Até o final de novembro, serão lançados os editais para restauração de elementos artísticos de duas das principais igrejas históricas de Minas Gerais. O anúncio foi feito, nesta terça-feira (21/11/17), pela superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Célia Corsino, durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A reunião foi organizada pela Comissão de Cultura, a requerimento de seu presidente, deputado Bosco (Avante), com o objetivo de debater e apresentar ações de valorização e divulgação do patrimônio cultural vinculado ao barroco mineiro. O evento foi programado em função do Dia do Barroco, em 18 de novembro, homenagem instituída pela Lei 20.470, de 2012.
A data oficial das comemorações foi definida por acreditar-se que nesse dia, em 1814, foi sepultado o principal expoente do barroco mineiro, o artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Ele teria sido enterrado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto (Região Central), justamente uma das que o Iphan promete restaurar nos próximos anos. A outra é a Catedral da Sé de Mariana (Região Central).
A restauração estrutural das duas igrejas, segundo Célia Corsino, já foi concluída. Os editais que serão lançados envolvem apenas os elementos artísticos, tais como os altares. Serão R$ 4 milhões para cada igreja. “As obras devem se iniciar, no máximo, em março de 2018 e devem durar cerca de três anos”, afirmou a superintendente.
A superintendente do Iphan agradeceu o empenho da bancada mineira no Congresso pela confirmação dos recursos federais, uma vez que boa parte do orçamento da União para a cultura foi contingenciado, especialmente o PAC Cidades Históricas, programa de onde vem a verba para essas licitações.
Secretário elogia homenagem
A assiduidade da ALMG em homenagear anualmente a cultura barroca foi elogiada tanto por Célia Corsino quanto pelo secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, que também participou da reunião.
O secretário ressaltou que a cultura barroca, em Minas, não se constitui apenas em igrejas e artes plásticas, mas também pelo patrimônio imaterial, como congado, reizados e folias. “A igreja de Santa Efigênia, de Chico Rei, não estaria de pé sem o congado”, frisou o secretário, referindo-se ao templo localizado em Ouro Preto.
Angelo Oswaldo frisou a importância de se defender esse legado, ainda mais no momento em que ele é ameaçado por atitudes arbitrárias. Ele lembrou que os artistas barrocos se esforçaram para se libertar do arbítrio da Igreja Católica e que esse exemplo deve ser honrado. “Não queremos que nenhuma outra pessoa venha arguir as manifestações culturais em nome de uma religião ou partido político”, defendeu o secretário.
O deputado Bosco ressaltou a necessidade de se valorizar a memória do barroco e envolver as escolas na comemoração do Dia do Barroco. “A riqueza de Minas passa pela cultura barroca”, afirmou. Da mesma forma, o deputado Carlos Pimenta (PDT) prestou homenagem ao legado preservado nas cidades históricas: “é o que temos de mais valioso”, declarou.
Durante a reunião, também aconteceu uma apresentação do músico Alexandre Mota, spalla (1º violinista) da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Ele executou uma obra do compositor do barroco alemão Johann Sebastian Bach: Prelúdio (Adágio) da Sonata nº 1 em Sol Menor BWV1001.
DIVULGAÇÃO: ALMG