
Nos dias 10 e 11 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais recebe a pianista canadense Angela Cheng para interpretar o Concerto para piano em lá menor, op. 7, de Clara Schumann, compositora que se destacou como pianista e foi reverenciada por músicos, críticos e pelo público. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra interpretará ainda O idílio de Siegfried, WWV 103, de Wagner, e Uma vida de herói, op. 40, de Richard Strauss.
Na série de palestras sobre obras, compositores e solistas, promovidas pela Filarmônica antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos comentários do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
Estes concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o Apoio Cultural da Companhia Energética Chapecó e BMPI através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).
Repertório
Sobre O idílio de Siegfried
Richard Wagner (Leipzig, Alemanha, 1813 – Veneza, Itália, 1883) e O idílio de Siegfried (1870)
É raro ouvir um Wagner tão terno, tão intimista e sem tantos arroubos melodramáticos como o que se vê em O idílio de Siegfried. Nessa obra, o compositor soube registrar em música um desses raros momentos epifânicos da psiquê humana em que realidade e sonho se confundem, os problemas se dissolvem e os desejos brevemente não precisam existir. Wagner escreveu o Idílio como um presente de aniversário para sua segunda esposa, Cosima, que havia dado à luz Siegfried, filho do casal, nascido em 1869. Os Wagner residiam em Tribschen, na Suíça, em uma villa pitoresca às margens do lago Lucerna. Ele intitulou a obra, antes de sua publicação, apenas “Idílio”, mas acresceu-lhe um rebuscado subtítulo: “Idílio em Tribschen, com o canto de passarinho de Fidi e um nascer do sol alaranjado”. Trata-se quase de uma sinopse, que faz referência à villa dos Wagner, ao filho do casal (cujo apelido familiar era Fidi), ao lago e até ao papel de parede ao lado da porta do quarto de Cosima. Mais íntima ainda foi a primeira execução da peça: na manhã de Natal de 1870, Wagner agremiou um pequeno conjunto da Orquestra do Tonhalle de Zurique e a fez executar nas escadas da casa da família. Ao que parece, Cosima foi despertada naquela manhã pela melodia de abertura.
Sobre o Concerto para piano em lá menor
Clara Schumann (Leipzig, Alemanha, 1819 - Frankfurt, Alemanha, 1896) e o Concerto para piano em lá menor (1833/1836)
Batizada Clara Josephine Wieck, Clara Schumann nasceu em Leipzig. O pai mantinha em sua residência uma espécie de “estabelecimento musical”, onde lecionava piano e teoria, alugava pianos, vendia partituras e que servia ainda de pensão para seus alunos. A mãe, filha e neta de músicos, era cantora lírica e foi aluna de piano de Wieck. Dotada de prodigioso talento, Clara foi encorajada desde cedo a compor. Suas primeiras obras foram publicadas quando ela tinha apenas 12 anos. Aos 13, já pianista internacional, iniciou a composição do Concertsatz – “movimento de concerto” – que viria a se tornar o finale de seu Concerto para piano em lá menor. Por dois anos Clara trabalhou na composição desse Concerto, seguindo à risca os planos do pai. Ele considerava a obra um adequado “cartão de visitas” que garantiria à filha uma posição entre os virtuosi pianistas-compositores. Em 1834, o concerto foi orquestrado por Robert Schumann – futuro esposo de Clara e aluno de Wieck. Em novembro de 1835 a obra foi estreada com grande sucesso no Gewandhaus de Leipzig, tendo ao piano a jovem compositora, então com 16 anos, sob a regência de Felix Mendelssohn.
