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Obras de Tchaikovsky e Saint-Saëns dão o tom às próximas apresentações das séries Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto. Sob regência do maestro Marcelo Ramos, o corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado recebe a primeira solista convidada para suas séries em 2015. A sul-coreana Jinjoo Cho, violinista aclamada e reconhecida internacionalmente, se junta à OSMG para o seu primeiro concerto no Brasil. Na ocasião, Cho interpreta o Concerto para Violino e Orquestra, de Tchaikovsky. No programa está ainda a Sinfonia nº 3 “Órgão”, de Saint-Saëns.
O evento marca o reencontro de Jinjoo Cho com o maestro Marcelo Ramos, que foram colegas no Cleveland Institute of Music (EUA), em 2008. A violinista se diz animada com a oportunidade de se apresentar para um público completamente novo, ao lado de um dos corpos sinfônicos mais importantes do país. “É sempre muito divertido conhecer um público novo. É um aprendizado poder me comunicar através das músicas com pessoas de diferentes bagagens culturais”, comenta.
Jinjoo tem se apresentado nas Américas do Sul e Norte, Ásia e Europa, como solista em orquestras de prestígio, como a Orquestra de Cleveland, a Orquestra Sinfônica de Montreal, a Sinfônica de Quebec, a Orquestra Filarmônica de Seul, a Orquestra Sinfônica Nacional da Argentina e a Orquestra de Louisville. Teve o privilégio de tocar com artistas renomados como Kent Nagano, Peter Oundjian, Michael Stern, James Gaffigan, Robert McDuffie, Jaime Laredo, Sharon Robinson, Paul Neubauer e Roger Tapping. Ela atuou também em palcos e festivais internacionais, incluindo Carnegie Hall, Severance Hall, Herkulessaal de Munique, Teatro Colón de Buenos Aires, Centro de Artes de Seul, Festival de Música de Aspen, Kentucky Center, Festival de Música de Câmara da Primavera em Seul e Festival Internacional de Música de Tongyeong.
Nestas apresentações, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais se atém ao estilo Romântico europeu do século XIX. Para Marcelo Ramos, o repertório escolhido reflete “uma preocupação da Orquestra em explorar toda a sua potencialidade e sempre oferecer ao público um repertório que contempla novidades, como a Sinfonia Órgão, que não é executada há mais de 20 anos”, destaca.
Além da variedade de repertório, a série Sinfônica ao Meio-Dia vai manter o caráter informativo. Para o regente titular, o sucesso que as apresentações têm alcançado vem colaborando para a formação de um público mais heterogêneo. Por isso, elencar fatos e curiosidades sobre as composições, entre uma peça e outra, é a aposta do maestro para a continuidade da série.
Complexidade de repertório – O programa dos concertos deste mês traz dois grandes representantes do estilo Romântico: Camille Saint-Saëns e Tchaikovsky. “O concerto para violino é simplesmente arrebatador”, destaca Ramos. “Acompanhar um solista internacional é sempre um desafio para a orquestra e para o maestro”, explica Marcelo Ramos.
A Sinfonia nº3 (Órgão) abre o programa. Composta em 1886, é considerado o trabalho mais importante de Saint-Saëns. O regente da OSMG explica que a peça foi inovadora para a época, já que o francês decidiu juntar os 4 movimentos da sinfonia em dois, algo incomum naquele período. Outra característica marcante de Sinfonia nº 3 é a presença do órgão, instrumento pouco usual para sinfonias. “Apesar de não ter dado ao órgão um papel solista, a forma como Saint-Saëns escreveu a obra lembra um pouco o barroco, com utilização de fugas. Além disso, o compositor excluiu a harpa e a substituiu por um piano a 4 mãos, escolha incomum para os padrões da época.
Na segunda parte do programa, a Orquestra Sinfônica interpreta o Concerto para Violino e Orquestra, de Tchaikovsky, obra escrita em 1878 que se tornou uma das mais populares para o instrumento, e também uma das mais difíceis, já que os três movimentos do solo denotam o desejo dos compositores do estilo Romântico em ultrapassar os limites da capacidade humana, tanto em termos de dificuldade técnica como expressiva.
