O violino é um dos instrumentos mais populares e também um dos mais importantes na música sinfônica. Em seu próximo concerto, pela série Fora de Série, a Filarmônica de Minas Gerais, regida pelo maestro Fabio Mechetti, interpreta o Romance nº 1 em Sol maior, op. 40, e o Romance nº 2 em Fá maior, op. 50; ambos para violino, com participação especial de Rommel Fernandes e Ara Harutyunyan, músicos da Orquestra. No repertório da apresentação, o público ouvirá também a Abertura Leonora nº 3, op. 72b; e a Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92. O concerto acontece no sábado, 24 de outubro, às 18h, na Sala Minas Gerais. A série Fora de Série apresenta, até o fim do ano, aclamadas obras de Beethoven, compositor homenageado da Temporada 2015. Os ingressos já estão esgotados.
Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Banco Votorantim por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Beethoven
Ludwig van Beethoven (Alemanha, 1770 – Áustria, 1827) ganha os holofotes da Orquestra na Temporada 2015 ao protagonizar a série Fora de Série. O compositor foi exemplo de autossuperação e cumpridor daquela que acreditava ser sua missão: a de ser, pela música, testemunha da humanidade. Filho de pai alcoólatra, que por muitas vezes agia com brutalidade, teve de assumir, ainda jovem, responsabilidades após a perda da mãe e a decadência do pai. Sua música procurou refletir os anseios do homem como indivíduo e ser social político. Nascido em Bonn, na Alemanha, estabeleceu-se, em 1792, em Viena, maior centro cultural da época, onde iria estudar brevemente com Haydn e posteriormente com Salieri. Beethoven se firma como talentoso compositor e instrumentista, com fama notória e ascensão ininterrupta. No entanto, sua surdez progressiva aparece como grande tragédia de sua vida, até a total perda da audição, o que não o impediu de continuar compondo, tornando-se uma lenda viva em sua época. Não é sem razão que Victor Hugo escreveria a respeito de Beethoven que “esse surdo ouvia o infinito”.
O maestro Fabio Mechetti
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho recebeu o Prêmio Carlos Gomes/2009 como Melhor Regente brasileiro. Recentemente, tornou-se o primeiro brasileiro a ser convidado a dirigir uma orquestra asiática, sendo nomeado Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia. Foi Regente Residente da Sinfônica de San Diego, Titular das sinfônicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo agora, Regente Emérito destas últimas duas. Na Sinfônica Nacional de Washington foi regente associado de Mstislav Rostropovich. Estreou no Carnegie Hall conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos dirigiu inúmeras orquestras e é convidado frequente de importantes festivais.
Realizou diversos concertos no México, Peru e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Na Europa regeu a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia e a Orquestra da Radio e TV da Espanha. Dirigiu também a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá, e a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. No Brasil, regeu a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Mechetti possui mestrados em Composição e Regência pela Juilliard School de Nova York.
O violinista Rommel Fernandes
Rommel Fernandes é spalla associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e mantém intensa atividade como recitalista e músico de câmara. Foi solista frente a diversas orquestras, incluindo a Filarmônica de Minas Gerais, a Osesp (como vencedor do concurso Jovens Solistas), Orquestra Unisinos, Orquestra de Câmara da Unesp, Advent Chamber Orchestra (ao lado de Jacques Israelievitch, ex-spalla da Sinfônica de Toronto) e Northwestern University Chamber Orchestra. Mestre e doutor em Música com Honors pela Northwestern University, Estados Unidos, na classe de Gerardo Ribeiro, Rommel frequentou também o Lucerne Festival Academy, Suíça, e o Tanglewood Music Center (TMC), onde estudou música de câmara com membros dos quartetos de cordas American, Cleveland, Concord, Juilliard e Muir. Natural de Maria da Fé, MG, Rommel iniciou seus estudos musicais no Conservatório Estadual de Pouso Alegre e obteve o Bacharelado em Violino pelo Instituto de Artes da Unesp, como aluno de Ayrton Pinto. Em São Paulo foi integrante da Orquestra Experimental de Repertório e spalla da Orquestra de Câmara da Unesp.