Sobre Uma vida de herói
Richard Strauss (Munique, Alemanha, 1864 – Garmisch-Partenkirchen, Alemanha, 1949) e Uma vida de herói (1897/1898)
Composta em 1898, Uma vida de herói é a última obra de um período de grande fertilidade para poemas sinfônicos demonstrada por Richard Strauss, quando explorou ao limite as potencialidades e a complexidade do gênero. Se, em trabalhos anteriores, o motivo literário podia ser percebido em certas evocações musicais – seja em aspectos narrativos, seja em aspectos psicológicos das personagens –, em Uma vida de herói isso é significativamente menos evidente e menos importante. Aqui Strauss parece levar a termo e a cabo o papel de mero pretexto do motivo literário, em razão de colocar soberanamente em primeiro plano a realidade sonora da construção musical. Isso revela uma posição particular sua, interessada em dar ao mundo apenas a realidade sonora da música, sem a interferência de sugestões extramusicais. Estreada em 1899, a peça marca definitivamente a entrada de Strauss na aurora do século XX, já ensaiada por investidas anteriores, genialmente bem-sucedidas. Se com Don Quixote e, principalmente, Till Eulenspiegel, Strauss demonstra amadurecimento e maestria na consolidação de sua linguagem, enraizada no Romantismo, mas prodigamente ramificada pelo século XX, em Uma vida de herói ele afirma e endossa um posicionamento musical que extrapola suas fontes românticas e abre caminho para novas possibilidades, que culminarão em obras como as óperas Salomé e O cavaleiro da rosa.
Maestro Fabio Mechetti
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é seu Regente Emérito. Regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.
Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
Angela Cheng, piano
Frequentemente elogiada por sua técnica brilhante, beleza tonal e musicalidade extraordinária, a pianista canadense Angela Cheng é considerada um tesouro nacional. Conquistou medalha de ouro no Concurso Internacional de Piano Arthur Rubinstein e foi a primeira canadense a vencer o Concurso Internacional de Piano de Montreal. Ganhou também a cobiçada bolsa para desenvolvimento de carreira concedida pelo Canada Council for the Arts e uma medalha de excelência por interpretações marcantes de obras de Mozart, outorgada pela Mozarteum, em Salzburg. Em 2012, Angela fez sua estreia no Carnegie Hall com a Sinfônica de Edmonton e no Festival de Salzburgo, em recital com Pinchas Zukerman, com quem atua como pianista colaborativa no projeto Zukerman Trio. Em turnês pela Europa, Ásia e América do Sul, realizou performances no Musikverein em Viena, no Concertgebouw em Amsterdã e nos festivais de Schleswig-Holstein e de Ravinia. Já gravou diversos álbuns, dentre eles um disco solo com obras de Clara e Robert Schumann e outro com peças de Chopin. A pianista Angela Cheng se apresentou com a Filarmônica de Minas Gerais em 2013 e 2016.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Criada pelo Governo do Estado e gerida pela sociedade civil, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais fez seu primeiro concerto em 2008, há dez anos. Diante de seu compromisso de ser uma orquestra de excelência, cujo planejamento envolve concertos de série, programas educacionais, circulação e produção de conteúdos para a disseminação do repertório sinfônico brasileiro e universal, a Filarmônica chega a 2018 como um dos mais bem-sucedidos programas continuados no campo da música erudita, tanto em Minas Gerais como no Brasil. Reconhecida com prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, a nossa Orquestra, como é carinhosamente chamada pelo público, inicia sua segunda década com a mesma capacidade inaugural de sonhar, de projetar e executar programas valiosos para a comunidade e sua conexão com o mundo.
Números da Filarmônica de Minas Gerais em 10 anos (até dezembro de 2017)
950 mil espectadores
731 concertos realizados
975 obras interpretadas
102 concertos em turnês estaduais
38 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
527 notas de programa publicadas no site
164 webfilmes (13 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
3 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
3 CDs independentes (Brahms&List, Villa-lobos e Schubert)
1 trilha para balé com o Grupo Corpo
1 adaptação de Pedro e o Lobo, de Prokofiev, para orquestra e bonecos com o Grupo Giramundo
SERVIÇO
Série Presto
10 de maio – 20h30
Sala Minas Gerais
Série Veloce
11 de maio – 20h30
Sala Minas Gerais
Fabio Mechetti, regente
Angela Cheng, piano
WAGNER O idílio de Siegfried, WWV 103
C. SCHUMANN Concerto para piano em lá menor, op. 7
R. STRAUSS Uma vida de herói, op. 40
Ingressos: R$ 44 (Coro) R$ 50 (Balcão Palco) R$ 50 (Mezanino), R$ 68 (Balcão Lateral), R$ 92 (Plateia Central) e R$ 116 (Balcão Principal).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
São aceitos cartões com as bandeiras Amex, Aura, Redecard, Diners, Elo, Hipercard, Mastercard, Redeshop, Visa e Visa Electron.