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Reconhecido internacionalmente como um dos melhores de sua geração, o pianista argentino-venezuelano Sergio Tiempo é o convidado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais para a série Sinfônica em Concerto, sob a regência de Roberto Tibiriçá. Pela primeira vez junto à Orquestra Sinfônica de MG, Tiempo interpreta um clássico do Romantismo do século XIX: Concerto para Piano Nº 1, de Chopin, considerada uma das mais belas obras de Chopin e uma das mais complexas do repertório erudito para piano.
Nesta apresentação, Sergio Tiempo escolheu tocar uma obra de Chopin por considerá-lo um compositor que teve papel fundamental na sua formação como músico, e atualmente ainda exerce influência em sua carreira. O pianista explica que a peça exige grande técnica do solista já que os movimentos são contínuos e rápidos. “É uma peça que você não para de tocar um momento sequer. É muito bonita, tem um tom dramático, mas também é muito difícil”, revela.
Pela primeira vez ao lado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Sergio Tiempo destaca a importância de contribuir para que diferentes públicos tenham acesso à música clássica. “É uma honra poder apresentar ao lado de uma Orquestra tão importante como é a Sinfônica de Minas Gerais e, principalmente, muito feliz em poder ajudar a atrair novos apreciadores da música clássica”, finaliza.
Concerto para Piano Nº 1 é uma das mais expressivas obras do período romântico. Chopin escreveu dois concertos para piano, sendo que, cronologicamente, o nº1 foi o segundo a ser composto, mas o primeiro a ser editado, em 1829. Por isso, a numeração foi invertida. Concerto para Piano Nº 1 foi composto em 1830 e é uma das últimas peças apresentadas na Polônia antes de Chopin se mudar definitivamente para a França. A primeira apresentação aconteceu em 11 de outubro de 1830, em Varsóvia, tendo o próprio compositor como solista.
Natural da Venezuela, Sergio Tiempo mudou-se, ainda criança, para a Argentina. O primeiro contato com o piano foi aos três anos de idade, quando iniciou suas aulas no instrumento. Aos quatro anos, começou a se apresentar em recitais de música e em programas de tevê, na Argentina. A primeira aparição internacional foi aos sete anos, no Festival Menton, na França. Além de ter sido influenciado por grandes nomes da música, também foi orientado por Martha Argerich, Nelson Freire e Nikita Magaloff. No currículo, alguns dos mais importantes prêmios, como o Alex De Vries, e concertos em diversas casas dedicadas à música clássica, a Philharmonie de Berlim e Palais de Beaux-Arts Bruxelles,
Ainda no repertório do concerto serão executadas Polonaise Militaire, também de Chopin, com transcrição de Glazunov, e Sinfonia Nº 5, de Tchaikovsky. Serão realizadas duas apresentações desta Série, que integram a programação comemorativa dos 45 anos da Fundação Clóvis Salgado, celebrados em 3 de setembro.
Romantismo puro – O programa da apresentação procura recuperar o repertório Romântico do século XIX. Além de Chopin, o compositor russo Tchaikovsky é outro grande expoente do período. Segundo o Maestro Roberto Tibiriçá, a Sinfonia Nº 5, é uma de suas peças mais conhecidas. “Sinfonia nº 5 é bastante utilizada em casamentos, trilhas sonoras de filmes. Ela tem um forte tom nacionalista e um belo solo de trompa, o que emociona ainda mais o público”, destaca. De acordo com o maestro Roberto Tibiriçá, que se considera um romântico por natureza, é sempre um prazer reger obras que emocionam.
Para ele, “as composições de Chopin e Tchaikovsky elevam o nosso espírito e emocionam profundamente qualquer um que escute essas duas obras maravilhosas”. Ainda segundo o maestro, com a proposta da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais em resgatar o repertório romântico em suas apresentações, o público terá a chance de se emocionar em vários concertos.
ORQUESTRA SINFÔNICA DE MINAS GERAIS – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais pela lei 20.628. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Executa repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, do barroco ao contemporâneo, além de grandes sucessos da música popular, com a série Sinfônica Pop. Seus regentes titulares foram: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.
