Tudo começou em 1993. Todas as quintas-feiras, a rotina maçante do dia a dia dava lugar a cerveja gelada, um papo descontraído e muita roda de choro. Músicos, amadores e profissionais se reuniam no Bar do Bolão, localizado no bairro Padre Eustáquio, em BH, para se divertir ao som de uma boa música.
A partir dessas reuniões, com o com o objetivo de exaltar, valorizar, estimular e divulgar o gênero, surgiu a ideia de fundar um Clube do Choro na capital. No ano de 2006, através de uma Assembleia Geral com a presença de 23 sócio fundadores, o grupo sem fins lucrativos entrou em funcionamento.
O Clube completa, no dia 14 de maio, uma década de atividades de instrumentistas, compositores e intérpretes, que se dedicam ao estudo e apresentações de audições musicais em casas de espetáculos, bares e espaços culturais. “Existem artistas e histórias maravilhosas abrigadas nas estradas mineiras. O triângulo mineiro, a zona da mata, o centro-oeste guardam tesouros importantes para o choro brasileiro. A proposta do Clube do Choro é exatamente organizar, apoiar e valorizar esses músicos, dando oportunidade e visibilidade. O ritmo é a base de muitos gêneros musicais e por isso atravessa gerações, então a nossa entidade busca organizar essa cultura tão enraizada em Minas Gerais”, explica o presidente do Clube do Choro de BH, Acir Antão.
Para encerrar a programação de comemorações, o grupo se apresenta neste sábado (14) no Grande Teatro Palácio das Artes, e presta homenagem a Mozart Secundino, sócio falecido no ano passado. A presença dos músicos Ian Coury, de 14 anos, Hamilton de Holanda, de 40 anos, e Hélio Pereira, de 82 anos, irá materializar a grande verdade que o choro não distingue idade e a sua continuidade e amplitude estão asseguradas.
Muitos grupos foram desfeitos com o passar do tempo, mas o cenário do choro na capital ainda é rico e diverso. O gênero continua bem representado por grupos como o Sarau Brasileiro, Waldir Silva e grupo, Pedacinhos do Céu, Paulinho 7cordas e grupo, Wagner 7cordas e Grupo, Siricotico, Elisa do Acordeon e Grupo, Flor de Abacate, Corta Jaca e Choro de Minas. E, para completar, várias casas noturnas e bares cedem os seus espaços a esses artistas pelo menos uma vez por semana.
Conheça agora um roteiro de choro em espaços culturais de Belo Horizonte:
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Bar Pedacinhos do Céu - Rua Belmiro Braga, 774, Caiçara >O espaço comandado pelo cavaquinhista Ausier Vinícius é um roteiro tradicional do choro mineiro. Eventualmente, o bar promove rodas de choro nas quartas-feiras e domingos com grupos convidados. A decoração também não deixa a desejar, através de instrumentos musicais, fotos e caricaturas, o lugar ganha a sua identidade. Outro diferencial é que o público pode ter acesso ao acervo do proprietário, composto por LP’s, CD’s, partituras, bibliografias, fitas e vídeos.
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Bar do Bolão – Rua Vila Rica, 637 – Padre Eustáquio > O estabelecimento é a mais antiga casa de choro de BH. Através de um ambiente espaçoso e aconchegante, músicos interpretam o que há de melhor na nossa música popular. Regularmente se apresenta o grupo Flor de Abacate, mas há também um grande número de convidados.
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Bar do Salomão – Rua do Ouro, 895 – Serra > Mais conhecido como o Bar dos Atleticanos, o espaço recebe todas as segundas e quintas-feiras, a partir das 19h, uma roda de choro. Os músicos se diversificam entre locais e convidados.
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O Muringueiro – Rua Juacema, 416 – Bairro da Graça > O bar une a boa música a comida típica de boteco. De quarta a sábado, o espaço promove uma programação musical diversificada, dando destaque para o samba e eventos de música instrumental e choro.
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Restaurante Xico Nunes – Rua Santa Rita Durão, 1066 – Savassi > Além de saborosos pratos mineiros, a casa promove também uma animada roda com os músicos. O encontro acontece durante as sextas-feiras, a partir das 19h30.
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Restaurante Mosteiro – Rua Santa Rita Durão, 940 – Savassi > A cozinha francesa e a cultura brasileira se misturam no estabelecimento. Durante as sextas-feiras, a partir das 19h30, o restaurante promove o Chorinho do Mosteiro, com serestas, MPB e roda de choro instrumental e cantado. Uma verdadeira pedida para os amantes de uma boa música.
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Mercado Distrital do Cruzeiro – Rua Ouro Fino, 452 – Cruzeiro > Além de oferecer alimentos e utensílios típicos de um Mercado, o estabelecimento promove feiras de artesanato e eventos culturais, como o festival de choro livre e o chorinho eventual.
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Do Chef Espetos e Cervejas – Av. Cônsul Antonio Cadar, 122 – São Bento > Churrasco, cerveja e roda de choro é a pedida certa para quem frequenta o espaço durante as terças-feiras. Os convidados trazem diversidade ao ambiente, dando ênfase a artistas jovens, como Artur Pádua, Gustavo Monteiro e Daniel Nogueira.
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Feijoaria - Rua Desembargador Fernando Bhering, 244 - Dona Clara > O carro-chefe do local é a famosa feijoada brasileira, mas, eventualmente, o espaço se torna palco de muito choro e música boa. Geralmente, os eventos são promovidos pelo Clube de Choro de BH ou por uma programação própria da Feijoaria.
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Diadorim – Rua Mármore, 600 – Santa Tereza > O bar é inspirado na obra Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa. Paredes cobertas de madeira, mesas com forro de chita, petiscos de carne com mandioca e cachaças dão o toque do Vale do Jequitinhonha ao local. Além disso, todas as quintas-feiras, o público pode apreciar a roda de chorinho que acontece no estabelecimento, a partir das 20h30.