Os dirigentes do Sistema Estadual de Cultura (SEC) se reuniram nesta quarta (7) na Cidade Administrativa para apresentar o balanço das ações realizadas em 2017, avaliar as iniciativas já implementadas e planejar as atividades deste ano. A reunião foi aberta pelo Secretário de Estado de Cultura Angelo Oswaldo, que apresentou algumas conquistas alcançadas ao longo do ano que passou. “O Plano Estadual de Cultura é um marco para esta gestão. Assim como a nova lei que institui o Sistema Estadual de Cultura, o Sistema de Financiamento à Cultura e a Política Estadual de Cultura Viva, que estabelece melhorias no incentivo às políticas culturais, aprimora os mecanismos de capacitação via desoneração fiscal e ainda eleva os recursos destinados ao Fundo Estadual de Cultura”, explicou Angelo. Em sua fala, o secretário ainda tratou sobre dos programas de fomento ao audiovisual, como o Programa de Desenvolvimento do Audiovisual Mineiro (PRODAM), desenvolvido em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG). “Nos últimos três anos, investimos R$ 33 milhões no fomento à cadeia produtiva do audiovisual”, pontuou.
Na sequência, a assessora Cesária Macedo tratou das ações a serem implementadas de acordo com o Plano Estadual de Cultura, sancionado pelo governador Fernando Pimentel em agosto de 2017, com metas a serem seguidas nos próximos dez anos.
Atingir uma meta também é ponto central para a Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), que tem como objetivo a construção de um centro de restauro de bens móveis, por meio de convênio realizado junto à CODEMIG, que pretende ser um dos principais núcleos de restauração do país, segundo informou a presidente da instituição, Júlia Mitraud. “O grande diferencial são os equipamentos que estamos adquirindo para estruturar o centro, entre eles está um espectrômetro de última geração. Nós queremos fazer com que a instituição se torne uma referência em restauro”, explicou Júlia.
Outra boa novidade para a cultura mineira foi ressaltada na fala da superintendente de Museus e Artes Visuais, Andrea de Magalhães Matos. Trata-se da reabertura da Sala das Sessões, no Museu Mineiro. “A Sala esteve fechada por seis anos e sua reabertura proporcionou uma nova vida ao museu, permitindo a exposição de nosso acervo mais antigo no espaço. Lá se encontram seis telas de Manuel da Costa Ataíde, telas de Aníbal Mattos e o quadro “A Má Noticia”, de Belmiro de Almeida, que gosto de chamar de Mona Lisa mineira”, brincou Andrea, em referência ao quadro de Leonardo da Vinci.
A Lei 22.944, que institui o Sistema Estadual de Cultura, o Sistema de Financiamento à Cultura e a Política Estadual de Cultura Viva, voltou a ser destaque na fala do superintendente de Fomento e Incentivo à Cultura, Felipe Amado. “A Lei irá permitir que parte dos recursos de isenção fiscal seja destinado ao Fundo Estadual de Cultura, fortalecendo significativamente o edital. A Lei também vai ampliar a desconcentração dos recursos, democratizando ainda mais o acesso à cultura”, avaliou Felipe. O superintendente também falou sobre o novo modelo de inscrição implementado em 2017 para o Fundo Estadual de Cultura. “Criamos uma plataforma digital de inscrições online para auxiliar e ampliar o número proponentes. A implantação do novo mecanismo partiu de uma demanda da sociedade civil”, comentou.
A importância do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas foi um dos temas abordados pelo superintendente de Bibliotecas Públicas e Suplemento Literário, Lucas Guimaraens. Segundo ele, a proposta vai estabelecer metas e diretrizes para o setor pelos próximos dez anos, a fim de incentivar a leitura e democratizar o acesso às bibliotecas. “A realização dos Fóruns Técnicos Regionais para elaboração Plano Estadual do Livro foi uma das mais relevantes ações da superintendência. O Plano vai contemplar não somente as bibliotecas do estado, mas toda a cadeia produtiva em torno do livro e da literatura. Escutar a população foi essencial para a construção da proposta”, afirmou Lucas.
Pontos positivos também foram apresentados por Thiago Veloso Vitral, superintendente do Arquivo Público Mineiro (APM). Durante seu balanço apresentado, ele informou sobre o crescente acesso ao Sistema Integrado de Acesso do APM, que teve 320 mil visitas no ano passado, número acima dos 291 mil de 2016. Em sua fala, o superintendente também comentou sobre a importante parceria com as prefeituras para a criação de arquivos municipais e preservação do acervo de Minas Gerais como um todo. “A parceria se baseia na consultoria de preservação de acervos documentais, de recolhimento, da organização de acervos e criação de arquivos. O trabalho amplia o acesso a milhares de documentos sobre a história mineira”, pontuou.
