Nos dias 10 e 11 de outubro, às 20h30, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica recebe, pela primeira vez em Belo Horizonte, o finlandês Olli Mustonen. No concerto, Mustonen será compositor,regente e solista convidado. Ele vai reger a Sinfonia nº 5 em Mi bemol maior, op. 82, de Sibelius, e Tríptico, obra de sua autoria. Mustonen também vai interpretar o Concerto para piano nº 24 em dó menor, K. 491, de Mozart. Completa o programa dessas apresentações a Abertura “A consagração da casa”, op. 124, de Beethoven.
Antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos Concertos Comentados. O convidado desta semana é o maestro Arnon Oliveira. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
Esses concertos são apresentados pelo Ministério da Cidadania, Governo de Minas Gerais e Itaú e contam com o Patrocínio da ArcelorMittal e o apoio cultural da Companhia Energética Chapecó e BMPI por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Repertório
Sobre “A consagração da Casa”
Ludwig Van Beethoven (Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e Abertura “A consagração da casa”, op. 124 (1822)
A Abertura “A Consagração da Casa” integrava a música de cena que Beethoven compôs para a peça teatral homônima do escritor Carl Meisl, apresentada nas festividades de reinauguração do Teatro de Viena, em outubro de 1822. É a última das onze Aberturas de Beethoven. Para dar o tom alegre que a situação pedia, ele tomou como modelo a forma barroca das ouvertures de Haendel, compositor que muito admirava, para criar uma introdução lenta e majestosa, seguida de um Allegro. Independentemente de sua gênese, a abertura manteve-se no repertório e foi reapresentada em maio de 1824, no concerto de estreia da Nona Sinfonia.
Sobre o Concerto para piano nº 24 em dó menor, K. 491
Wolfgang Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e Concerto para piano nº 24 em dó menor, K. 491 (1786)
Entre 1781 e 1791, Mozart viveu em Viena e iniciou uma carreira de músico freelancer. Foi um período fértil como compositor, quando ele criou suas obras mais admiráveis. A rica vida musical e intelectual da cidade, as possibilidades de apresentações públicas e as inúmeras encomendas foram o estímulo necessário para que, no universo de 28 concertos para piano (27 concertos, mais o Concerto Rondó, K. 382), dezoito fossem compostos em Viena. Os concertos para piano eram um importante meio de divulgação de suas habilidades como instrumentista e compositor. Mozart frequentemente os compunha para alguma apresentação pública. Por isso, a composição de seus concertos para piano da fase de Viena está intimamente ligada à ascensão e queda de sua popularidade na cidade: de 1781 a 1786, época de maior sucesso, Mozart compôs dezesseis concertos (os dois remanescentes foram compostos em 1788 e em 1791). O Concerto para piano nº 24 em dó menor, K.491, faz parte dessa última fase de sua vida. Segundo seu catálogo temático, a data final da composição foi 24 de março de 1786. Acredita-se que ele o tenha estreado em seu último concerto por assinatura no Burgtheater, em Viena, no dia 07 de abril de 1786.
Sobre Tríptico
Olli Mustonen (Vanda, Finlândia, 1967) e Tríptico (2016)
“Uma peça selvagem e intensa com três partes”. Olli Mustonen parece gostar do número três. Quase sempre que deixa sua casa na cidade de Hausjärvi, Filândia, para se apresentar, o músico exerce três funções em um mesmo concerto: pianista solo, regente convidado e compositor. Nessa última, a estrela é Tríptico, peça que conheceu o mundo em janeiro de 2016, em Helsinki. A palavra tríptico dá nome a quadros ou papéis divididos em três partes. De tal modo, a peça não poderia deixar de ter três movimentos! Segundo Mustonen, o início é misterioso, a segunda parte é selvagem. Por fim, a terceira é uma síntese das duas anteriores.
Sobre a Quinta Sinfonia de Sibelius
Jean Sibelius (Hämeenlinna, Finlândia, 1865 – Järvenpää, Finlândia, 1957) e a Sinfonia nº 5 em Mi bemol maior, op. 82 (1915 | Revisada em 1916 e em 1919)
Vivendo o conturbado período histórico marcado pela resistência à ocupação russa e pela independência de 1917, Jean Sibelius rapidamente foi reconhecido como o mais importante e influente músico do nacionalismo finlandês. A vasta produção de Sibelius inclui vários poemas sinfônicos, peças de música para cena, o célebre Concerto para violino, música coral, peças menores para instrumentos solistas, e sete sinfonias, cuja Quinta abre nossas celebrações dos 150 anos do compositor. Antes da versão definitiva, a nº 5 passou por duas grandes modificações. A original foi estreada em Helsinque em 8 de dezembro de 1915. Mas a partitura que prevaleceu como definitiva foi a da terceira revisão, publicada em 1919, tornando-se uma das mais apreciadas obras do finlandês.
