![](/images/stories/migracao/cultura/2014/Sumav/Abertura%20da%20exposio%20Bichos%20do%20SertoMINI.jpg)
Crédito: Varônica Mamevy
O Centro de Arte Popular – Cemig, instituição vinculada à Superintendência de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura, e que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade, inaugurou na noite de ontem (quinta-feira-23/07) a exposição Bichos do Sertão, de Maria Lira. No evento a artista entoou cânticos populares, acompanhada por Frei Chico ao violão.
Com nítida emoção, Maria Lira agradeceu a todos que fizeram ser possível a realização da exposição. “Sem o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, da equipe do CAP (Centro de Arte Popular - CEMIG) e, principalmente dos meus amigos, essa mostra não aconteceria”.
O acervo apresenta ao público uma seleção de 51 peças da última e atual fase da mineira, pertencentes a colecionadores particulares, selecionadas especialmente para a exposição.
A matéria prima utilizada por Maria Lira para compor suas obras é recolhida da natureza, dos cupinzeiros brutos, do pedregulho duro. O material é socado e peneirado, resultando em pó fino como talco, misturado com água e cola. Assim, através de pigmentos terrosos recolhidos no solo do Jequitinhonha, tendo como suporte papel tela e seixos rolados extraídos dos rios, a artista passa a desenvolver figuras de animais que muito se assemelham a pinturas rupestres e que, segundo ela, são os bichos que brotam do seu imaginário.
Para Tadeu Bandeira, Diretor do Centro de Arte Popular-Cemig, “a exposição tem grande importância, pois Maria Lira é uma das únicas artistas do Vale do Jequitinhonha que trabalham com pintura no momento, além de ser detentora de grande domínio técnico, originalidade e linguagem própria”.
A mostra Bichos do Sertãotem entrada gratuita, e ficará em exposição de 24 de julho até o dia 13 de setembro de 2015, na Sala de Exposições Temporárias do Centro de Arte Popular – Cemig.
Crédito: Verônica Mamevy
Sobre Maria Lira
Nascida em Araçuaí, no Vale de Jequitinhonha, filha de mãe lavadeira e pai sapateiro, Maria Lira iniciou sua incursão no mundo da arte utilizando cera de abelha como suporte, material que seu pai usava em seu oficio, até chegar ao barro sob a orientação da tradicional ceramista Joana Poteira, que a ensinou todas as técnicas de queima da peça.
Em 1970, surgem as primeiras peças em cerâmicas, retratando a luta e o sofrimento de seu povo, reflexo de sua pesquisa sobre a cultura popular da região, realizada em colaboração com Frei Chico, frade holandês que ali chegou para desenvolver trabalho religioso. Também em barro, modelou elementos representativos de suas ascendências - negra e indígena - no formato de placas e máscaras para parede.
Em 1990, diagnosticada com lesão por esforço repetitivo, a artista viu, num primeiro momento, encerrada sua trajetória na arte. No entanto, aconselhada por Frei Chico, passou a dedicar-se à pintura, principalmente em papel e pedra, com tinta fabricada por ela mesma a partir de diferentes pigmentos de terra, que passou a recolher na região do Jequitinhonha. A temática também sofreu uma mudança, distanciando-se da figura humana. Lira se refere ao seu novo objeto de inspiração como “meus bichos do sertão”, enfatizando a presença do pronome possessivo, pois estes não existem na natureza, mas brotam em sua imaginação e ganham realidade a partir de seus desenhos e pinturas.
Sobre Maria Lira
Nascida em Araçuaí, no Vale de Jequitinhonha, filha de mãe lavadeira e pai sapateiro, Maria Lira iniciou sua incursão no mundo da arte utilizando cera de abelha como suporte, material que seu pai usava em seu oficio, até chegar ao barro sob a orientação da tradicional ceramista Joana Poteira, que a ensinou todas as técnicas de queima da peça.
Em 1970, surgem as primeiras peças em cerâmicas, retratando a luta e o sofrimento de seu povo, reflexo de sua pesquisa sobre a cultura popular da região, realizada em colaboração com Frei Chico, frade holandês que ali chegou para desenvolver trabalho religioso. Também em barro, modelou elementos representativos de suas ascendências - negra e indígena - no formato de placas e máscaras para parede.
Em 1990, diagnosticada com lesão por esforço repetitivo, a artista viu, num primeiro momento, encerrada sua trajetória na arte. No entanto, aconselhada por Frei Chico, passou a dedicar-se à pintura, principalmente em papel e pedra, com tinta fabricada por ela mesma a partir de diferentes pigmentos de terra, que passou a recolher na região do Jequitinhonha. A temática também sofreu uma mudança, distanciando-se da figura humana. Lira se refere ao seu novo objeto de inspiração como “meus bichos do sertão”, enfatizando a presença do pronome possessivo, pois estes não existem na natureza, mas brotam em sua imaginação e ganham realidade a partir de seus desenhos e pinturas.
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