
Com o objetivo de propor um lugar de experimentação de suas criações artísticas, os alunos do curso de Artes Dramáticas do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado, promovem do dia 15 a 17 de maio a segunda edição da Me Mostra Livre, mostra de 16 cenas curtas produzidas inteiramente pelos estudantes.
Até a criação da Me Mostra Livre no ano passado, os alunos do curso de Teatro só fariam uma montagem autônoma no terceiro ano de curso. Portanto, a mostra vem como um espaço experimental, criador e democrático, proporcionando essa experiência de criação no começo dos estudos dramatúrgicos dos estudantes.
As cenas são concebidas pelos alunos, da primeira ideia até o resultado final, apresentado no palco, incluindo aspectos técnicos como iluminação e sonorização, com supervisão e orientação técnica do Coordenador da Escola de Teatro, Geraldo Octaviano.
O coordenador ressalta que os estudantes são incentivados a desenvolver autonomia como jovens artistas da cena teatral de Belo Horizonte, mas que atua como um orientador para ajudá-los a manter o padrão técnico da Fundação Clóvis Salgado. “Cobri com os alunos o cerco da profissionalização das relações da mostra com o Teatro João Ceschiatti, fazendo reuniões, documentações técnicas e mapa de luz, como se fosse uma produção real, de fora da casa”, comenta. “O aluno vai atuar numa cena, cuidar da iluminação em outra e dirigir na próxima. É uma experiência cooperativa rica e completa para os alunos, que tiveram uma vivência muito positiva na última edição.
Neste ano eles estão mais preparados e, portanto, vieram com uma proposta mais ousada. ”, completa o Coordenador do Programa de Residência para Pesquisas Artísticas do Cefart, Fabrício Martins. Para ele, os alunos saem da zona de conforto de ser dirigidos por professores e ganham um lugar de protagonismo.
Segundo Geraldo, outro avanço interessante em relação à mostra de 2017 é a parceria firmada pelos alunos com o Teatro Universitário da UFMG. Quatro das 16 cenas que serão apresentadas na Me Mostra Livre virão na íntegra da Mostra Tu, mostra do Teatro da UFMG. “Fazer esse vínculo é muito interessante, já que tínhamos dificuldade de fazer essa troca devido aos cursos serem no mesmo horário”, comenta.
Kaka Corrêa, aluno do segundo ano do curso de teatro e um dos organizadores das duas edições da Me Mostra Livre vê o evento como um espaço necessário de experimentação artística. “A iniciativa vir de dentro da Fundação é algo muito importante, e muito além disso, ela faz com que criemos autonomia e independência, porque nós participamos de todo o processo, de pré-produção à realização das peças, incluindo até mesmo a seleção de figurinos”, comenta.
PROGRAMAÇÃO:
DIA 15 DE MAIO, TERÇA-FEIRA
MOSTRA ARTÍSTICA
Horário: 19hs
Local: Sala João Ceschiatti
CENAS:
O Baile Vermelho
Direção, atuação, cenografia, figurino: Arthur Barbosa.
Iluminação: Kaka Correa.
Sinopse: Todxs estão convidadxs para o baile. Cheguem cedo, se arrumem. Há uma história a se contar. Um crime, cuidado. Qualquer um pode ser o suspeito. Estou de olho em você.
Dentro
Dramaturgia: texto adaptado de Newton Moreno.
Figurino/trilha/direção: coletivo.
Iluminação: Kaka Correa.
Sinopse: Tempo é o frio que faz entre o calor de um corpo e o próximo.
Anacrônica
Criação e concepção: Letícia Bezamat e Renata Rocha.
Sinopse: Um anjo caminha sobre a terra. Ele é visto de uma tela e ri para seu interlocutor. Uma música toca.
Mesmo que eles voltem ou Além disso, mais nada
Dramaturgia: coletiva.
Direção: Arthur Barbosa e Kaka Correa.
