Realizada com recursos do edital Exibe Minas, da Secretaria de Estado de Cultura, a 7ª edição do Cinecipó - Festival do Filme Insurgente acontece no SESC Palladium entre os dias 14 e 17 de setembro. A programação conta com 45 filmes de diversos países, além de produções de todas as regiões brasileiras, entre longas e curtas, que abordam temáticas diversificadas, como étnicos-raciais, gênero, estudantis, feministas, ambientalistas, fundiárias, dentre outras. Além das exibições, o público é convidado a participar de debates com diretores convidados durante os quatro dias do festival. O evento é “O Cinecipó se interessa por possibilidades, alternativas e múltiplas visões de mundo. Exibe filmes que trazem à superfície narrativas ancoradas na diversidade, que podem colaborar com a nossa formação enquanto povo. Obras capazes de identificar e confrontar focos de poder estabelecidos, bem como criar uns outros novos, o que é ainda mais importante”, explicam os organizadores do Festival, Cardes Monção Amâncio e Daniela Pimentel.
O Cinecipó tem sua travessia marcada por uma busca permanente do cinema em sua radicalidade: o filme como recusa à resignação. Em 2017, o Festival apresenta um panorama da produção audiovisual engajada em questões políticas contemporâneas, como as questões levantadas no longa “Lute como uma menina!”, com direção de Beatriz Alonso e Flávio Colombini. O filme traz as histórias de meninas do movimento secundarista que ocuparam escolas em São Paulo e foram às ruas lutar contra um projeto de reorganização escolar imposto pelo governador da cidade. A exibição será realizada no dia 15 de setembro e, na sequência, o público poderá participar de um debate com o diretor do longa.
Um dos curtas da programação é o “Surara - A luta pela terra Tupinambá”, que aborda a auto-demarcação das terras pelos próprios Tupinambá, num ato de resistência pela vida e contra a opressão oligárquica. Já em “Manifesto Porongos”, é feita uma desconstrução da historiografia dita oficial, que considera a Revolução Farroupilha como abolicionista, quando de fato se tratou de um genocídio étnico da população negra. A historiadora negra Beatriz Nascimento disse que a história brasileira é escrita por mãos brancas, então o cinema é um importante território de escrituras e reescrituras. Os dois filmes serão exibidos no dia 16 de setembro, às 15h (a programação completa pode ser acessada no anexo deste release).
PROGRAMAÇÃO PERMANENTE
Além do formato tradicional do Cinecipó, em Belo Horizonte, os organizadores do Festival estão preparando atividades extras para o público. No início de setembro, o Cinecipó, em parceria com a M.U.N.A. - Mulheres Negras nas Artes, abrirá um edital de convocação para jovens artistas negras participarem de uma residência artística. A residência busca contribuir com a reversão da invisibilização da produção artística negra e convida jovens mulheres a submeterem seus trabalhos, que tenham relação com questões como [identidade / raça / representação]. Um dos principais interesses da residência é mapear, difundir e fruir de novos discursos no meio das Artes Integradas.
Mantendo-se conectado às suas origens, em outubro, será realizada a edição do Festival na Serra do Cipó - MG.
Já em dezembro, o Cinecipó irá promover a mostra "Cinema e resistência: A câmera cidadã de René Vautier". Será a primeira mostra no Brasil do cineasta que realizou, em 1949, o primeiro filme anticolonialista francês. Será entre os dias 12 a 17, com sessões comentadas por sua filha Moïra Vautier, que também ministrará a oficina “Desafios na Produção de Filmes Politicamente Engajados”.
O CINECIPÓ
O Cinecipó – Festival do Filme Insurgente – teve sua primeira edição em 2011, na aconchegante Serra do Cipó. A proposta era realizar quatro dias de cinema ao ar livre, na praça e de graça, levando ao público filmes que não têm espaço na mídia convencional. Até 2015, o festival foi realizado na Serra do Cipó, Lapinha e Santana do Riacho e já realizou mostras em outras partes do Brasil como Pernambuco e, Brasília, além de produzir exibições itinerantes no Espaço Comum Luiz Estrela, Quilombo dos Marques, Quilombo do Palmital e escolas públicas.
Além dos filmes, o festival também oferece oficinas, workshops nas áreas de cinema, artes plásticas, música, oficinas voltadas para a questão da sustentabilidade. Em 2017, o Cinecipó recebeu cerca de 440 filmes Brasil e do exterior. Dos filmes selecionados para esta edição do festival, 44% são dirigidos por mulheres, duplas homem/mulher, coletivos integrados por mulheres e pessoas trans. Desses, 23% são dirigidos exclusivamente por mulheres.
* O 7º Cinecipó é patrocinado pelo prêmio "Exibe Minas", da Secretaria de Estado de Cultura, tem apoio do Prodam - Programa de Desenvolvimento do Audiovisual Mineiro e parceria com o Sesc Palladium.
