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Crédito: Izabel Chumbinho
Na manhã do último sábado, dia 24 de outubro, a alameda central da Praça da Liberdade se transformou em um grande palco para as histórias e tradições do rio São Francisco. Ao som do “Batuque de Ponto Chique” e do “Terno dos Temerosos” - grupos tradicionais de percussão e marujada da região do São Francisco - foi aberta a mostra “Alameda São Francisco: o rio inunda a cidade”. A instalação é um dos resultados da pesquisa desenvolvida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) em toda a parte navegável do rio, no trecho que liga Pirapora a Manga, passando por 17 cidades pelo caminho.
Durante três anos, os pesquisadores do instituto fizeram um cuidadoso levantamento das riquezas da região, registrando diferentes modos de vida, ofícios, técnicas, saberes, mitos, ritos e festejos. O registro deste trabalho está no “Caderno do Patrimônio Imaterial – Inventário Cultural do rio São Francisco”, que foi lançado também no dia 24, no MMMGerdau - Museu das Minas e do Metal. O evento contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo, da presidente do Iepha, Michele Arroyo, e dos índios xacriabás – que vieram de São João das Missões – e de diversos artesãos tradicionais das cidades que circundam a região do São Francisco.
Crédito: Izabel Chumbinho
“Trouxe aqui comigo uma viola feita há mais de 40 anos. Já são quatro gerações fazendo esses instrumentos. Gostaria de agradecer a todos por este carinho pelo São Francisco e fico torcendo pelo registro da viola como patrimônio imaterial de Minas”, disse o fabricante de instrumentos de corda, Antônio Raposo, que representou os artesãos.
O secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo, lembrou a importância cultural de toda a região do São Francisco e saudou os visitantes. “Dou as boas vindas aos xacriabás, os habitantes mais antigos. E, através deles, cumprimento todos os visitantes. Esse é apenas um primeiro contato desta nossa gestão que, a partir de agora, estabelecerá um canal permanente de comunicação com os artistas do São Francisco”, afirmou o secretário.
A presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), Michele Arroyo, também ressaltou os ofícios e tradições representados pelos artesãos e lembrou a importância de um trabalho regionalizado do governo para a preservação do patrimônio. “Temos aqui a benzedeira, o pescador ensinando a fazer sua rede, os xacriabás mostrando a sua pintura corporal. Esse patrimônio do São Francisco nos inspira a novos desafios e é com esse mesmo olhar que gostaríamos de chegar a todas as regiões de Minas”, revelou Michele.
A curadoria da exposição, executada por Tereza Bruzzi e Alexandre Rousset, foi realizada de forma colaborativa. Enquanto o mapeamento do patrimônio imaterial foi feito com a ajuda das comunidades ao longo do rio e do sertão próximo ao São Francisco, a seleção do que seria focado na mostra nasceu de uma relação de trocas de conhecimento entre os pesquisadores do Iepha e os curadores.
A mostra “Alameda São Francisco: o Rio inunda a cidade” fica em cartaz na ala central da Praça da Liberdade até o dia 2 de novembro. Dentro da programação cultural, está também uma apresentação do espetáculo “Mineiramente”, do Grupo Ponto de Partida, que acontecerá no dia 31 de outubro, no Circuito Liberdade.
Crédito: Izabel Chumbinho