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Crédito: VejaBH
O MUQUIFU - Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos, fundado em novembro de 2012, será tema de dois encontros em duas universidades francesas: dia 6 de novembro, Université de Lorraine, em sua sede em Nancy, e dia 2, na Université de Rouen. Em ambas as oportunidades, o tema tratado nas palestras será a originalidade do museu de Belo Horizonte que se dedica a preservar as memórias das populações vítimas da ´gentrificação´, movimento urbano que expulsa para longe os habitantes mais vulneráveis dos centros urbanos. A iniciativa partiu da professora dra. Giuliana Tomasella, orientadora na Tese de Graduação desenvolvida pelo padre Mauro Luiz da Silva, diretor do MUQUIFU, na Universidade de Pádova - Itália, de 2008 a 2012.
"Estamos muito felizes com os excelentes resultados alcançados pelo Muquifu em tão pouco tempo de sua fundação, logo após o meu retorno da Itália. São quase três anos de muita dedicação, muito trabalho, muita criatividade para cumprir nosso papel na aplicação prática dos conceitos da museologia social, também chamada de museologia comunitária. Estivemos na Itália para nossa Primeira Exposição Itinerante, em janeiro e fevereiro do ano passado, e, agora, retornaremos à Europa para fazer chegar o mais longe possível a nossa denúncia: ´as histórias e as memórias dos negros, pobres e favelados não podem ser soterradas pelos tratores da especulação imobiliária”, afirma padre Mauro.
Para ministrar as palestras nas universidades francesas também foi convidado o artista plástico pernambucano Cleiton Gos que, juntamente com o artista Marcial Ávila, executa o trabalho de pintura da Igreja dos Santos Pretos, na Vila Estrela, em Belo Horizonte:
"Nosso objetivo é preservar a história e a memória das mulheres que há tantos anos frequentam esta capela e aqui se identificam, se manifestam através de gestos muito corriqueiros... Enquanto elas fazem o Chá da Dona Jovem, atividade cheia de ternura e espiritualidade, toda memória da Vila Estrela e do Aglomerado Santa Lúcia é preservada”, completa Ávila.