O compositor diamantinense Sérgio Rodrigo Ribeiro Lacerda acaba de receber o diploma do Curso de Aperfeiçoamento em Composição, ministrado no setor de Alta Formação da Academia Nacional de Santa Cecília, em Roma. O curso teve como tema a “Música do Futuro”, reunindo compositores de música contemporânea como o autor mineiro. Com enorme êxito, Sérgio Rodrigo Ribeiro Lacerda apresentou a obra “Quando o horizonte se move”, que exprime musicalmente a metáfora do movimento. Segundo ele, “a ideia de um horizonte em movimento, além de expressar poeticamente a imagem de um contínuo devir, entrelaça as linhas do céu e da terra, combinando suas potencialidades. Ideias como fluidez e rigidez, continuidade e descontinuidade, expansão e reiteração, são levadas à música para estabelecerem materais característicos de uma plasticidade ressonante associada a uma atividade rítmica incessante”. Do ponto de vista de sua carreira, iniciada na Fundação de Educação Artística, em Belo Horizonte, essa obra revela “uma mudança de perspectiva estética fundamentalmente ligada a minha chegada à Itália”, na busca de uma “coreografia sonora, na qual o que conta é colocar o som em movimento e sentir seu efeito sobre nosso corpo”.
Filho da professora Maria Eunice Ribeiro Lacerda, ex-diretora do Conservatório Estadual Lobo de Mesquita, em Diamantina, o compositor foi aluno de Berenice Menegale, na Fundação de Educação Artística, e já teve obra de sua autoria apresentada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Sérgio Rodrigo Ribeiro Lacerda tem 33 anos, e o curso teve a direção do musicista Ivan Fedele. No Concerto da Diplomação, o Ensemble Novecento foi regido pelo maestro Carlo Rizzari, na Sala Sinopoli, da Academia Santa Cecília, uma das mais prestigiosas da Itália.
O músico também participou do projeto “Territórios de Invenção – Residências Musicais”, na cidade de Uberlândia. Viabilizada com recursos do edital Música Minas, da Secretaria de Estado de Cultura, a ação foi realizada pela Fundação de Educação Artística.
O programa de formação residencial envolveu universidades federais, como o Departamento de Música da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), os Conservatórios Estaduais de Música Lorenzo Fernãndes, Juscelino Kubitschek de Oliveira e Lobo Mesquita em Montes Claros, Pouso Alegre e Diamantina, respectivamente.
O processo criativo, iniciado em junho de 2016, passou pelas cidades de Diamantina, Pouso Alegre, Montes Claros, Uberlândia, Ouro Preto e Belo Horizonte. Envolveu estudantes, professores e pesquisadores em residências musicais com duração média de duas semanas cada uma.
Realizado também em equipamentos culturais e escolas de música no interior e capital do estado, por meio do Programa Música Minas, da Secretaria de Estado de Cultura, o "Territórios de Invenção – Residências Musicais" fez ecoar a sonoridade singular e original de Minas Gerais e deu novo impulso aos Conservatórios Estaduais de Música.