Em decisão que configura inequívoca vitória da cultura, e simboliza a união dos três poderes para melhor êxito das políticas públicas em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Cultura, o Tribunal de Justiça e a Assembleia Legislativa anunciam hoje (10/06) que o Teatro Klauss Vianna não será fechado, mantendo seu funcionamento para apresentações artísticas em suas diversas expressões. O anúncio ocorre às 10h, na Sala de Imprensa da Assembleia.
O presidente do TJ, desembargador Pedro Bittencourt, decidiu suspender a demolição do Teatro Klauss Vianna e encomendou estudo sobre a manutenção da sala, com acesso autônomo, e a construção de espaço próprio para as sessões plenas do Judiciário.
Após muitas reuniões e duas audiências públicas, que contaram com a participação do secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, e representantes da sociedade civil, a classe artística recebe a notícia com entusiasmo, participando da coletiva hoje.
O Teatro Klauss Vianna integra o centro cultural Oi Futuro, em Belo Horizonte. Sua manutenção tinha sido acordada desde a privatização da Telemig, antiga empresa estatal de telefonia, na década de 1990. Há dois anos, porém, por um acordo entre o Governo do Estado e o TJMG, o imóvel foi declarado de utilidade pública e desapropriado em favor do Tribunal.
O TJMG pagou ao Governo do Estado o valor de R$ 210 milhões pelo prédio da Avenida Afonso Pena, nº 4001, onde está localizado o Teatro Klauss Vianna. A negociação foi completada com a transferência, ao Executivo, de terreno do Judiciário no bairro Barro Preto, onde o governo implantou o Centro de Cultura Presidente Itamar Franco.
Com a decisão do Judiciário de transformar o Klauss Vianna em auditório de sessões, a Secretaria de Estado de Cultura, a Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa, a classe artística organizada, por meio do Movimento Viva Klauss, e demais interessados da sociedade civil manifestaram-se contra o fechamento do teatro. O TJMG esteve aberto ao diálogo com todos os envolvidos, tendo inclusive criado uma comissão de desembargadores para buscar uma solução.
O secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, colocou-se ao lado da classe artística mineira e em favor do Teatro Klauss Vianna e recebeu do presidente Pedro Bittencourt “a grata missão de anunciar a decisão histórica e o início de novas negociações para a consolidação do Klauss Vianna e as adaptações necessárias às demandas do TJ”. Segundo Angelo Oswaldo, o presidente sustou o processo de demolição, previsto para começar em agosto, e deve ainda submeter sua decisão ao colegiado dos 120 desembargadores.
O secretário finaliza afirmando que “o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, contando com o apoio da Oi Futuro e da participação da sociedade civil, asseguram o êxito completo da meta”.