O violinista Ara Harutyunyan
Ara Haratyunyan nasceu em uma família de músicos em Yerevan, na Armênia, onde começou a estudar violino aos oito anos. Ao longo de sua carreira venceu várias competições nacionais e internacionais, participou de muitos festivais e masterclasses e apresentou-se como solista e músico de câmara na Armênia, Rússia, Geórgia, Quirguistão, Suíça, Líbano, Síria e Estados Unidos. Recentemente venceu o Jacoby Soloist Competition da Universidade de Wyoming e foi nomeado finalista nacional do MTNA Young Artist String Competition, ambas nos Estados Unidos. Harutyunyan obteve Bacharelado e Mestrado no Conservatório Estadual Yerevan Komitas. Estudou durante um ano na Suíça, na Universidade de Artes de Zurique, com o professor Rudolf Koelman. Foi membro do Quarteto de Cordas Yerevan e violinista da Orquestra Filarmônica da Armênia. Harutyunyan foi spalla assistente da Orquestra Sinfônica de Cheyenne durante um ano, antes de se mudar para o Brasil, em 2014, para assumir o cargo de spalla assistente da Filarmônica de Minas Gerais.
O repertório
Abertura Leonora nº 3, op. 72b(1805/1806)
A Abertura Leonora nº 3foi composta para uma reapresentação da ópera Fidélio, em 1806. Inicia-se com um Adagio, rico em modulações, que introduz o Allegro seguinte, em forma de sonata com dois temas. O desenvolvimento inclui material referente às peripécias do drama, como a ária do prisioneiro Florestan e os toques imponentes dos trompetes que lhe anunciam a liberdade. Mas a Abertura possui autonomia – seu estilo sinfônico e a realização concisa e equilibrada garantiram-lhe, com justiça, a permanência nas salas de concerto.
Romance nº 1 em Sol maior, op. 40 (1802) e Romance nº 2 em Fá maior, op. 50 (1798)
O primeiro Romance, em Sol maior (provável movimento lento concebido para o inacabado Concerto Wo05), foi composto em 1799 e publicado em 1802. Seu tema principal, emAndantelento, tem caráter pastoral e o desenvolvimento constrói um diálogo permanente entre o solista e a orquestra.O segundo Romance,Adagio cantabile, foi escrito em 1802. A forma alterna o lirismo do tema, em Fá maior, com a energia do motivo secundário, em fá menor. O final reintroduz o tema principal e conclui a peça com uma longa coda.
Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92(1811/1812)
No dia 8 de dezembro de 1813, Beethoven realizou na Universidade de Viena a primeira audição da Sétima Sinfonia. A pedido do público, o segundo movimento foi repetido como bis. O sucesso teve um significado especial para o compositor, pois, ao eleger o ritmo como elemento dominante da sinfonia, ele o idealizou como fator socializante, capaz de moldar os sentimentos coletivos (coincidentemente, a estreia ocorreu por ocasião de um concerto beneficente para os inválidos das guerras napoleônicas). Sob o aspecto da predominância do elemento rítmico, a Sétima Sinfonia se assemelha à Quinta. Entretanto, há entre elas uma diferença estrutural. Na Sinfonia nº 5, a força e a unidade advêm da recorrência da mesma célula rítmica em todos os movimentos; na Sétima, ao contrário, cada andamento é modelado e diferenciado por um padrão rítmico próprio.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Hoje em sua sede própria, a Sala Minas Gerais, a Orquestra Filarmônica foi criada em 2008, com o intuito de inserir Minas nos circuitos nacional e internacional da música orquestral. Formada por 94 músicos, vindos do Brasil, Europa, Ásia, Américas e Oceania, e sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra rapidamente alcançou reconhecimento do público e da crítica especializada. Administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Filarmônica mantém sua estrutura artística e executa sua vigorosa programação por meio de recursos públicos e privados, auditados anualmente para validar sua gestão.
SERVIÇO
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Série Fora de Série
24 de outubro – 18h
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Rommel Fernandes, violino
Ara Harutyunyan, violino
BEETHOVEN Abertura Leonora nº 3, op. 72b
BEETHOVEN Romance nº 1 em Sol maior, op. 40
BEETHOVEN Romance nº 2 em Fá maior, op. 50
BEETHOVEN Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92
Ingressos: R$ 30,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 40,00 (Mezanino), R$ 50,00 (Balcão Lateral), R$70,00 (Plateia Central) e R$90,00 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos, mediante comprovação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br