Dois artistas convidados estreiam com a Filarmônica de Minas Gerais nos dias 5 e 6 de novembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais: o regente Arvo Volmer e a violinista Elissa Lee Koljonen, que interpreta o Concerto para violino em mi menor, op. 64, de Mendelssohn. O programa se completa com a exuberância de um dos balés mais relevantes do século passado: Pretrushka, de Stravinsky; ecom Hymne, evocativa peça orquestral do francês Olivier Messiaen.
Os concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais.
O maestro convidado Arvo Volmer
O maestro estoniano Arvo Volmer é amplamente aclamado por suas performances intensas tanto em óperas como em concertos. Volmer foi nomeado diretor artístico da Orquestra Haydn de Bolzano e Trento, Itália, a partir da temporada 2014/2015. Com o grupo fez um programa de intercâmbio com a Orquestra Sinfônica de Milão Giuseppe Verdi e turnês para o Maggio Musicale Fiorentino e o Festival Internacional da Música em Milão e Torino. Ocupou os cargos de diretor artístico e regente principal da Ópera Nacional da Estônia e de diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Adelaide, Austrália. Conduziu a orquestra em turnês nos Estados Unidos, incluindo o Carnegie Hall de Nova York, e em projetos como o seu aclamado Ciclo Mahler, de cinco anos. Volmer permanece ligado à orquestra como seu regente convidado principal e consultor artístico. Ao longo de sua carreira, gravou extensivamente, incluindo as sinfonias completas de Sibelius com a Orquestra Sinfônica de Adelaide e as obras sinfônicas de Eduard Tubin. Também gravou a obra completa de Leevi Madetoja e compositores contemporâneos suecos e estonianos. Seu lançamento mais recente apresenta os concertos de sopro de Ross Edwards com a Sinfônica de Melbourne.
A violinista Elissa Lee Koljonen
Reconhecida como uma das violinistas mais célebres de sua geração, Elissa Lee Koljonen tem emocionado plateias e críticos em mais de cem cidades em todo o mundo. Inicialmente, Elissa recebeu aclamação internacional quando se tornou a primeira a receber o prestigiado Prêmio Fundação Henryk Szeryng e a medalha de prata do Concurso Internacional de Violino Carl Flesch. Como recitalista, Elissa já se apresentou em muitas capitais musicais, incluindo Londres, Amsterdan, Salzburg, Seul, Washington, Filadélfia e Nova York. Foi aclamada pela crítica em sua estreia no Queen Elisabeth Hall, em Londres, e em suas performances com o London Mozart Players e a Orquestra Filarmônica de Monte-Carlo, em um concerto especial comemorando o 700º aniversário da dinastia Grimaldi. Elissa é pupila do grande Aaron Rosand no Curtis Institute of Music. Por sua influência, ela continua o legado e a tradição de Leopold Auer e sua lendária escola de violino.
O repertório
Olivier Messiaen (França, 1908-1992) e a obra Hymne (1932, versão original – 1946, versão reconstruída)
Filho de um professor de Letras, tradutor de Shakespeare, e de uma poeta simbolista, Messiaen cresce em um ambiente intelectual, determinante de sua cultura eclética. Prisioneiro de guerra entre 1940 e 1942, compõe e executa, no campo de concentração, sua obra mais famosa: o Quarteto para o Fim do Tempo. Professor do Conservatório de Paris desde 1942, figuram entre seus alunos nomes como Boulez, Xenakis e Stockhausen. Em 1932, Messiaen compõe uma obra intitulada Hymne au Saint-Sacrement. A partitura dessa obra perdeu-se durante a Segunda Guerra Mundial, mas Messiaen a reconstituiu em 1946, encurtando-lhe o título: Hymne (Hino). A obra foi estreada em Paris no ano de 1933, pela Orcherstre des Concerts Straram, sob a regência de Walther Straram. Para o autor, a obra caracteriza-se sobretudo por seus efeitos de cor. Cores de acordes, cores de timbres, cores melódicas, contrastes. A música de Messiaen fala por ela só: universal e moderna. Por isso mesmo, sólida.
Felix Mendelssohn (Alemanha, 1809 – 1847) e o Concerto para violino em mi menor, op. 64 (1844)
Neto do filósofo Moses Mendelssohn, importante figura do Iluminismo alemão, Felix Mendelssohn recebeu educação sofisticada e musicalmente abrangente, obtendo grande sucesso como regente, pianista e compositor. Sua trajetória marcou-se pela precocidade: antes dos dezenove anos, Mendelssohn já compusera muitas de suas mais importantes obras, principalmente para a música de câmara, e a célebre abertura de Sonho de uma noite de verão. Terminado aos 35 anos, o Concerto apresentado pela Filarmônica de Minas Gerais foi dedicado ao amigo e violinista Ferdinand David, que o estreou, sob a regência do compositor dinamarquês Niels Gade, em 1845. Mendelssohn, entretanto, só o ouviria um mês antes de sua morte, em 1847, interpretado por Josef Joachim.
Igor Stravinsky (Rússia, 1882 – Estados Unidos, 1971) e a obra Petrushka (1910 / 1911, versão original – 1947, versão revisada)
Em Petrushka, Stravinsky conduz o ouvinte através de um cenário multicolorido, no qual a diversidade de atmosferas e de timbres, a vivacidade da invenção rítmica e a riqueza de contrastes convidam à imersão em um mundo singular. Petrushka é um dos três balés da chamada fase russa de Stravinsky. Estreada em 1911, ladeada por duas outras obras marcantes – O Pássaro de Fogo (1910) e A Sagração da Primavera (1913) –, ocupa lugar importante na multifacetada produção do compositor. Um dos balés mais populares da Rússia, a história do fantoche que se emociona, cria alma e não passa imune às vicissitudes da existência, ecoa em todos, por sua humanidade, conduzida pela magia da invenção musical stravinskiana.
SERVIÇO
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Série Presto |
5 de novembro - 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
6 de novembro - 20h30
Sala Minas Gerais
Arvo Volmer, regente convidado
Elissa Lee Koljonen, violino
MESSIAEN Hymne
MENDELSSOHN Concerto para violino em mi menor, op. 64
STRAVINSKY Petrushka (1947)