Olli Mustonen, regente convidado e piano
Seguindo os passos de mestres como Rachmaninov, Busoni e Enescu, o finlandês Olli Mustonen ocupa um espaço único no mundo sinfônico ao combinar diferentes papeis em seu trabalho: é, em igual e fascinante medida, regente, compositor e pianista. Durante seus 35 anos de carreira, já se apresentou com a algumas das mais importantes orquestras do mundo, como todas as de Londres, as filarmônicas de Berlim, Nova York e Los Angeles e a Sinfônica de Chicago. Como compositor, tem convicção de que cada apresentação deva ter o frescor da estreia, de modo que público e orquestra reconheçam o compositor como um organismo vivo. Em respeito ao ditado de Mahler, de que a tradição pode ser preguiçosa, Olli Mustonen em igual medida desconfia de apresentações que apenas buscam ser diferentes. Essa ideia permite que o maestro circule confortavelmente entre o repertório clássico e os novos autores. Recentemente, regeu a estreia de novos e importantes trabalhos à frente das filarmônicas de Tampere e de Helsinque a da Sinfônica de Melbourne. Ao mesmo tempo, como forte expoente da música de Prokofiev, Mustonen já tocou e gravou todos os concertos para piano do compositor russo ao lado da Orquestra Sinfônica da Rádio Finlandesa. Nascido em Helsinque, Olli Mustonen começou a estudar piano, cravo e composição com apenas cinco anos.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Criada em 2008, desde então a Filarmônica de Minas Gerais se apresenta regularmente em Belo Horizonte. Em sua sede, a Sala Minas Gerais, realiza 57 concertos de assinatura e 12 projetos especiais. Apresentações em locais abertos acontecem nas turnês estaduais e nas praças da região metropolitana da capital. Em viagens para fora do estado, a Filarmônica leva o nome de Minas ao circuito da música sinfônica. Através do seu site, oferece ao público diversos conteúdos gratuitos sobre o universo orquestral. O impacto desse projeto artístico, não só no meio cultural, mas também no comércio e na prestação de serviços, gera em torno de 5 mil oportunidades de trabalho direto e indireto a cada ano. Sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra conta, atualmente, com 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas do Sul e do Norte e Oceania, selecionados por um rigoroso processo de audição. Reconhecida com diversos prêmios culturais e de desenvolvimento econômico, ao encerrar seus 10 primeiros anos de história, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais recebeu a principal condecoração pública nacional da área da cultura. Trata-se da Ordem do Mérito Cultural 2018, concedida pelo Ministério da Cultura, a partir de indicações de diversos setores, a realizadores de trabalhos culturais importantes nas áreas de inclusão social, artes, audiovisual e educação. A Orquestra foi agraciada, ainda, com a Ordem de Rio Branco, insígnia diplomática brasileira cujo objetivo é distinguir aqueles cujas ações contribuam para o engrandecimento do país.
O corpo artístico Orquestra Filarmônica de Minas Gerais é oriundo de política pública formulada pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Com a finalidade de criar a nova orquestra para o Estado, o Governo optou pela execução dessa política por meio de parceria com o Instituto Cultural Filarmônica, uma entidade privada sem fins lucrativos qualificada com os títulos de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) e de Organização Social (OS), um modelo de gestão flexível e dinâmico, baseado no acompanhamento e avaliação de resultados.
Os números da Filarmônica de Minas Gerais (dados até 30/06/2019)
1,12 milhão de espectadores
857 concertos realizados
1.092 obras interpretadas
105 concertos em turnês estaduais
39 concertos em turnês nacionais
5 concertos em turnê internacional
90 músicos
606 notas de programa publicadas no site
219 webfilmes publicados (20 com audiodescrição)
1 coleção com 3 livros e 1 DVD sobre o universo orquestral
4 exposições itinerantes e multimeios sobre música clássica
4 CDs pelo selo internacional Naxos (Villa-Lobos e Nepomuceno)
1 CD pelo selo nacional Sesc (Guarnieri e Nepomuceno)
Para ingressos e mais informações: www.filarmonica.art.br