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Os produtores mineiros Fred Furtado e Iago Rezende saíram da cidade de Barbacena, região central de Minas Gerais, no início deste mês, rumo a Lille, no norte da França, onde gravam, até o dia 19 de dezembro, cenas do documentário “Uma Maria, Um José” junto à companhia de teatro francesa ThéatreK.
A viagem, viabilizada pelo programa Circula Minas, possibilita a proposição, por meio do audiovisual, de novas reflexões a respeito de uma antiga polêmica que ronda a localidade mineira: o tratamento de pessoas com transtornos mentais.
O documentário surge da história de Maria Aparecida e José Marcelino, ambos pacientes do Hospital Colônia, conhecido pelo duro tratamento aplicado aos internos entre os anos 1950 e meados de 1990.
Para o jovem artista e jornalista mineiro Iago Rezende, a produção pretende quebrar antigos tabus quando o tema é transtorno mental. “Barbacena precisa conhecer o que já é debatido fora do país. É importante quebrar os tabus que envolvem a loucura”, afirma Iago que ressalta, entre as contrapartidas do edital, a promoção de mesas redondas nas cidades de Barbacena, Ouro Preto e Juiz de Fora para a ampliação do debate sobre as doenças psiquiátricas.
Fred Furtado, conselheiro de cultura do Estado e atual coordenador da Câmara Temática de Difusão e Intercâmbio do CONSEC-MG, enxerga a experiência como uma janela para a difusão da história de sua cidade. “A viagem traz uma grande visibilidade para Barbacena, que entra no cenário cultural com um histórico tão sensível”.
A loucura de Minas na França
Sobre a parceria com a companhia de teatro francesa, Fred Furtado revela que a ThéatreK veio a Minas, em outubro, em laboratório para a criação de uma nova comédia romântica “Uma Maria, Um José”.
A inspiração da peça já apresentada nos dias 8 e 10 de dezembro no teatro L’Oiseau Mouche, em Lille, foram os mesmos personagens que motivam o documentário mineiro. A equipe francesa também recebe os mineiros, compartilhando conhecimentos das artes cênicas e visuais para o aprimoramento do documentário gravadas em território francês.
Circula Minas
O programa da Secretaria de Estado de Cultura dispõe de R$ 300 mil destinados para artistas, estudiosos da cultura, técnicos, agentes culturais, mestres e mestras dos saberes e fazeres populares, com residência permanente em Minas Gerais, para participarem de atividades prioritariamente culturais, promovidas por instituições brasileiras ou estrangeiras de reconhecido mérito.
A implementação inédita do edital, o aumento do valor do recurso, a pré inscrição online e a transparência nos critérios de participação e avaliação são algumas das novidades da edição que reafirmam o compromisso da SEC com a democratização e ampliação dos mineiros ao acesso à cultura.
Por Aline Rosa de Sá