
A cantora, compositora e pianista paraense Leila Pinheiro é a convidada da Fundação Clóvis Salgado para a próxima edição da série Sinfônica Pop. Pela primeira vez em parceria exclusiva com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Leila se apresenta em duas oportunidades, oferecendo ao público o melhor de um repertório que celebra 60 anos do gênero musical brasileiro mais famoso do mundo, a Bossa Nova. Os shows contam com interpretações da cantora de músicas de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Edu Lobo, dentre outros célebres compositores.
As apresentações, que têm regência do maestro assistente da OSMG, Sérgio Gomes, aliam o talento da cantora à versatilidade da Orquestra. Segundo Sérgio, o programa Sinfônica Pop se faz muito importante na desmistificação da música sinfônica como algo inacessível, e tem mostrado resultado positivo. “Em todos os anos da existência do projeto, a OSMG buscou valorizar um dos signos mais importantes da criatividade brasileira, a MPB. Nesse momento, homenageando os 60 anos da Bossa Nova, teremos uma aliada forte: Leila Pinheiro, com sua voz e talento inconfundíveis, que trará certamente brilho e sensibilidade em uma belíssima apresentação”, conta o maestro.
As canções foram adaptadas para a musicalidade orquestral pelas mãos de vários arranjadores renomados: os músicos Fred Natalino, Hudson Nogueira, Jota Moraes, Antônio Carlos Neves, Jaime Álem, Gilson Peranzzetta, Nelson Ayres, Tiago Costa, Rodrigo Morte, Flávio Mendes e Jether Garotte Jr. Segundo Sérgio Gomes, é a primeira vez que a apresentação terá um número tão grande de diferentes colaboradores. “Os arranjos trarão uma dinamicidade, uma variedade de interpretações que proporcionará maior riqueza ao show”, conta.
O repertório traz composições marcantes da Bossa Nova, como os sucessos imortais de Vinícius de Moraes Insensatez (1961) e Ela é carioca (1963), as primorosas composições de Tom Jobim Por toda a minha vida (1959) e Modinha (1981), além decanções de Flávio Venturini, Eduardo Gudin, J. C. Costa Netto, Edu Lobo, Chico Buarque e Paulo César Pinheiro.
Segundo o maestro, que regeu os concertos da orquestra com os artistas Elba Ramalho (2016), Luiz Melodia (2015), Chico César (2017) e Cobra Coral (2018), dentre outros, a Sinfônica Pop é uma oportunidade incrível tanto para a OSMG quanto para o artista. “A sensação de reger esse programa é sempre a melhor possível. Gosto muito de ver a transformação das obras populares pelo espectro sonoro de uma orquestra sinfônica”, conta Gomes. “As expectativas são as maiores e melhores possíveis. Reunindo a qualidade vocal e interpretativa de Leila Pinheiro junto à versatilidade e comprometimento da OSMG, bem como arranjos de primeira linha, certamente teremos mais uma edição de pleno sucesso”, finaliza.
O doce balanço encontra o erudito – A cantora Leila Pinheiro se apresenta pela primeira vez ao lado da OSMG, em um show exclusivo. Segundo a artista, a emoção de cantar novamente no Grande Teatro, ao lado de um grupo tão grandioso, é um prazer imenso. “O projeto Sinfônica Pop é espetacular, e estou muito feliz de retornar ao palco do Palácio das Artes, aonde amo tanto cantar”, conta a cantora, que diz estar ansiosa com as apresentações. “As expectativas são grandes! Cantar com orquestras do nível da OSMG é sempre um presente para intérpretes que tocam. A música se enriquece muito com tantas sonoridades e possibilidades. Eu ganho um entusiasmo novo, que vai para as canções, e todos – músicos e público – sentimos juntos”.
Apesar de sua primeira apresentação com a OSMG, Leila já tem costume de se aventurar pela música erudita – tanto como cantora, quanto como pianista. “Felizmente, shows com orquestras nas mais diversas formações são recorrentes na minha trajetória. Gosto muito de cantar com Big Bands, também”, conta. As mais recentes parcerias da artista foram com a Orquestra Jovem Tom Jobim (cantando o “Clube da Esquina”), a Orquestra Jovem VALE de Música, a Sinfônica do Theatro da Paz, em Belém, e a Orquestra Sinfônica de Jerusalém, em Israel.
O repertório do Sinfônica Pop contempla composições clássicas da Bossa Nova, com arranjos criados especialmente para as apresentações de Leila com grandes grupos musicais. “Escolhi as canções dentre meu repertório com orquestras, pensando no que resultaria mais bonito em um espetáculo que homenageia a Bossa Nova”, explica Leila. Músicas que são parte da carreira da cantora há quase 40 anos ganham uma nova roupagem, e prometem encantar o público. Além disso, os shows contam com uma abertura especial escrita pelo pianista e arranjador mineiro Frederico Natalino, que faz um passeio pelo que Leila gravou durante a carreira, homenageando a artista.