Ação mais antiga da Secretaria de Estado de Cultura, o programa Bandas de Minas foi ressaltado durante a apresentação da Superintendente de Interiorização e Ação Cultural, Manuella Machado. Ao todo foram entregues 491 instrumentos musicais para 85 conjuntos de 74 municípios, a imensa maioria do interior de Minas Gerais. “O programa teve uma ampliação em relação a 2016 e ganhou um acréscimo de 50% nos recursos, chegando a 1,5 milhão. Além das bandas civis, o edital também contemplou as bandas militares”, explicou Manuella. Outro programa que teve aumento na demanda foi o Música Minas, que realiza circulação e intercâmbio cultural. Em sua mais recente edição, o edital premiou 56 projetos e levou artistas, produtores e pesquisadores mineiros aos cinco continentes do mundo, com grande sucesso e repercussão. O ineditismo do Prêmio de Cultura Urbana de Periferia – Canela Fina finalizou a fala sobre o trabalho da superintendência. “Esse edital era uma demanda recorrente da sociedade civil e conseguimos atender a mais esse pleito da sociedade. O edital contemplou 28 iniciativas, abarcando um total de 53 artistas”, afirmou Manuella.
Na parte da tarde foi momento de apresentação dos feitos realizados pela Fundação Clóvis Salgado, importante polo cultural do Estado. Conforme Augusto Nunes-Filho, presidente da FCS, a instituição realizou 104 apresentações de seus corpos artísticos, que atraíram 62 mil espectadores ao longo do ano. Uma das mais celebradas novidades foi a confirmação do novo prédio do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart), situado na avenida dos Andradas, nas proximidades do Parque Municipal. Toda a programação para 2018 foi construída tendo como base o conceito de “Manifesto”, que irá sustentar o conjunto das atividades artísticas da FCS. Segundo Augusto, o ponto de partida da escolha é a comemoração dos 90 anos do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade, publicado em 1928.
Os ganhos no âmbito da preservação do patrimônio cultural material e imaterial foram relatados durante a apresentação do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Entre as realizações, o tombamento do Túnel da Mantiqueira, em Passa Quatro, o da Serra de São Domingos, em Poços de Caldas, e o do Conjunto Paisagístico da Ruína de Mocambinho, em Jaíba, conforme explicou a presidente Michele Arroyo. Na parte imaterial, o registro das Folias de Minas como patrimônio cultural do estado foi ação considerada bastante relevante, que culminou no cadastramento de 1.620 grupos oriundos de 450 municípios. Ainda nesse segmento, merece destaque a realização do Circuito de Presépios e Lapinhas, que cadastrou 295 presépios instalados em 128 municípios.
Também cabe ao IEPHA a gestão do Circuito Liberdade, cujo grande destaque se deu com a reabertura do prédio Rainha da Sucata, que abriga o Centro de Informação ao Visitante do Circuito Liberdade e Hub Minas Digital. O Circuito Liberdade ainda registrou em 2017 o maior número de visitantes desde 2010, com público de 1.614.250 pessoas.
No encerramento do encontro, a Empresa Mineira de Comunicação (EMC), que engloba a Rádio Inconfidência e a Rede Minas, apresentou seu desfiladeiro de realizações. Na oportunidade foi apresentado aos dirigentes do Sistema Estadual de Cultural o novo presidente da instituição, Elias Santos. “Quero agradecer o convite feito pelo secretário Angelo Oswaldo e pelo governador Fernando Pimentel para substituir o Flávio Henrique no comando da EMC. O momento é muito delicado devido à perda de um grande amigo, colega de trabalho e um ídolo que foi o Flávio”, comentou Elias. O novo presidente da EMC ainda falou sobre os rumos da empresa e da necessidade de se trabalhar a comunicação com ideia mais contemporânea, integrando rádio, televisão e internet. “O objetivo é criar uma interação entre áudio, vídeo e texto para criar uma simbiose comunicativa e ampliar a visibilidade dos temas divulgados pela EMC”, disse Elias, algo compartilhado por Luiza Castro, a presidente da Rede Minas. Em sua fala, Luiza informou aos presentes sobre as campanhas realizadas pela TV nos últimos meses, ressaltando o impacto e audiência conquistados pelo programa Voz Ativa, a grande novidade na grade atual da programação da emissora.