Na próxima segunda-feira, dia 13 de junho, a Mostra de Cinema Permanente Curta Circuito traz mais um filme que retrata o cinema de gênero brasileiro. O escolhido da vez é o longa A dama do Cine Shangai (1987), vencedor de seis prêmios em Gramado, entre eles o de melhor filme e direção, para Guilherme de Almeida Prado, que também assina o roteiro. Suspense e mistério dão o ritmo ao filme que tem no elenco nomes conhecidos do grande público como Maitê Proença, Antônio Fagundes, José Mayer e Miguel Falabella. A sessão acontece às 20h, no Cine Humberto Mauro, com bate-papo após o filme com o diretor. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos 30 minutos antes da exibição.
O cinema de gênero brasileiro - ou melhor, as contaminações e perversões que o cinema brasileiro realiza na estrutura consagrada dos gêneros cinematográficos - é o tema das próximas sessões do Curta Circuito, que exibe nesse bimestre apenas filmes em película. “O cinema brasileiro é comumente tido como avesso ao cinema de gênero, ou melhor, vítima de um preconceito dentro de seu próprio país, quase constitui um gênero em si mesmo: filme nacional. Balela. A cinematografia brasileira, das mais ricas do ocidente, trabalha a autoria individual, mas também o gênero”, afirma o curador da mostra, Affonso Uchôa. Em A Dama do Cine Shanghai “o Brasil mostra que não apenas faz noir, como realiza noir maneirista, reflexivo, criando uma teia de referências que envolvem, com igual reverência, o cinema marginal e o policial americano”, completa.
CHEIRO DE PÓLVORA, VENENO DA NOITE
A Dama do Cine Shanghai l Guilherme de Almeida Prado, SP, 1987, 115
Numa noite quente e úmida de verão, Lucas, um corretor de imóveis e ex-boxeador, entra em um cinema no centro de São Paulo para ver um filme policial. Na sala escura conhece Suzana, uma bela e misteriosa mulher, muito parecida com a protagonista do filme. A partir desse encontro, aparentemente fortuito, o vendedor passa a viver uma aventura de suspense e sua paixão o envolve num labirinto de pistas e assassinatos.
Exibição em 35mm.
Fonte da Cópia: Cinemateca Brasileira.
Sobre Guilherme de Almeida Prado
Diretor, roteirista, produtor e montador. Começou a carreira profissional trabalhando como assistente de direção de diversos filmes de cineastas como Ody Fraga, David Cardoso e Luiz Castelini, da época conhecida como Boca do Lixo, em São Paulo. Em 1981, realizou As taras de todos nós, filme em episódios que lhe garantiu uma menção honrosa da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Em seguida, fundou a produtora Star Filmes e realizou Flor do desejo (1984), A dama do cine Shanghai (1988), premiado em Gramado, Perfume de gardênia (1992) e A hora mágica (1998). Em 1995, dirigiu o curta-metragem Glaura. Em 2007, estreou no Festival do Rio seu sexto longa-metragem, onde andará Dulce Veiga, filme que dirigiu, escreveu e montou.
Sobre o Curta Circuito - Cinema de Afeto
Com o tema Cinema de Afeto, o Curta Circuito completando 15 anos de atividade em 2016 e tem muito o que comemorar. Durante sua trajetória, a Mostra de Cinema Permanente, que exibe exclusivamente filmes nacionais, sempre com entrada franca, conseguiu reunir um público de mais de 70 mil pessoas, que estiveram presentes em quase cinco mil sessões. A mostra, que a partir deste ano é dirigida por Daniela Fernandes, da Le Petit Comunicação Visual e Editorial, é uma das referências em Minas e no Brasil como ação de formação qualificada de público, espaço de reflexão, debates sobre a cultura audiovisual e todos os aspectos que a envolvem, sejam técnicos, narrativos, estéticos, culturais e políticos. Tendo já atuado em 18 cidades de Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Pará, a mostra hoje foca no público belo-horizontino e tem como “sede” de suas exibições o Cine Humberto Mauro. Já passaram pelo projeto convidados como Nelson Pereira dos Santos, Zé do Caixão, Sidney Magal, Othon Bastos, Antônio Pitanga, entre outros. O Curta Circuito atua também na preservação e memória do cinema brasileiro, trabalhando no restauro de filmes, em parceria com a Cinemateca do MAM RJ. A iniciativa recebeu Mention do D Hounner em Milão, em 2013, pela restauração do filme “Tostão, a fera de Ouro”, da década de 1970.
SERVIÇO
Filme | A Dama do Cine Shangai + bate-papo com Guilherme de Almeida Prado
Data | 13 de junho (segunda-feira)
Local | Cine Humberto Mauro | Palácio das Artes
Horário|20h
Entrada gratuita_Sujeito a lotação do espaço
Classificação Indicativa| 16 anos
Capacidade da Sala | 129 lugares (ingressos poderão ser retirados meia hora antes da sessão)
O Curta Circuito é realizado com o recurso da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínios: BDMG Cultural, Tecar Fiat e Sambatech. Participação: Fundação Clóvis Salgado e Benfeitoria. Realização: Le Petit Comunicação Visual e Editorial.