Leila destaca, ainda, a importância de um show dedicado a um gênero musical tão especial na história da música brasileira. “Fico feliz que a Bossa Nova seja lembrada e tocada sempre. Essa matriz de beleza harmônica sem paralelo no mundo, tocada por gênios como João Gilberto, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Tom Jobim. Busco cantar o que eles compuseram e apresentar o melhor dessa música, que é atemporal e é eterna”, comemora a artista.
Leila diz já estar estudando as partituras com os arranjos especiais. “Artista que não é bobo fica de olho no maestro, estuda o arranjo, grava os ensaios, e depois se joga.Tenho que louvar e saudar a iniciativa da Fundação Clóvis Salgado, assim como o empenho da equipe em fazer acontecer. É uma honra para mim e um presente que recebo com imensa alegria. Vida longa a este projeto! Estou chegando, BH!”.
Sobre o Sinfônica Pop – A série Sinfônica Pop é uma iniciativa da Fundação Clóvis Salgado em que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais convida artistas para apresentar o rico repertório de nossa música popular. Nessa parceria artística, a OSMG mostra toda a sua versatilidade, proporcionando ao público uma forma singular de fruição da MPB. Grandes nomes da música brasileira já se apresentaram ao lado da OSMG como Elba Ramalho, Filipe Catto, Luiz Melodia, Mônica Salmaso, Zé Miguel Wisnik, Lenine, Chico César, Cobra Coral, entre outros.
Leila Pinheiro – Estrela do primeiro time da música popular brasileira, Leila Pinheiro é intérprete, compositora e pianista. Começou a estudar piano aos dez anos de idade. Aos vinte, desiste da faculdade de Medicina e realiza seu primeiro espetáculo, Sinal de Partida, em outubro de 1980, em Belém, sua cidade natal, onde estreou como cantora. Em maio de 1981, passa a morar no Rio de Janeiro e grava seu primeiro LP de maneira independente com produção de Raimundo Bittencourt. Excursionou com o Zimbo Trio em shows pelo exterior em 1984, mas o sucesso veio na verdade em 1985, quando ganhou o prêmio de cantora-revelação no Festival dos Festivais, da TV Globo. Seu CD Benção, bossa nova (1989), celebrou as três décadas da bossa no Brasil e no Japão, com Leila e um de seus maiores criadores - Roberto Menescal. Coisas do Brasil (1993), produzido pelo pianista Cesar Camargo Mariano, e Catavento e Girassol (1996), com as parcerias de Guinga e Aldir Blanc, são três grandes referências da intérprete. Em seus 38 anos de carreira, gravou 19 CDs e três DVDs, interpretando o cancioneiro brasileiro clássico por seus grandes criadores - os que vieram vindo e os que vêm chegando. Leila Pinheiro é sinônimo da melhor música brasileira: clássica, moderna, eterna.
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas orquestras do país. Em 2013, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais. Em permanente aprimoramento da sua performance, a OSMG cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre, na capital e no interior de Minas Gerais. Executa repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, do barroco ao contemporâneo, além de grandes sucessos da música popular, com a série Sinfônica Pop. Em 2016, o belo-horizontino Silvio Viegas assume o cargo de regente titular do Corpo Artístico. Antes dele, foram responsáveis pela regência: Wolfgang Groth, Sérgio Magnani, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Aylton Escobar, Emílio de César, David Machado, Afrânio Lacerda, Holger Kolodziej, Charles Roussin, Roberto Tibiriçá e Marcelo Ramos.
Sérgio Gomes – Regente – Graduado pela UFMG, nasceu no Rio de Janeiro onde começou os estudos musicais com o pai, maestro Sebastião Gomes, aos 10 anos, aos 11 anos, na Escola de Música de Brasília o estudo de trompa com o Professor Raimundo Martins. Em 1977 passou a integrar a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas como primeiro trompista. Em 1981, foi convidado para atuar na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, como primeiro trompista e solista. Atuou como solista e musico convidados em várias orquestras brasileiras. Em 2000, participou da primeira turnê internacional da OSESP, sob a regência de John Neschling e Roberto Minczuk. Em 2011, atuou na Orquestra Sinfônica Del Sodre, em Montevidéu. Foi professor do Cefart da FCS e professor da Escola de Música da UEMG. Atuou como assistente dos maestros Holger Kolodziej, Marcelo Ramos e Roberto Tibiriçá. Esteve à frente da OSMG nas séries Sinfônica no Museu, Concertos Educativos, Concertos no Parque, Concerto na Cidade, Sinfônica ao Meio-dia e Sinfônica em Concerto. Atualmente, é primeiro trompista solista e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
Serviço
Período: 10 de novembro (sábado), às 20h30; e 11 de novembro (domingo), às 19h
Local: Grande Teatro do Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada)