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Depois de dois anos fora do seu lugar ideal - as paredes de um museu, bem ao alcance dos olhares contemplativos de seus visitantes - as telas da Pinacoteca do Estado de Minas Gerais voltam a ser expostas, no Museu Mineiro, a partir desta quinta-feira (26/11). São mais de 250 obras, datadas do final do século XIX até meados do XX, que irão se revezar em exposições temporárias na Sala Multiuso do museu integrante do Circuito Liberdade.
Serão expostas 24 telas, com destaque para o polêmico quadro, “A Má Notícia”, assinado por Belmiro de Almeida, em 1897. Curiosamente, no ano da transferência da capital de Ouro Preto para Cidade de Minas (hoje Belo Horizonte), o artista chega de Paris com uma nova tela. Nela se expressa luto, a emoção de uma jovem mulher após receber uma carta com tarja preta. Fato que deu margem à interpretação popular de que a má notícia era a mudança da capital.
O acervo modernista e classicista de artistas plásticos mineiros, como Inimá de Paula e Aníbal Mattos, estava guardado desde 2013, quando teve início a restauração da pintura feita por Alfredo Lima, em 1908, no forro da Sala das Sessões. De acordo com a coordenadora do Museu Mineiro, Angelina Camelo Bagetti, a ideia é instigar o público com o rodízio das obras e dar visibilidade ao acervo da pinacoteca, organizado na década de 70 pelo escritor Murilo Rubião, junto ao crítico de arte Márcio Sampaio. “Vale a pena acompanhar as mudanças das exposições temporárias que pretendem surpreender com a variedade e riqueza do acervo pictórico do nosso museu. Estamos trabalhando ainda em uma nova exposição permanente, que ocupará futuramente todo o prédio”, informa a coordenadora.
Angelina conta ainda que os retratos e paisagens a serem expostos, principalmente os que se referem à ocupação da nova capital, são inspiração para pesquisadores contemporâneos, como Rodrigo Vivas, autor do livro “Por uma história da Arte em Belo Horizonte”.
O novo percurso expositivo da Sala Multiuso tem início com uma coleção de desenhos feitos a carvão por Honório Esteves, além de quadros de Rodelnégio e Heider. Essa disposição foi inspirada pelo mês da Consciência Negra, já que tais artistas figuravam cenas cotidianas dos escravos durante o período colonial. As paredes laterais abrigarão as pinceladas de Renato de Lima, José Marques Campão, Henrique Massena e Alberto Delpino. Aqui os visitantes irão se deparar com os horizontes mineiros criados pelos pintores paisagistas. Para terminar, no corredor de acesso ao 2º pavimento, será possível ficar cara a cara com figuras emblemáticas da história de Minas. Na coleção de retratos estarão o Retrato de Afonso Pena, de Crispim Jacques Bias Fortes, entre outros.
SERVIÇO:
Museu Mineiro volta a expor telas da Pinacoteca do Estado
DATA: 26 de novembro de 2015
HORÁRIO: às terças, quartas e sextas-feiras das 10h às 19h; às quintas-feiras das 12h às 21h; aos sábados e domingos das 12 h às 19 h.
LOCAL: Museu Mineiro - Av. João Pinheiro, 342 – Funcionários, Belo Horizonte – MG
GRATUITO
INFORMAÇÕES: (31) 3269-1103
Por Aline Rosa de Sá