![](/images/stories/migracao/cultura/2015/FEC/christopher-seaman-foto-walter-colley%20mini.jpg)
Depois de se apresentar com a Filarmônica de Minas Gerais em 2013, o violoncelista alemão Daniel Müller-Schott retorna a Belo Horizonte para executar o aclamadoConcerto em Ré maior, Hob. VIIb:2, de Haydn. Os concertos, que acontecem nos dias 12 e 13 de novembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais, serão conduzidos pelo regente convidado Christopher Seamane também trazem no repertório a magnífica Décima Sinfonia de Shostakovich e três Danças Eslavas de Dvorák.
Os concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e contam com o patrocínio do Mercantil do Brasil por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O maestro convidado Christopher Seaman
O maestro britânico Christopher Seaman é reconhecido internacionalmente pelo seu modo inspirador de fazer música. Com uma longa e notável carreira nos Estados Unidos, foi diretor musical da Filarmônica de Rochester por treze anos e, depois, maestro laureado. Também foi diretor musical da Filarmônica de Nápoles, maestro residente na Sinfônica de Baltimore, consultor artístico da Sinfônica de San Antonio e, no Reino Unido, maestro principal da Sinfônica da BBC da Escócia e da Northern Sinfonia. Em 2009, tornou-se Doutor Honorário em Música pela Universidade de Rochester. Seu primeiro livro, Inside Conducting, publicado pela universidade, está entre os favoritos de 2013 do Financial Times e da revista Classical Music.
Envolvido com o incentivo a jovens talentos, é diretor de curso do Programa de Aperfeiçoamento de Maestros da Symphony Services International, na Austrália. Com o mesmo objetivo trabalhou com a Tonhalle-Orchester Zürich, com a Orquestra Nacional da Juventude da Grã-Bretanha e a Guildhall School of Music and Drama. Em gravações,trabalhou com a Royal Philharmonic, a Philharmonia e a Filarmônica de Rochester.
O violoncelista alemão Daniel Müller-Schott
Daniel Müller-Schott está entre os melhores violoncelistas de sua geração e pode ser ouvido nos mais importantes palcos internacionais. Esta é a segunda apresentação de Daniel Müller-Schott com a Filarmônica de Minas Gerais; a primeira foi em 2013. Além dos grandes concertos para violoncelo, Daniel se interessa em descobrir novas obras e expandir o repertório do instrumento com suas próprias adaptações e em cooperação com os compositores. Sir André Previn e Peter Ruzicka dedicaram a ele um concerto, estreado por Daniel sob regência dos compositores. O músico recebeu o Prêmio Aida Stucki 2013, conferido pela Fundação Anne-Sophie Mutter, instituição que o apoiou desde cedo. Estudou com Walter Nothas, Heinrich Schiff, Steven Isserlis e com Mstislav Rostropovich. Aos quinze anos, recebeu o primeiro prêmio no Concurso Internacional Tchaikovsky para Jovens Músicos, em Moscou.
O repertório
Antonín Dvorák (Boêmia, atual República Tcheca, 1841 – 1904) e as Danças Eslavas, op. 72, nos 7, 2 e 5 (1886/1887)
Um dos principais modelos para Antonín Dvorák foi seu conterrâneo Smetana, nome da escola tcheca frequente e injustamente esquecido, que explora as danças típicas do folclore eslavo principalmente em sua obra para piano e para conjuntos de câmara. As duas coleções de danças eslavas de Dvorák, porém, têm uma fonte curiosa, e mais imediata: as Danças Húngaras de Brahms. Da mesma forma que as Danças Húngaras de Brahms, os dois cadernos (op. 46 e op. 72, sendo que a Filarmônica tocará três danças do segundo caderno) das Danças Eslavas de Dvorák foram compostos originalmente para piano a quatro mãos. Nelas, ele tem plena liberdade de explorar os ritmos e gêneros de seu próprio folclore, sem mascará-los em formas supostamente universais. Com isso, Dvorák traz ao mundo danças até então pouco ou nada conhecidas pelo Ocidente. Kolo, Starodávny e Spacirka, são, respectivamente, as danças números 7,2 e 5 do op. 72. A primeira é comum a diversos povos eslavos e se trata de uma dança circular. A segunda, por sua vez, é uma dança típica da Silésia. O título, de difícil tradução, segundo os estudiosos, evoca uma lembrança cara, como a de um primeiro amor. A última se trata de uma dança não muito rápida e o nome em tcheco deriva do alemão spazieren (passear).
Franz Joseph Haydn (Áustria, 1732 – 1809) e o Concerto para violoncelo em Ré maior, Hob. VIIb:2 (1783)
Por quarenta anos, Haydn trabalhou para a poderosa família Esterházy, combinando as funções de regente e compositor. De 1778 a 1790, o principal violoncelista da orquestra Esterházy foi Anton Kraft, para quem Haydn compôs o célebre Concerto em Ré maior. Durante muito tempo duvidou-se da autenticidade dessa peça que, até uma data relativamente recente, julgava-se escrita pelo próprio Anton Kraft(ele, efetivamente, deixou alguns concertos para seu instrumento). O descobrimento da partitura autógrafa de Haydn, em 1953, dissipou finalmente as dúvidas e restituiu a obra ao verdadeiro autor; como, aliás, suas características e a excelência musicais indicavam. Trata-se de um concerto da plena maturidade do compositor, notável por explorar sabiamente as possibilidades técnicas do instrumento (por exemplo, seus efeitos de cordas duplas e triplas) e pela beleza melódica.
Dmitri Shostakovich (Rússia, 1906 – 1975) e a Sinfonia nº 10 em mi menor, op. 93 (1953)
Shostakovich surge no cenário soviético a partir do legado de Prokofiev, compositor que, mesmo não tendo formado escola, foi o desbravador de um caminho de criação, sob as imposições do regime comunista, ao reabilitar a melodia e o contraponto, ao ampliar, em certo sentido, o próprio sistema tonal, e ao recuperar formas e procedimentos clássicos, sem abrir mão da modernidade. Shostakovich foi denunciado duas vezes ao Partido Comunista. A primeira, em 1936, após a estreia da ópera Lady Macbeth, à qual estava presente Stalin, e a segunda em 1948, por compor uma música demasiado formalista e ocidentalizante, de base nitidamente não russa, que não atingia as massas proletárias. As consequências da segunda denúncia, para o compositor, foram funestas: a maior parte de suas obras foi banida, ele foi demitido de seu cargo no Conservatório de Leningrado e a maior parte dos privilégios de sua família foi cancelada. A Décima Sinfonia é a primeira grande obra sinfônica do compositor criada após a segunda denúncia. Foi estreada pela Orquestra Filarmônica de Leningrado, sob a batuta de ninguém menos que Yevgeny Mravinsky.
SERVIÇO
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Série Allegro |
12 de novembro - 20h30
Sala Minas Gerais
Série Vivace
13 de novembro - 20h30
Sala Minas Gerais
Christopher Seaman, regente convidado
Daniel Müller-Schott, violoncelo
DVORÁK Danças Eslavas, op. 72, nos 7, 2 e 5
HAYDN Concerto para violoncelo em Ré maior, Hob. VIIb:2
SHOSTAKOVICH Sinfonia nº 10 em mi menor, op. 93
Ingressos: R$ 30,00 (Balcão Palco e Coro), R$ 40,00 (Mezanino), R$ 50,00 (Balcão Lateral), R$70,00 (Plateia Central) e R$90,00 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos, mediante comprovação.
Informações:(31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br