ROBERTO TIBIRIÇÁ – Nascido em São Paulo (SP), recebeu orientações de Guiomar Novaes, Magda Tagliaferro, Dinorah de Carvalho, Nelson Freire e Gilberto Tinetti. Foi discípulo do maestro Eleazar de Carvalho, com quem trabalhou durante 18 anos depois de ter vencido o Concurso para Jovens Regentes da OSESP. Ocupou o cargo de Regente Assistente no Teatro Nacional de São Carlos (Lisboa/Portugal) e em 1994 tornou-se Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica Brasileira. Entre 2000 e 2004, foi Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Petrobras Sinfônica e, entre 2005 e 2011, Diretor Artístico da Sinfônica Heliópolis, do Instituto Baccarelli (SP). Em 2010 assumiu a regência da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais onde permaneceu até 2013. Foi também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Campinas (SP), da Orquestra Filarmônica de São Bernardo do Campo (SP) e da Orquestra Sinfônica do Sodre (Uruguai). Dentre os muitos prêmios e honrarias que recebeu, destacam-se o XIII e XIV Prêmio Carlos Gomes como Melhor Regente Sinfônico; a Ordem do Ipiranga (SP); a Grande Medalha Presidente Juscelino Kubitschek (MG) e o Prêmio APCA (Associação dos Críticos Musicais de São Paulo) como Melhor Regente. Ocupa a Cadeira Nº 5 da Academia Brasileira de Música.
Sergio Tiempo – Considerado por críticos e músicos como um dos grandes talentos de sua geração, o pianista argentino-venezuelano Sergio Tiempo tornou-se destaque internacional desde sua estreia aos 14 anos no Concertgebouw, em Amsterdã. Ainda criança começou os estudos em piano. Tiempo já se apresentou com renomadas orquestras, como as Sinfônicas de Chicago e de Houston, Orquestra de Cleveland com Leonard Slatkin e Sinfônica do Novo Mundo, entre outras. No currículo do pianista, constam também concertos em respeitadas salas de música clássica, entre elas Kennedy Center, Davis Symphony Hall e Embaixador Hall, nos EUA; Philharmonie de Berlim, Palais de Beaux-Arts Bruxelles, Salle Pleyel, Conservatório Verdi, Accademy de Liszt e Hall de Tchaikovsky, na Europa; Suntory Hall, Orchard Hall e Bunka Kaikan, no Japão; Teatro Colón e outras salas da América do Sul. Destacam-se, nas premiações individuais, o Prêmio Alex De Vries 1986 e quatro primeiros prêmios no Festival de Música de Ealing de 1980, no qual foi homenageado, aos oito anos, como o participante mais talentoso. Em 2000, recebeu o Prêmio de Davinoff, na Alemanha.
Sobre os compositores
Frédéric Chopin (1810-1849) – Compositor polonês radicado na França, é conhecido como um dos mais importantes pianistas da história. Com técnica refinada e elaboração harmônica, Chopin inovou com novas formas musicais como a balada, e trouxe novidades como o piano, a sonata e a valsa. Suas obras são consideradas grandes pilares do romantismo na música erudita do século XIX.
Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) – Compositor russo do período romântico, Tchaikovsky compôs inúmeras sinfonias, concertos, óperas e balés que estão entre os mais famosos do repertório da música erudita. Sendo o primeiro compositor russo a alcançar reconhecimento mundial, Tchaikovsky ficou famoso por interpor o caráter russo de suas peças com elementos mais ocidentalizados e harmonias ricas. Faleceu aos 53 anos, em São Petersburgo.
PROGRAMA:
F. Chopin
Polonaise Militaire em Lá Maior, op. 40 Nº 1 (transcrição de Glazunov)
F. Chopin
Concerto para Piano Nº 1 em mi menor, op. 11
Solista: SÉRGIO TIEMPO
Allegro maestoso
Romanze – Larghetto
Rondo – Vivace
INTERVALO
P. Tchaikovsky
Sinfonia Nº 5 em mi menor, op. 64
Andante providentoso – Scherzo: Allegrocon anima
Andante cantabile, conalcunalicenza – Non Allegro
Valse – Allegro moderato conPatrioso
Finale – Andante maestoso – Molto assai e Moltomaestoso – Allegro vivace (Alla Breve) - Allegrocon anima