Concepção de luz: Kaka Correa
Assistência de luz e operação: Leandro Bolina
Trilha Sonora: Leticia Bezamat
Cenografia: Arthur Barbosa
Atuação: Arthur Barbosa, Camila Furtunato e Kaka Correa
Sinopse: Alguma coisa já aconteceu. A renúncia do movimento parte da vontade e da esperança de algo que virá. Mais de uma vida coberta por elas. Todos ficam? Será que há algo que você precisa saber ou é para testar até onde você consegue ficar? Permanecer.
Leve
Concepção e atuação: Álisson Valentim e Bernardo Rocha
Sinopse: Vivemos carregando coisas. Ossos, pele, pelos, órgãos, sangue, unhas e dentes. É difícil se equilibrar em nossas próprias pernas. ‘Leve’ é um experimento cênico sobre quantos significados cabem dentro de uma ação
DIA 16 DE MAIO, QUARTA-FEIRA
MOSTRA ARTÍSTICA
Horário: 19hs
Local: Teatro João Ceschiatti
CENAS:
Aterrizando aterrorizando aterro
Dramaturgia: Ana Clara Ligeiro, Nayara Salles
Figurino: Ana Clara Ligeiro e Nayara Salles
Trilha Sonora: Pedro Henrique Saldanha
Iluminação: Efe Godoy
Elenco: Ana Clara Ligeiro, Nayara Salles, Jonata Vieira
Sinopse: Experimento, performance, ritual, 3 pessoas de máscara colando, tocando sino, se esfregando, olhando para o espelho, comendo, acordando de 5 em 5 minutos. Sonho, ficção, realidade, confuso, aterrorizado. Tudo se repete, sons e movimentos, ciclo, volta.
Devir
Dramaturgia: Rodrigo Lima Onofre
Figurino: Rodrigo Lima Onofre
Iluminação: Kleber Bassa
Sinopse: "Malone, Moran, Molloy não se sabe, irrompem através de sua narrativa caótica, derivando sobre sua própria existência à qual se resume ao pertencimento do nada, no umbral onde se encontra a única certeza é o talvez, seguida pela dúvida que o aflige, característica da Terra Samuelis. Não é possível continuar, é preciso continuar.
"Enquanto espero, vou tentar me contar histórias, se puder..."
Livre adaptação com base nos livros “Malone Morre” e “Molloy” - Samuel Beckett.
Uma receita de como matar baratas
Direção: Deydson Tcharles
Elenco: Jéssica Ricci
Iluminação: Kaka Correa
Sinopse: Esta história poderia se chamar “As Estátuas”. Outro nome possível é “O Assassinato”. E também “Como Matar Baratas”. Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras porque nenhuma delas mente a outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.
Ouroboros
Direção e atuação: Juan Queiroz e Pablo Xavier
Dramaturgia: Juan Queiroz e Pablo Xavier, inspirado em textos de Tolstói, Georg Trakl e Wislawa Szymborska
Preparação Corporal: Pablo Xavier
Iluminação: Kaka Correia
Composição de Trilha Sonora: Gabriel Cesário
Execução de trilha: Ivo Ivo Ivo
Figurino: Eliane Correia
Sinopse: Corpos presos em um não-lugar passageiro que se encontram à beira do abismo. Rememórias sonhadas unem caminhos e fazem encontros. O desconhecido de uma nova existência faz destino: Para onde vamos depois que não resta mais nada?
5 Horas
Direção: Klebber Bassa
Luz: Klebber Bassa
Operador de som: Júnior Fernandes
Dramaturgia: Ícaro Gibran
Roteiro: Ícaro Gibran
Figurino: Ícaro Gibran
Trilha sonora: Ícaro Gibran
Cenário: Ícaro Gibran
Sinopse: A vida que o José Maria conhecia mudou completamente no dia 05 de novembro de 1945, quando foi levado ao hospital psiquiátrico por sua mãe no dia do seu aniversário em que completaria 5 anos de idade. Ao chegar ao hospital sua cabeça foi raspada, suas roupas arrancadas e seu nome descartado pelos funcionários que o rebatizaram. Zezé como é conhecido por todos, passa por toda barbárie e desumanidade em um dos maiores hospícios do Brasil, sem perder a doçura, a poesia e a esperança de reencontrar sua mãe.