O concerto foi escolha de Jinjoo Cho, a solista convidada para as apresentações. “Tchaikovsky foi, na verdade, o primeiro grande concerto que eu aprendi, e essa experiência sempre ficou comigo. Foi apenas incrível ouvir essa composição pela primeira vez. A energia e as emoções envolvidas na peça me mantiveram conectada com a música, mesmo após todos esses anos conhecendo e interpretando esse concerto”, explicou.
Composta durante um momento conturbado da vida do compositor, que se separava da então esposa Antonina Miliukova, a obra contou com ajuda do violinista Iosif Kotek, que analisou as possibilidades técnicas do instrumento. A estreia aconteceu em dezembro de 1881, em Viena, com Adolph Bridsky no violino e regência de Hans Richter. A obra, um dos grandes sucessos da música clássica, foi também tema do filme O Concerto (2009), de Radu Mihaileanu.
Novas séries dos Corpos Artísticos:
Sinfônica ao Meio-dia – Com o slogan Um cardápio musical para você, o projeto tem o objetivo de contemplar as pessoas que trabalham ou estudam no hipercentro de BH, e até mesmo os transeuntes que passam pela região, oferecendo um programa gratuito ou a preços populares, que inclui grandes nomes da música nacional e internacional. Na última apresentação, realizada no dia 28 de abril, o Grande Teatro recebeu aproximadamente 600 pessoas, número considerado um verdadeiro sucesso para o horário. O Coral Lírico de Minas Gerais também tem sua série Lírico ao Meio-Dia.
Sinfônica em Concerto – A série Sinfônica em Concerto levará a OSMG ao Grande Teatro do Palácio das Artes interpretando grandes nomes da música em concertos a preços populares. A apresentação acontecerá pelo menos uma vez ao mês. Professores da rede regular de ensino e também de cursos livres de arte, terão ingressos gratuitos disponibilizados pelo projeto Bravo, Professor!.
Segundo Cláudia Malta, Diretora Artística da FCS, trata-se de mais uma iniciativa que pretende aproximar o público da programação apresentada pelos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado.
Sobre os Corpos Artísticos:
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas orquestras do país. O repertório inclui desde o clássico tradicional, como balés, concertos, sinfonias e obras sacras, até grandes sucessos da música popular, como a série Sinfônica Pop. A Orquestra apresenta-se em eventos locais e nacionais, além de cidades do interior de Minas, com o intuito de difundir a música erudita e democratizar o acesso de diversos públicos a esse gênero musical. A OSMG atua também na temporada de óperas produzidas pela Fundação Clóvis Salgado.
Marcelo Ramos – maestro – Marcelo Ramos está em sua 9ª temporada como regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, cargo que ocupou entre 2002 e 2007, sendo renomeado em 2013 até o presente. Marcelo graduou-se mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA), onde estudou sob orientação de Carl Topilow, e doutor em regência orquestral pela Ball State University (Indiana/EUA) em 2014. Com bolsa integral da Ball State University e da CAPES, Marcelo dirigiu concertos sinfônicos e óperas como Dido e Eneas (Purcell), CosìfanTutte, O Empresário (Mozart), Suor Angelica (Puccini) e O Elixir do Amor (Donizetti), além de defender um trabalho acadêmico sobre Guerra-Peixe. Formado em violoncelo pela UnB com Guerra Vicente, Ramos integrou a OSESP por nove anos e trabalhou como maestro nas orquestras de Brasília e Manaus.
Durante o período de mestrado, Marcelo foi também maestro assistente da Cleveland Pops Orchestra, além de participar de master classes com Michael Tilson Thomas, Kenneth Kiesler, Kurt Masur, David Loebel, Ronald Zollman (Croácia) e Alexander Polistchuk. No Brasil, estudou regência com Eleazar de Carvalho e Dante Anzolini. Participou de importantes workshops nos EUA – com a Sinfônica de Baltimore, em 2012, tendo Marin Alsop e Gustav Meier como instrutores – e no Aspen Music Festival, em 2010, com Robert Spano, Larry Rachleff, Hans Graf e Hugh Wolff.
Como regente convidado, dirigiu a Orquestra Sinfônica da UFRJ, a Orquestra Experimental de Repertório (SP), Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, OSB Ópera e Repertório, Sinfônica de Salta (Argentina), Filarmônica do Espírito Santo, Orquestra Sinfônica Nacional UFF, Orquestra Petrobras Sinfônica (RJ), Orquestra Sinfônica da USP, Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra do Teatro Nacional de Brasília, Sinfônica de Ribeirão Preto, Sinfônica da Bahia, Sinfônica de Campinas, Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, Amazonas Filarmônica, Orquestra de Câmara Sesiminas, Camerata São Petesburgo e Camerata Fukuda, além das séries de música de câmara da OSESP e do Município de São Paulo.
Jinjoo Cho – solista convidada – Nascida em Seul, na Coreia, Jinjoo mudou-se para Cleveland, Ohio (USA), aos 14 anos para estudar no Instituto de Música de Cleveland por meio do programa de artistas jovens. Aclamada pela crítica, a violinista Jinjoo Cho estabeleceu-se como uma das mais vibrantes, envolventes e carismáticas violinistas de sua geração. Tendo sido medalhista de ouro na Competição Internacional de Indianápolis em 2014, Jinjoo fez sua primeira apresentação no cenário musical internacional, quando ganhou o Primeiro Grande Prêmio e o Prêmio da Escolha Popular no Concurso Internacional de Música de Montreal (Canadá) aos 17 anos. O periódico Times Argus de Montreal proclamou sua performance do Concerto de Violino de Shostakovich como possuída por “carisma inegável e profundidade com intenso lirismo e ternura que arrepiam a espinha.”
Desde então, ela ganhou inúmeros prêmios internacionais, incluindo o primeiro lugar no Prêmio da Orquestra da Competição Internacional de Violinos em Buenos Aires (Argentina) em 2010, o Segundo Prêmio da Competição de Música Internacional Isang Yun em 2011, o Primeiro Grande Prêmio da Competição Internacional de Cordas de Alice Schoenfeld e o Dorothy DeLay Prêmio do Festival de Música de Aspen, Colorado (USA).
Sobre os compositores
Camille Saint-Saëns (1835-1921) – Compositor, organista, pianista e maestro francês da era romântica, Saint-Saëns compôs diversas sinfonias para violoncelo, piano, violino. Entre suas composições mais famosas, estão Sinfonia nº 3 "Órgão", O "Carnaval dos Animais" e "Rondo Capriccioso". Com um talento musical que o acompanhou desde a infância, Saint-Saëns ingressou no Conservatório de Paris aos treze anos e lecionou na École de Musique Classiqueet Religieuse in Paris. Faleceu aos 86 anos, na Argélia.
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840 - 1893) – Compositor russo do período romântico, Tchaikovsky compôs inúmeras sinfonias, concertos, óperas e ballets que estão entre as mais famosas do repertório da música erudita. Sendo o primeiro compositor russo a alcançar reconhecimento mundial, Tchaikovsky ficou famoso por interpor o caráter russo de suas peças com elementos mais ocidentalizados e harmonias ricas. Faleceu aos 53 anos, em São Petersburgo.
Programa
Marcelo Ramos, regente
Jinjoo Cho, violino
Camille Saint-Saëns - Sinfonia No. 3 em dó menor (Órgão), op. 78
Peter I. Tchaikovsky - Concerto para Violino e Orquestra, em Ré maior, op. 35
SINFÔNICA AO MEIO-DIA
Local: Grande Teatro Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 - Centro
Data: 26 de maio
Horário: 12h
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400
SINFÔNICA EM CONCERTO
Local: Grande Teatro Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 - Centro
Data: 27 de maio
Horário: 20h30
Valor: R$ 10,00 inteira/ R$ 5,00 meia
Informações para o público: (31) 3236-7400
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