
Embora não se trate de uma remontagem integral do clássico, o trabalho estabelece relações entre questões atuais e o drama do século XVII, capturando detalhes individuais e coletivos do grupo para a concepção do espetáculo. “O tema que motivou o processo foi a intolerância e, a partir dela, a equipe de criação chegou à ideia de violência. O encontro com Hamlet, um texto tão antigo, mostra como o tempo passou e as situações permaneceram. As opressões, os silenciamentos, as invisibilidades”, pontua Rogério.
No texto original de Shakespeare, o príncipe da Dinamarca, Hamlet, não sabe se deve vingar o assassinato do pai, nem quando e como deve fazê-lo. Um príncipe que finge ser louco para denunciar a família e acaba se percebendo imerso na própria loucura. Como em Hamlet, são os dilemas íntimos e políticos do indivíduo e da sociedade, as nossas contradições, que estão em “Há Algo de Podre no Reino da Dinamarca”, desde o silenciamento dos pares, às violências e às opressões cotidianas.
A ideia de um cruzamento entre Shakespeare e os tempos contemporâneos foi uma sugestão do dramaturgo da peça, Vinicius Souza. O autor apresentou suas ideias para a turma, após um período de pesquisa a partir de improvisações das atrizes e atores em sala de ensaio. Em cena, o elenco se propõe a pensar como e de qual maneira cada um responde às provocações diárias. “Assim como em Hamlet, aspectos como a tensão entre ficção e realidade, os limites da representação, e a metateatralidade, também percorrem a obra”, comenta Rogério Araújo.
Há algo de podre no Reino da Dinamarca é uma peça que quer dialogar, que mais do que impor um discurso moralizante sobre os tempos atuais, propõe reflexões, questionamentos, dúvidas, inclusive de diferentes épocas, gerações. O encontro entre Rogério e Vinícius, por exemplo, marca um retorno dos dois artistas ao Cefart, que também se formaram na escola de teatro em 1999 e 2009, respectivamente.
O figurino, criação de Thálita Mota, remete a tempos distintos. Peças volumosas do período medieval se misturam a composições contemporâneas, como tênis e calças jeans. A figurinista também é responsável pela concepção do cenário. Já a trilha sonora, co-criação do professor Tomáz Aquino e do formando Lucas Nicoli, passa por momentos mecânicos e execução ao vivo, com melodias interpretadas no piano. A direção vocal é de Ana Hadad e a corporal é de Carolina de Pinho. Além da criação audiovisual de André Veloso e luz de Cristiano Diniz e Lucas Matias.
Há algo de podre no reino da Dinamarca
Período: 28 de junho a 15 de julho
Horário: quarta a sábado, às 20h; domingo, às 19h
Local: Teatro João Ceschiatti – Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400 | www.fcs.mg.gov.br
Informações para a imprensa:
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