Em três apresentações pensadas para o período que marca a quaresma, o Coral Lírico de Minas Gerais traz um repertório diverso, mas que respeita a sobriedade da liturgia católica, com obras de Lindembergue Cardoso, Henrik Górecky, Felix Mendelssohn, Giuseppe Verdi. O repertório inclui também obras inéditas e trechos que serão interpretados pelo coral ao longo do ano, como as composições de Charles Gounod e Carlos Gomes, das óperas Romeu e Julieta e O Guarani, montagens operísticas da Fundação Clóvis Salgado que serão produzidas em 2016. A regência é do Maestro Titular do Coral Lírico de Minas Gerais, Lincoln Andrade.
O maestro Lincoln Andrade explica que os concertos foram pensados exatamente para este momento marcante da Igreja Católica, em que os cristãos se preparam para a Páscoa. Começando imediatamente após o Carnaval, o período de quaresma é marcado por penitências e pode ser considerado um momento de expiação para os fiéis católicos, em que ocorre a reflexão sobre suas atitudes, seus pecados, ou que deve provocar mudanças no comportamento. “As músicas são mais sóbrias, mas nem por isso menos emocionantes, daí o programa mesclar composições sacras e seculares”, diz.
O concerto tem início com Alles was Odem Hat, lobe den Herrn!, da Sinfonia nº2 em Si bemol maior, de Felix Mendelssohn. Em livre tradução, a obra tem o título de Tudo que respira, louve ao Senhor Deus!, é um coro de evocação. Em seguida, o Coro executa trecho do Réquiem, de Verdi, Sanctus et Benedictus. A composição, com forte apelo dramático, foi composta em homenagem à Alessandro Manzoni, escritor e humanista, do qual Verdi era grande admirador. O texto da missa inspirou o compositor a explorar uma nova habilidade de escrever grandes seções em escala sinfônica para coro e orquestra. “O Sanctus et Benedictus, juntos, foram escritos para dois coros e quatro vozes cada um e representa um momento de grande contrição”, completa o Maestro.
Na sequência estão três obras seculares, com trechos de óperas. Primeiro as composições Vérome vit já dis deux families rivales e L’heure s’envole, da ópera Romeu e Julieta, respectivamente prólogo e coro de abertura do primeiro ato. No prólogo são apresentadas as famílias e preparado o ambiente da história de amor que envolve integrantes dos clãs Capuleto e Montecchio; Aspra, crudel, terrible, Coro di Aimorè, da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, dá continuidade ao concerto.
Inéditas em Belo Horizonte - Retornando às obras sacras, o Coral Lírico de Minas Gerais apresenta a Missa Brevis, de Lindembergue Cardoso, composição inédita no repertório do Coral e também em Belo Horizonte. A canção tem forte relação com o período da quaresma, não possuindo os trechos Glória e Credo, que são retirados das missas em respeito à sobriedade pedida pelo período. Líncoln Andrade explica que Lindembergue Cardoso foi um importante compositor baiano e deixou uma obra vasta para gêneros distintos como música de concerto, popular, religiosa e ópera. O concerto termina com a interpretação de Amen, de Henrik Górecky, também inédita em Belo Horizonte. A composição busca encontrar uma ligação entre a música e a espiritualidade do texto. Para isso Henrik, de acordo com o maestro Lincoln Andrade, recorre a uma harmonia relativamente simplificada, o que torna a música forte e de fácil compreensão.
Série Lírico Sacro
Série Lírico Sacro
Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem
Dia: 18 de fevereiro (quinta-feira)
Horário: 19h30
Local: Rua Sergipe, 172 – Centro
Entrada gratuita
Basílica Nossa Senhora de Lourdes
Dia: 21 de fevereiro (domingo)
Horário: 16h15
Local: Rua da Bahia, 1596 - Lourdes
Entrada gratuita
Igreja de São Sebastião
Dia: 28 de fevereiro (domingo)
Horário: 19h30
Local: Rua Paracatu, 460 - Barro Preto
Entrada gratuita