Ao celebrar os 250 anos do padre José Maurício Nunes Garcia, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta, nos dias 16 e 17 de novembro, na Sala Minas Gerais, às 20h30, uma de suas raras obras exclusivamente instrumentais, a Abertura Zemira. O clarinetista Principal da Orquestra, Marcus Julius Lander, interpreta o célebre Concertino para clarinete, de Weber. E o regente convidado Bruno Procopio, mineiro de Juiz de Fora, explora a Sinfonia nº 1, de Weber, e a Grande Sinfonia Heroica, escrita por Neukomm, pianista e compositor austríaco que viveu alguns anos no Brasil, conviveu com Nunes Garcia e contribuiu para a formação de vários músicos brasileiros. Ingressos a partir de R$ 40 (inteira).
Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas que a Filarmônica promove antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o palestrante será o maestro e cravista Bruno Procopio, regente convidado das duas noites. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Itaú Personnalité e contam com o patrocínio da Picchioni Câmbio por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Já as palestras dos Concertos Comentados são apresentadas pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Líder Aviação.
O repertório
José Maurício Nunes Garcia (Brasil, 1767-1830) e a obra Abertura Zemira (1803)
Desde cedo, o músico José Mauricio Nunes Garcia, filho de pai e mãe alforriados, enfrentou, em período escravocrata,as contradições de sua ascendência negra. Apesar das dificuldades, estudou música com Salvador José de Almeida e Faria, e, aos 26 anos, despontou como profissional, ao se tornar Mestre de Capela da Sé e da Catedral do Rio de Janeiro. Já aos 31, com a chegada da família real em território brasileiro, é nomeado Mestre da Real Capela. Sua produção é hegemonicamente religiosa, mas há obras de caráter secular, ligadas a um viés dramático. Estruturada em forma sonata e com dois grupos temáticos, a peça Abertura Zemira insere-se nesse sofisticado leque e confirma a intimidade de José Maurício com a música de concerto praticada na sua época.
Carl Maria von Weber (Alemanha, 1786-1826) e as obras Concertino para clarinete em Mi bemol maior, op. 26, e Sinfonia nº 1 (1807)
Aos 17 anos, Weber já havia composto duas óperas, e, aos 18, tornou-se Kapellmeister (diretor de música de monarca ou nobre) em Breslau. Entre 1811 e 1813, embrenhou-se pela Europa como pianista, compositor, maestro e crítico musical. Em Munique, tornou-se amigo de artistas como o escritor E.T.A. Hoffmann e o eminente clarinetista Heinrich Bärmann, para quem o músico compôs o Concertino para clarinete e orquestra, obra que marcou o restabelecimento de sua carreira artística e foi estreada por Bärmann junto à Orquestra da Corte de Munique, sob regência do compositor. Compacta, com introdução, tema e pequeno grupo de variações, a obra se estrutura em movimento único.
Weber compôs duas sinfonias em sua curta vida, ambas concluídas em 1807 e criadas para a corte do conde von Württenberg, onde trabalhava. Sucinta, a Primeira Sinfonia não possui grandes desenvolvimentos temáticos. Pequenas ideias musicais, retomadas e justapostas, revelam um autor que não se alinhou ao modelo beethoveniano, que, na época, se impunha ao sinfonismo romântico. Em sua Primeira Sinfonia, merece destaque o lirismo do segundo movimento, que marca a presença de Weber na música do século XIX.
Sigmund Ritter von Neukomm (Áustria, 1778 - França, 1858) e a obra Grande Sinfonia Heroica (1820)
Ao chegar ao Brasil, em 1816, Neukomm integrava a comitiva do Duque de Luxemburgo, cujo objetivo era estreitar as relações entre França e Brasil. O músico torna-se professor público de música, compositor e instrumentista, além de instrutor de D. Pedro I, Dona Leopoldina e princesa Isabel. Dá aulas, ainda, a Francisco Manoel da Silva e convive com José Maurício Nunes Garcia. O músico compôs mais de 1.200 obras, além de canções, obras para coro e aberturas. No Rio, escreveu música de câmara e harmonizou modinhas de Joaquim Manoel Gago da Câmara. A Grande Sinfonia Heroica foi composta, ao que tudo indica, em solo brasileiro, nos anos em que o compositor trabalhou para Dom João VI. Na peça, Neukomm potencializa o caráter dramático e aposta em contrastes, sugerindo sonoridades grandiosas ou temas delicados.
