A capacitação de gestores e servidores para o desenvolvimento de atividades de incentivo à leitura e dos Planos Municipais de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas é o objetivo central da iniciativa do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais (SEC) e sua Superintendência de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário (SUBSL).
Partindo do Edital Seleção Pública 01/2017, a SEC selecionou projetos de interessados em ministrar as oficinas de capacitação, direcionadas a servidores das bibliotecas públicas municipais com experiência nas áreas de leitura, literatura e bibliotecas, notadamente, bibliotecários, professores, mediadores de leitura, pesquisadores e especialistas.
Com o desenvolvimento do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, a secretaria entendeu que é de máxima importância sensibilizar os gestores públicos municipais para a elaboração dos planos municipais de leitura, já que a expansão cultural desta iniciativa acontece nas cidades.
O plano deverá nortear o estabelecimento de políticas públicas, com validade de dez anos, que democratizem e garantam o acesso de todos os mineiros à leitura e ao livro em Minas Gerais, além de fortalecer a cadeia produtiva de livros.
Com este enfoque amplo, a Superintendência de Bibliotecas vai dar início à oficina "Planos Municipais de Leitura, Literatura, Livro e Bibliotecas: histórico, conceitos, premissas, demandas e proposições" nos dias 23, 24 e 25 de outubro de 2017, das 9h às 17h, na Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais.
“Um dos principais desafios da oficina é promover a reflexão sobre a participação social na construção dos planos municipais de leitura, de maneira a contribuir para a construção de documentos consistentes, que extrapolem o discurso comum. Tão importante quanto "como fazer" é saber "por que fazer", afirma a ministrante da oficina, Fabíola Ribeiro Farias.
Já a segunda oficina de capacitação prevista no edital sobre "Formação de leitores em bibliotecas públicas" está em fase de elaboração e será realizada ainda em 2017.
Dinâmica
A carga horária total das duas modalidades de conhecimento é de 20 horas/aula, distribuídas durante três dias, nos turnos da manhã e da tarde. Ao todo, são 60 vagas preenchidas para a primeira oficina, sendo 30 vagas prioritariamente da área de Cultura e as demais para a área de Educação.
Entre os participantes estão representantes de municípios que estejam com suas bibliotecas públicas em situação regular junto ao Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas Municipais.
“É necessário trabalhar para incentivar o uso do livro e o estímulo à leitura para que os cidadãos notem a importância dessas esferas para o desenvolvimento cultural do país. A expectativa é encontrar essas ferramentas para nos tornarmos agentes desse avanço”, diz a bibliotecária do município de Mário Campos, selecionada para a oficina, Maria de Fátima Braga Zaza.
Dentre os conhecimentos destacados na oficina "Planos Municipais de Leitura, Literatura, Livro e Bibliotecas: histórico, conceitos, premissas, demandas e proposições" estão: O que são políticas públicas ; O Plano Nacional do Livro e Leitura ; e seus eixos, como a democratização do acesso ao livro e a valorização institucional da leitura e o incremento de seu valor simbólico. Ressalta-se, ainda, alguns dos assuntos de interesse, como o plano e seus pressupostos básicos na elaboração de Planos de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas e a elaboração de um plano municipal nesse contexto.
Os temas vão englobar a criação de grupo de trabalho; diagnóstico e informações; justificativa; princípios norteadores (práticas sociais; cidadania; diversidade cultural; construção de sentidos; eixos temáticos; definição de objetivos; criação de metas e indicadores; articulação de parcerias; gestão de recursos; institucionalidade; elaboração de ações; comunicação; continuidade; e avaliação do Plano Municipal de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (PMLLLB).
No estado
O Plano Estadual deverá seguir diretrizes apontadas pelo Plano Nacional, que começou a ser pensado em 2003, com assinatura de vários tratados internacionais instituindo políticas de incentivo ao livro e leitura.
No Brasil, o primeiro documento foi firmado em 2006, como resultado de mobilização do ano anterior - o Ano Ibero-americano da Leitura -, e da elaboração por um grupo de trabalho, envolvendo profissionais dos Ministérios da Educação e da Cultura. O material traça eixos e definições de políticas públicas para o livro.
No texto, foram definidos quatro eixos de orientação na organização do Plano, baseados em indicativos da Unesco: a democratização do acesso ao livro; a formação de mediadores para o incentivo à leitura; a valorização institucional da leitura e o incremento de seu valor simbólico; e o desenvolvimento da economia do livro como estímulo à produção intelectual e ao desenvolvimento da economia nacional.