
“O Mercado como símbolo da cidade”, obra de Maria de Lourdes Caldas Gouveia, terá lançamento com palestra e autógrafos da autora, no dia 28 de novembro, quarta-feira, às 19h30, na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1466 – Lourdes – BH – MG). Na ocasião, a professora Maria de Lourdes Caldas Gouveia, doutora em Estudos Avançados em Filosofia pela Universidade Complutense de Madri, falará sobre a memória da construção imaginária do Mercado Central, que completa 90 anos em 2019. Entrada franca.
No dia 09 de dezembro, domingo, 10h, é a vez do Mercado Central Av. Augusto de Lima, 744 – Centro – BH – MG) receber Maria de Lourdes Gouveia, com este lançamento. O evento também será gratuito e aberto ao público.
Projeto realizado com os benefícios da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com o patrocínio da BETIM Química, o livro tem prefácio do escritor e membro da Academia Mineira de Letras, Olavo Romano.
A produção tem apoio da NetService, participação do Instituto José Capanema, projeto gráfico de Giovanni Xisto Chiodi e produção editoral da Karmim Promoções – Carminha Guerra/Selo Karmim – 30 anos. Na capa, aquarela de Bernardo Gouveia. O miolo traz fotos de Chico Gouveia.
A obra vem acompanhada de citações bibliográficas e já foi traduzida para o inglês.
O LIVRO
Pesquisadora dos símbolos materiais de BH, Maria de Lourdes Gouveia criou a série “Matéria da memória – A cidade e seus símbolos”, com volumes já publicados sobre o Palácio da Liberdade, a Praça da Liberdade e o Cemitério do Bonfim.
No livro “O Mercado como símbolo da cidade” -- o quarto volume da série sobre os principais ícones de Belo Horizonte - o tema Mercado Central se apresenta em texto ilustrado com fotografias, aquarelas e vinhetas. A abordagem investiga a memória do imaginário coletivo que ronda o local, fundado em 1929.
“No centro de Belo Horizonte, o Mercado Central se oferece como um particular espaço inclusivo. Em diálogo com a cidade, de marcado caráter excludente se colocando como local para a inclusão de todos os que o procuram. No seu interior, de múltiplas facetas é possível reunir a família, os amigos e os colegas em joviais encontros participativos. Há um sentimento de acolhida, de pertencimento, de troca e de tudo aquilo que no futuro, será a matéria da memória”.
Em lúcidas colocações página a página, Maria de Lourdes Gouveia, norteia a condução do livro, permeado de história, memória e impressões várias, muitas delas, colhidas em fontes diretas e contemporâneas de várias épocas. Ela, sutilmente nos convida a ver o visível e o invisível, numa consciência referenciada em Maurice Merleau Ponty, autor do emblemático “A filosofia da percepção”.
Por outro lado, no tema, nos traz Lewis Mumford. Quem leu, de Mumford, “Cidade na História” (1961) compreende seu conceito “mais do que uma história das formas e funções da cidade através dos tempos, é um retrato arrojado e imaginativo do desenvolvimento do homem como ser religioso, político, econômico, cultural e sexual”.
“Como diria o historiador estadunidense Lewis Mumford, provavelmente não existe um mercado urbano em que a troca de notícias e opiniões, pelo menos no passado, não desempenhou um papel quase tão importante quanto a troca de mercadorias”, expressa Maria de Lourdes.
Se a autora não nos priva de histórias interessantes e fundamentais para a existência do Mercado (vide a figura do visionário engenheiro Márcio Gomes, dos senhores Olímpio Marteleto e Vicente Araújo), sábias (como a presença do advogado Athenágoras Carvalhaes, que, em estatuto tornou as lojas do Mercado Central, inalienáveis para terceiros, protegendo os pequenos comerciantes), curiosas (como a invasão das baratas, oriundas do canal existente na Rua Curitiba e que transtornou a realidade do Mercado) e, até dolorosas - como a trágica destruição do primeiro mercado belo-horizontino, localizado na região da atual rodoviária, todo metálico e que foi importado da Bélgica, em 1898 (obra que chegou ao país em módulos e foi tão significativa que trouxe como brinde um coreto, atualmente “abrigado” pelo Parque Municipal. O referido Mercado foi demolido em 1929!), a filósofa Maria de Lourdes Gouveia faz perceber entrelinhas que, como bem traduziu Fernando Brant:
“Os corações se abrem para mostrar que a vida pode ser simples e boa, farta e generosa. Que vida em sociedade tem sabores que precisam ser degustados, Aquilo ali é uma cidade iluminada, onde cada um faz sua parte e existe um ponto que nos aproxima e nos une” (Fernando Brant)
É o invisível no visível. Um jeito humano de olhar. A cartografia de sabores e odores. A matéria da Memória... Deixemos para a autora:
“Amparada na afirmação de Fernando Brant (2004) os ouvidos e a mente começam a perceber que, no meio da algazarra de voes, existem pessoas construindo um mundo, um mundo cheio de variadíssimos sons, imagens, saberes, sabores e odores se oferece de modo fugidio e é nele que a matéria estudada e o olhar do estudioso se encontram em sua fragilidade mútua: a fugacidade da matéria estudada e a consciência de finitude de quem realiza o trabalho. O texto de Brant ilumina a dúvida: o mundo que se percebe na multiplicidade de vozes se perpetuará na matéria da memória.”
A AUTORA
Maria de Lourdes Caldas Gouveia é pedagoga e filósofa, com doutorado em Estudos Avançados em Filosofia pela Universidade Complutense de Madri. É graduada em Pedagogia pela PUC Minas, bacharel em Filosofia pelo Instituto Santo Tomás de Aquino, especialista em Filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto, mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professora aposentada do Instituto de Filosofia e Teologia da PUC Minas. Também é uma das coordenadoras do projeto “Filosofia e Cinema”, com leituras de textos e sessões de filmes comentadas.
LANÇAMENTOS
O evento do dia 28 de novembro na Academia Mineira de Letras faz parte do programa Casa da Palavra – Plano Anual de Manutenção AML, realizado mediante a Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Unimed-BH, por meio do incentivo fiscal de mais de 4,7 mil médicos cooperados e colaboradores; copatrocínio da CBMM. A AML integra o Circuito Liberdade.
Associação sem fins lucrativos, o Instituto Unimed-BH, há 15 anos, contribui com o desenvolvimento social em localidades de atuação da Unimed-BH. Para isso, desenvolve cinco grandes programas: Comunidade, Meio ambiente, Voluntariado, Adoção de espaços públicos e Cultura. Saiba mais eminstitutounimedbh.com.br.
SERVIÇO
Lançamento do livro “O Mercado como símbolo da cidade”, de Maria de Lourdes Caldas Gouveia
Data: 28 de novembro (quarta-feira)
Horário: 19h30
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1.466 – Lourdes, Belo Horizonte/MG
Entrada: Gratuita
Data: 09 de dezembro (domingo)
Horário: 10h
Local: Mercado Central (Av. Augusto de Lima, 744 – Centro, Belo Horizonte/MG
Entrada: Gratuita
Comunicação Criativa e Imprensa: Márcia Francisco 31 991659778