do dia 22 de maio, na Sala Manoel da Costa Athaide, Anexo I. O belo-horizontino, com predileção pela figura humana, é conhecido por sua plástica modernista e obras de destaque, como a Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. As obras que serão expostas são propriedade dos sobrinhos do artista, Ângela Maria Ceschiatti Barbosa e Christiano Barbosa da Silva Filho.
Poderão ser apreciados protótipos em bronze, em sua maioria, utilizados como estudo para a confecção posterior de obras definitivas. Vários deles originaram suas famosas esculturas em espaços públicos de Brasília, feitas a convite do arquiteto Oscar Niemeyer. Exemplos disso são Banhista do Congresso, de 142 centímetros de altura, que inspirou As banhistas, no espelho d água do Palácio da Alvorada, e Anjo, em bronze dourado, na Câmara dos Deputados. A visitação, gratuita, ocorrerá de terça a domingo, das 10 às 18h. Curadoria de Margareth Monteiro, Janine Ojeda e Aldo Araújo.
O ARTISTA - Alfredo Ceschiatti (1918-1989) segundo Angelo Oswaldo
Alfredo Ceschiatti (1918-1989) nasceu em Belo Horizonte, numa família do Barro Preto, na qual a vocação artística era ‘doce herança’ italiana, como a definiria o verso itabirano de Drummond. O irmão João Ceschiatti dá nome a uma sala do Palácio das Artes, por ter sido protagonista maior da cena mineira. Maria, a irmã serena e sensível, casou-se com o professor Cristiano Barbosa, da Escola de Minas de Ouro Preto, e veio morar na rua do Ouvidor, que guarda a lembrança saudosa de sua figura pequenina e suave, emoldurada por cabelos brancos, a caminho da igreja São Francisco de Assis.
Entre os artistas criadores da Pampulha, marco inaugural do modernismo arquitetônico de Minas Gerais, está Alfredo Ceschiatti. Vamos encontrá-lo nos bronzes do batistério da capela franciscana, ao lado de Niemeyer, Portinari e Burle Marx. No Cassino, hoje Museu da Pampulha, ele esculpiu o abraço de duas mulheres para o remanso do jardim abraçado pela arquitetura de Niemeyer.
Em Brasília, Ceschiatti é o autor dos quatro Evangelistas, na entrada da Catedral, e dos anjos em vôo na grande nave redonda. De suas mãos veio a Justiça, sentada à frente do Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três Poderes. As banhistas que seguram os cabelos prestes a fazerem tranças pousam sobre o espelho d’água do Palácio da Alvorada. No Rio de Janeiro, fez esculturas para o Monumento das Pracinhas, no Parque do Flamengo.
Alferdo Ceschiatti fundiu o traço clássico no gesto do seu tempo. Tinha o gosto da figura humana. Suas mulheres sensuais evocam a tradição escultórica mediterrânea e itálica plasmada em plástica modernista. Ele é artista que sintetiza sua época e ilustra, de modo particular, fase exuberante da trajetória da escultura brasileira.
SERVIÇO
O QUÊ: Abertura da exposição Esculturas de Alfredo Ceschiatti
QUANDO: 22 de maio de 2015, sexta-feira, às 20h30
ONDE: Sala Manoel da Costa Athaide, Anexo I, Museu da Inconfidência. Rua Vereador Antônio Pereira, 33, Centro Histórico.
VISITAÇÃO: Terça-feira a domingo, das 10 às 18h, de 23 de maio a 26 de julho de 2015. Entrada gratuita.