DIA 17 DE MAIO, QUINTA-FEIRA
MOSTRA ARTÍSTICA
Horário: 19hs
Local: Teatro João Ceschiatti
CENAS:
Autorretrato Estarrecido
Performer: Pablo Xavier
Preparação Corporal: Welleton Carlos
Sinopse: Um artista que não quer sumir quando morrer. Vive deixando fagulhas de si jogadas ao léu. É possível assistir a efemeridade de uma fagulha? O quanto somos daquilo que veem de nós? A nossa essência é perceptível?
Que não me importa
Dramaturgia: Grace Passô
Figurino: Arthur Diniz
Iluminação: Pedro Ivo
Sinopse: Prólogo do texto Amores Surdos de Grace Passô, onde um dos personagens, Joaquim, que como um contador de histórias quebra brechtianamente o pacto ficcional, revelando ao espectador um dos desfechos da trama. A morte do irmão em um país estrangeiro longe da família.
Amores surdos narra o cotidiano de uma família aparentemente comum. No entanto, suas relações, por mais amorosas e afetivas que sejam, traduzem uma distância insuperável na falta de comunicação que impede uma compreensão mútua entre os personagens.
Dentro
Atuação: Carol Gomes e Davds Lacerda
Direção: Carlos Lauro
Iluminação: Carol Cavalcanti
Texto: "Dentro" de Newton Moreno
Sinopse: Duas pessoas, uma prática nada convencional e seus diálogos sobre as lembranças, os desejos e o amor.
Teatro Físico
Dramaturgia: Lucas Nicoli e Lucas Matias
Trilha: Lucas Nicoli
Iluminação: Lucas Matias
Sinopse: Uma experimentação e estudo sobre o teatro físico
Projeção
Concepção e atuação: Sanmella
Sinopse: Espelho é um objeto de superfície lisa, bastante polida, que é capaz de refletir a luz e formar imagens nele refletidas. Objeto ou gente, animal ou planta, ser inanimado ou cheio de vida, todos podem e serão usados, fragmentados, significados pelo medo da finitude, por isso a auto-afirmação.
Este é um experimento autoral, a partir de uma pesquisa da autora que surgiu numa disciplina circense de malabarismos em que o objeto de trabalho é um ou vários espelhos; o objetivo é perceber, sentir, tatear e enxergar para além dos que os olhos veem. Desmascara. Ilusão e realidade se diferem apenas pelos ângulos de observação, servem para decodificar uma mesma coisa: o "REAL", o externo, o inominável.
A ideia é transitar pelos aspectos psicológicos, ideológicos, sociais, íntimos, sensoriais de um humano em contato com o espelho e, sutilmente, torna-los óbvios, de forma que a fuga das radiações eletromagnéticas que atravessam os sentidos seja, enfim, encarada de frente.
O ator se transforma, se mistura ao objeto para que o outro possa, em paz, enxergar-se. Seja pela dor, amor, alegria ou confusão. Se ver no outro, auto-identificar-se escancaradamente, aceitar a vaidade, bem como a origem de todos os problemas: o outro-eu.
Escapulário
Concepção, direção e atuação: Bremmer Guimarães
Orientação cênica e dramatúrgica: Adélia Carvalho
Iluminação: Caroline Cavalcanti
Produção: Cia Anômala de Teatro
Sinopse: Nessa peça-performance, o público testemunha a intimidade de um homem em conflito com Deus. Um corpo que se coloca em dúvida diante das crenças e desejos que o cercam.
Me Mostra Livre – Mostra de Cenas Curtas do Teatro
Local: Teatro João Ceschiatti – Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1.537
Período: 15 a 17 de maio
Horário: 19h às 22h30
Classificação Indicativa: 12 anos
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400
Informações para a imprensa
Júnia Alvarenga: (31) 3236-7419 l (31) 98408-7084 l Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Vítor Cruz: (31) 3236-7378 l (31) 99317-8845 l Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Thamiris Rezende: (31) 3236-7381 | (31) 99154-9103 | Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.