Em sessão especial o público poderá conhecer os vencedores da segunda edição do prêmio BDMG Cultural / FCS de Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento. Os projetos Retalho, deHannah Serrat, e Filé, de Natália Reis, foram selecionados na categoria AMANHECER, para diretores estreantes sem comprovada exibição pública em festivais, mostras ou televisão. Já na categoria MIRADA, destinada a diretores com exibição comprovada em festivais, mostras ou televisão, os vencedores foram Moto-perpétuo, de João Borges e Constelações, da produtora Filmes de Plástico e direção de Maurílio Martins.
Segundo o gerente de cinema da Fundação Clóvis Salgado, Philipe Ratton, a exibição desses filmes “proporciona ao público a primeira experiência dessas obras em uma situação cinema, onde poderão ser verificadas as estratégias de realização de cada obra partindo do pressuposto de invenção lançado pelo edital. Desta forma destaca-se a efetivação dessa parceria entre a Fundação Clóvis Salgado e o BDMG Cultural no sentido de estimular a produção cinematográfica mineira”.
Outra vertente do prêmio é estimular os cineastas a elaborarem propostas estéticas e conceituais que utilizem ferramentas tecnológicas de produção de baixo custo e fácil acesso, de acordo com o conceito de Cinema de Invenção, estabelecido pelo pesquisador Jairo Ferreira. É a partir dessa perspectiva que os cineastas contemplados começaram a trabalhar seus projetos, aponta Philipe Ratton.
Este ano, o prêmio contou com um aporte de R$ 90 mil, que foi distribuído em prêmios de 15 mil e 30 mil reais, para as categorias Amanhecer e Mirada, respectivamente. O resultado desse investimento pode ser conferido no Cine Humberto Mauro, durante sessão especial de lançamento dos curtas vencedores desta segunda edição do prêmio.
Primeiras experiências – A categoria AMANHECER, que celebra o trabalho de diretores iniciantes, premiou as jovens diretoras Hannah Serrat e Natália Reis. Hannah Serrat estreia no Humberto Mauro sua primeira produção. O curta RETALHO se utiliza da metalinguagem para narrar a história dos pequenos vídeos caseiros produzidos pelo aposentado José Marcos que, ainda na década de 1990, começou a filmar pessoas e lugares em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Após encontrar esse material no Youtube, Hannah estabeleceu uma relação pessoal com as filmagens, sem ainda saber o que poderia ser feito daquele trabalho. “O filme não tinha forma nenhuma até que eu passei a conviver mais com essas imagens. Só então eu consegui dar forma ao que eu queria fazer”, detalha Ana.
Natália Reis, também premiada na categoria Amanhecer, apresenta Filé, que retrata a história de Lúcia, uma mulher que possui uma relação intima com Juiz de Fora. Após se mudar para um apartamento na periferia da cidade, Lúcia descobre novas possiblidades de se relacionar com o local e com as outras pessoas que começam entrar na sua vida.
Explorando Ligações afetivas - Vencedor da categoria MIRADA, João Borges apresenta proposta inusitada. O curta MOTO-PERPÉTUO é uma investigação documental produzida a partir do olhar afetivo que o cineasta desenvolveu durante uma residência artística em Conceição do Mato Dentro. Ao longo de 17 minutos, João Borges utiliza outras linguagens artísticas, como pinturas e instalações audiovisuais de artistas que também participaram da residência, para narrar, de forma não linear, a história do Cemitério do Peixe, patrimônio histórico e cultural da cidade.
A mesma relação afetiva inspirou o roteiro de CONSTELAÇÕES, dirigido por Maurílio Martins, também contemplado na categoria Mirada. O diretor utilizou momentos de sua própria história como inspiração para elaborar e finalizar o filme. Com pouco mais de 20 minutos, o curta foi filmado entre as BR’s 381 e 434, e narra o encontro de duas pessoas completamente diferentes: um homem que dá carona a uma estrangeira. Apesar das dificuldades de comunicação entre os dois, as frustrações e as coincidências da vida acabam estabelecendo uma outra forma de diálogo entre as personagens.