Maestro Bruno Procopio, regente convidado
Cravista e maestro, com sólida formação no Conservatório de Paris, Bruno Procopio conjuga a aclamada carreira internacional ao raro domínio de projetos culturais. Mineiro natural de Juiz de Fora, ele é fundador do selo Paraty e coproprietário do portal classiquenews.com, dedicado à música clássica. Atua como regente e diretor de projetos no Centro de Música Barroca de Versailles, junto a orquestras e instituições da América do Sul. Em 2012, regeu a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), na première, em tempos modernos da ópera O ouro não compra amor, de Marcos Portugal. Frequentemente, é convidado pelas orquestras vinculadas ao El Sistema da Venezuela, com destaque para a Orquesta Sinfónica Simón Bolívar, com a qual gravou o disco Rameau in Caracas, cinco estrelas pela revista Diapason, álbum da semana pelo jornal Le Figaro e pela rádio Classic FM, de Londres. Em 2014, dirigiu a Orchestre Philharmonique Royal de Liège e o coro e orquestra Les Siècles, uma das mais renomadas formações com instrumentos de época da Europa. Sua temporada 2017 inclui regência da Orchestre Lamoureux no Théâtre des Champs Élysée, turnê com a Orchestre National des Pays de la Loire, residência na Orchestre d Auvergne e estreias com Osesp e Filarmônica de Minas Gerais.
Marcus Julius Lander, Clarinete
Bacharel em Clarinete pela Unesp, na classe de Sérgio Burgani, foi aluno de Luis Afonso “Montanha” na USP e de Jonathan Cohler no Conservatório de Boston. Atuou, ainda, como spalla na Banda Sinfônica Jovem de São Paulo e como chefe de naipe nas orquestras Jovem de Guarulhos, do Instituto Baccarelli e na Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Integrou a Orquestra Acadêmica da Cidade de São Paulo e o Quarteto Paulista de Clarinetas. Na China, foi artista residente no 8º Festival Internacional de Clarinete e Saxofone de Nan Ning e no Festival Internacional de Clarinetes de Pequim, além de professor palestrante nos conservatórios de Shenyang e Tai-Yuan. Recentemente, foi artista residente no Dream Clarinet Academy e jurado da Royal Musical Collection International Clarinet Competition, ambos na cidade de Baoding. Marcus Julius Lander juntou-se à Filarmônica em 2009 e hoje é seu Clarinete Principal.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2008. Após meses de intenso trabalho, músicos e público viam um sonho tornar-se realidade com o primeiro concerto da primeira temporada da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, nasceu com o compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal. Um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil, reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, em 2017 a Filarmônica está apresentando sua décima temporada e continua contando com a participação de grandes músicos para celebrar a Música e o respeito conquistado junto ao público.
SERVIÇO
Série Presto
16 de novembro – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
17 de novembro – 20h30
Sala Minas Gerais
Bruno Procopio, regente convidado
Marcus Julius Lander, clarinete
NUNES GARCIA Abertura Zemira
WEBER Concertino para clarinete em Mi bemol maior, op. 26
WEBER Sinfonia nº 1 em Dó maior, op. 19
NEUKOMM Grande Sinfonia Heroica, op. 19
Ingressos: R$ 40 (Balcão Palco e Coro), R$ 50 (Mezanino), R$ 62 (Balcão Lateral), R$ 85 (Plateia Central) e R$ 105 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 21h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.
Informações para imprensa:
Personal Press
Polliane Eliziário – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. – (31) 99788-3029