SERVIÇO
7ª edição do Cinecipó - Festival Internacional do Filme Insurgente
Data: 14 a 17 de setembro
Local: SESC Palladium, Belo Horizonte-MG
Entrada gratuita
Programação completa disponível no anexo deste e-mail
Fotos disponíveis em: https://goo.gl/M7r7S3
Mais informações em: https://cinecipo.com.br/
CURADORES E CURADORAS (Possíveis fontes)
Fabiana Leite
É realizadora de cinema e fotógrafa; mestra em Educação pela UEMG, com estudos sobre a relação entre cinema e gênero. Tem especialização em Filosofia pela UFMG e em Psicologia pela USP. No cinema, realizou as seguintes obras: - Direção e roteiro do documentário sobre mulheres presas “Os Lírios não nascem da lei: sobre o encarceramento de mulheres gestantes” (2015, 70 min); Direção do curta documentário “Dentro e fora de quadro” (2015,16 min), abriu o Festival de Cinema de Conquista (2015); Direção do média-metragem de ficção “A batalha das Colheres” (2015, 26 min), selecionado pelo Edital Carmem Santos do Ministério da Cultura (2013); - Realização do curta documentário “17 de junho” (2013, 16 min), sobre as manifestações anti-copa, selecionado no Fórumdoc 2014; - Roteiro, direção e fotografia de “Onde mora a saudade” (2012, 20 min), admitido no Court Métrage Festival de Cannes 2013; - Roteiro e Assistência de direção do curta-metragem “Três Palavras” (2012, 17 min) de Gabriela Leite, Salvador/BA, exibido no VI Panorama Internacional de Cinema de Salvador/BA em 2010, na Mostra Cinema de Vitória da Conquista/BA em 2010 e no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana/MG em 2010; - Produção, direção, roteiro e direção de fotografia do filme de curta-metragem “Cabeça de Gente” (2012, 10 min), Belo Horizonte/MG, exibido no 1º Festival Ambiente Vivo em Lapinha da Serra/MG em 2010; Filme selecionado para o Court Métrage Short Film Corner, Festival de Cannes 2011; - Produção, direção e roteiro do filme de curta-metragem “O cheiro do mundo” (2012, 22 min), Belo Horizonte, 2011; - Direção e roteiro do curta-metragem "É Tarde" (2010, 5 min) produzido na Academia Internacional de Cinema de São Paulo em 2010; Direção e Fotografia do curta documentário sobre a população de rua de Belo Horizonte “O invisível não existe” (2012, 4min), exibido em Buenos Aires em 2012 dentro do Projeto “Cidades Invisíveis”.
Letícia Souza
Formada em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atualmente atua como fotografa, e é curadora e produtora da Coletiva Malva - Coletiva composta por mulheres, a fim de pensar, fazer e exibir filmes, enfatizando e priorizando o olhar de mulheres de forma interseccional - que está indo para 4ª Mostra de Cinema Feminista no inicio de 2018, além de ter realizado 1 Mostra Cine-Rua Feminista na Virada Cultural de Belo Horizonte e ter feito parcerias de Mostras de Cinema com a Rede Feminista de Saúde e Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais e o CineCipó no Projeto Cinema nos Quilombos e uma edição da Mostra de Cinema Feminista em Florianópolis.
Paulo Heméritas
Curador. Sociólogo e professor universitário. Estou no Cinecipó através de uma presença. Ela começa com a análise fílmica e seleção crítica das obras e desdobra-se na missão inseparável de um trabalhador intelectual nômade. Compreende os cuidados com a exibição como: a montagem e posicionamento das telas e projetores; a formação da plateia; a apresentação das sessões dos Festivais e, a mediação dos debates entre os espectadores e realizadores. O Festival configura-se assim como uma verdadeira e legítima “Caravana Cinecipó” e seu desafio de, por onde passar, desembaraçar as amarras que impedem a democratização do acesso ao conhecimento e à cultura através da sétima arte.
Caio Resende
Poeta, cineasta e letrista, Caio Resende (Thiago Silva). Graduado em cinema pela UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –, trabalha como roteirista desde 2009, tendo atuado ao lado de nomes de grande experiência dentro do cinema, como o cineasta Geraldo Sarno. Participou também de diversos festivais de Cinema, tais como o Short Film Corner (Festival de Cannes), que exibiu o documentário Tragédia do tamanduá , do qual foi roteirista. No âmbito da poesia, publicou em diversos meios digitais e impressos, a exemplo da revista Germina. Atualmente, trabalha na série Sertão de Dentro (ainda inédita) e se prepara para filmar seu novo filme.
COORDENADORES
Cardes Monção Amâncio
Diretor e roteirista de filmes, doutorando em Estudos de Linguagens no Cefet-MG. Também coordena a Naparama Cultural, organizadora do Cinecipó. Produziu vários vídeos autorias, entre eles o longa-metragem, a "Rota do Sal Kalunga". (Telefone para contato: 31 9 8872 0805)
Daniela Pimentel
Psicóloga, mestranda em Teoria Psicanalítica - Investigações no Campo Clínico e Cultura pela UFMG, com incursões pelo cinema, como coordenadora do Cinecipó, produtora de longas e curtas, produtora e curadora da Coletiva Malva que se destina a disseminar, projetar e incentivar o cinema feito por mulher. (Telefone para contato: 31 9 8747 3359)
Imprensa - Larissa Scarpelli: +55 31 99398-5048