Para os dois cineastas, vencer o Prêmio BDMG Cultural / FCS de Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento representa um incentivo a mais aos jovens diretores. De acordo com João Borges “o edital apoia um projeto embrionário e o transforma em uma produção concisa. Os resultados apresentados, por si só, já demonstram a qualidade dos filmes”. Maurílio destaca que “muita gente talentosa está espalhada por aí. Com o edital, essas pessoas têm a chance de colocar em prática uma ideia que ainda estava somente na cabeça”.
Sinopses dos filmes
RETALHO, de Hannah Serrat
José Marcos é aposentado e, desde os anos 90, faz registros de pessoas e lugares em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Há algum tempo, ele passou a compartilhar seus vídeos no Youtube. Hannah tem 24 anos e faz seu primeiro filme com imagens de arquivo: os vídeos de José Marcos que ela descobriu na internet. A partir dessas imagens, ela busca encontrá-lo e redescobrir as pessoas e os lugares que ele um dia filmou.
FILÉ, de Natália Reis
Lúcia é uma mulher que possui uma relação íntima com a cidade de Juiz de Forta/MG. Após muito tempo trabalhando, ela finalmente consegue se mudar para um apartamento melhor. Localizado na periferia da cidade, entre botecos e lojinhas, o lugar reserva algo mais para ela: Uma jovem refugiada do tédio e das pressões da sua vida familiar. Laura surge como uma parte integrante do novo espaço: deitada no chão do quarto vazio, fumando cigarros e escutando música. A garota é rapidamente acolhida naquele ambiente e na vida de Lúcia, que acaba levando-a para conhecer a vizinhança e os bares que frequenta como uma espécie de iniciação ao seu mundo.
MOTO-PERPÉTUO, de João Borges
Um vilarejo no sertão mineiro desperta a imaginação. Do alto da serra, avistamos uma capela, um cemitério e cerca de duzentas casinhas. Ao aproximarmos, porém, percebemos que o lugar está completamente vazio.
CONSTELAÇÕES, de Maurílio Martins
Um homem dá carona a uma mulher desconhecida. Ela, dinamarquesa, procura pelo pai, brasileiro, que não vê há mais de 25 anos. Ele, recém-divorciado e pai de um garoto que vive com a mãe, segue em direção a sua terra natal, para o enterro do melhor amigo de infância, que foi assassinado. Ele só fala português. Ela, desde os seis anos, não lembra mais nada do idioma do pai. Os dois seguem pela estrada.
Sobre os diretores
Hannah Serrat é mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG e graduada em Comunicação Social com habilitação em Rádio/TV pela mesma instituição. Pesquisadora de Cinema, integra o grupo de pesquisa Poéticas da Experiência. Em 2014, atuou ainda como membro da comissão de seleção do 16º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte.
Natália Reis está no último período do curso de Artes e Design na Universidade Federal de Juiz de Fora. Fez parte do projeto de pesquisa “A Nouvelle Vague sob a ótica dos críticos e/ou cineastas do Cinema Novo”. Atualmente, fez a curadoria da mostra “Meninas dos Olhos”, do Cineclube do Instituto de Artes e Design.
João Borges realizou os curtas-metragens Cajaíba (2011) e Tigre (2013). Atualmente, trabalha nos documentários Kappa Crucis e A Cidade Fantasma.
Maurílio Martins é sócio da produtora Filmes de Plástico, Roteirista e Técnico de Som de diversos filmes, dirigiu os curtas-metragens "Contagem" (co-direção com Gabriel Martins, Melhor Direção no Festival de Brasília) e "Quinze" (Melhor Curta no Janela Internacional do Recife, Prêmio Canal Brasil na Mostra de Tiradentes), entre outros. Prepara-se para dirigir o longa-metragem "No Coração do Mundo", junto de Gabriel Martins, a ser rodado em 2016.
Sessão especial: Prêmio FCS/BDMG Cultural de Estímulo ao Curta-Metragem de Baixo Orçamento
Data: 15 de dezembro (terça-feira)
Horário: 19h30
Local: Cine Humberto Mauro, Palácio das Artes – Av. Afonso Pensa, 1537, Centro
Entrada gratuita
Classificação: livre
Informações para o público: (31) 3236-7400
Informações para a imprensa:
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