
A Filarmônica apresenta os últimos concertos da temporada 2019 com a participação da aclamada soprano Eliane Coelho para a interpretação de Cleópatra, de Berlioz, nos dias 12 e 13 de dezembro, às 20h30, na Sala Minas Gerais. A soprano brasileira vive uma brilhante carreira na Europa, onde integrou os corpos artísticos da Ópera de Frankfurt e da Ópera de Viena. Nos concertos, sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra também destaca a sensualidade da mitológica deusa em Tannhäuser: Música da montanha de Vênus, de Wagner, e da charmosa Sheherazade, op. 35, protagonista das Mil e uma Noites, de Rimsky-Korsakov.
Antes das apresentações, entre 19h30 e 20h, o público poderá assistir aos Concertos Comentados. O palestrante da noite é o maestro Fabio Mechetti. As palestras são gravadas em áudio e ficam disponíveis no site da Orquestra.
A temporada 2019 se encerra após um ano de quase 100 apresentações realizadas na Sala Minas Gerais, em praças da Região Metropolitana de Belo Horizonte e no interior do estado, com um público aproximado de 122 mil pessoas. Entre as apresentações gratuitas, estão os Concertos para a Juventude nas manhãs de domingo, o Filarmônica em Câmara, os Concertos Didáticos, quando 7,4 mil alunos da rede pública de ensino estiveram presentes, e os concertos ao ar livre em praças da Região Metropolitana de Belo Horizonte e no interior de Minas, para um público de mais de 25 mil pessoas.
Os concertos das séries Presto e Veloce são apresentados pelo Ministério da Cidadania, Governo de Minas Gerais e Itaú e contam com o patrocínio da ArcelorMittal e o apoio cultural da Companhia Energética Chapecó e BMPI por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Repertório
Richard Wagner (Alemanha, 1813 – Itália, 1883) e Tannhäuser: Música da montanha de Vênus (1845/1861)
Desde sua estreia em Dresden, em 19 de outubro de 1845, a ópera Tannhäuser foi recebida com incompreensão, uma vez que nenhum dos atores – especialmente o personagem principal – estava à altura das demandas da partitura. Se hoje Tannhäuser é vista como uma das mais desafiadoras e recompensadoras funções para um tenor, tal status só foi possível graças às significativas revisões feitas por Wagner ao trabalho. Entretanto, os diários de Cosima Wagner revelam a permanente insatisfação de seu marido com o projeto. Semanas antes de sua morte, ele teria dito que “ainda devia ao mundo um Tannhäuser”. Tal desagrado se devia às constantes revisões à versão inicial, como a apresentada em Paris em 1861. A Música da montanha de Vênus foi escrita para a apresentação parisiense de Tannhäuser, mas, aqui, trata-se de uma Vênus medieval, não grega; mais próxima do Inferno das lendas germânicas que do Olimpo mitológico.
Hector Berlioz (França, 1803 – 1869) e Cleópatra (1829)
Em 1826, Hector Berlioz começou os estudos no Conservatório de Paris e também fez sua primeira incursão no Prêmio de Roma, láurea destinada a estudantes das artes, oferecida pelo governo francês. De 1826 a 1830, quando finalmente venceu a competição, Berlioz submeteu obras em todos os anos. Sua primeira tentativa foi A morte de Orfeu, cujo esforço da composição foi desperdiçado pelo pianista encarregado de apresentar a versão ao júri, sob a alegação de que a música era “impossível de se tocar”. No ano seguinte, o compositor foi mais longe, obtendo segundo lugar com Herminie, uma cena operística com texto do dramaturgo Pierre-Ange Vieillard. Como se tornara praxe conceder o primeiro prêmio a cada ano ao vencedor do segundo lugar do ano anterior, Berlioz supôs que com ele não seria diferente. Assim, se sentiu à vontade para seguir os próprios sentimentos e seu “estilo natural” em vez de se ajustar às normas conservadoras dos jurados. O resultado é a mais impressionante de suas incursões no Prêmio de Roma, a cena operística Cleópatra, a de 1929. Por vezes, listada como A morte de Cleópatra, o nome alternativo reforça a impressão de figuras como Mendelsshon de que Berlioz carregava uma certa morbidez na escolha de seus temas.
Nikolai Rimsky-Korsakov (Rússia, 1844 – 1908) e Sheherazade, op. 35 (1888)
Sheherazade é a protagonista das Mil e uma noites, coletânea de contos populares medievais da Ásia ocidental e meridional, originalmente escritos em árabe. Desde que foram traduzidos para o francês, pela primeira vez, no início do século XVIII, esses contos passaram a ser considerados na Europa como a representação máxima do fantástico mundo da fábula oriental. Nas palavras do compositor, a suíte sinfônica Sheherazade foi inspirada “em imagens singulares e episódios separados das Mil e uma noites, espalhados pelos quatro movimentos da suíte. Como ligação entre esses quadros, criei os breves trechos para violino solo, que são atribuídos à sultana Sheherazade”.
Serviço
Ingressos: R$ 46 (Coro) R$ 52 (Balcão Palco) R$ 52 (Mezanino), R$ 70 (Balcão Lateral), R$ 96 (Plateia Central), R$ 120 (Balcão Principal), Camarote par (R$ 140).
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Ingressos para o setor Coro serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Ingressos comprados na bilheteria não têm taxa de conveniência.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Funcionamento da bilheteria:
Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, 1090 – Bairro Barro Preto
De terça-feira a sexta-feira, das 12h às 20h.
Aos sábados, das 12h às 18h.
Em quintas e sextas de concerto, das 12h às 22h
Em sábados de concerto, das 12h às 21h.
Em domingos de concerto, das 9h às 13h.
Foto: André Fossati