Secult foi a mediadora do encontro virtual; certificação de produtos mineiros foi o destaque da apresentação.
Parcerias, troca de ideias e elaboração conjunta de estratégias: ingredientes essenciais da receita de sucesso para a implantação do Plano Estadual da Gastronomia Mineira (PEGM), cujo grupo gestor se reuniu, nesta quinta-feira (18/6), para discussão e revisão de medidas necessárias para ações efetivas em prol do setor em Minas Gerais.
Entre as entidades representantes do grupo gestor do PEGM está a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), que fez a mediação da reunião, realizada por videoconferência, por meio do Núcleo de Turismo Criativo. Além da explicação de todos os grupos de trabalho e seus objetivos, foram apresentadas as atividades desenvolvidas por cada um desde o último encontro virtual.
A subsecretária de Turismo da Secult, Marina Simião, sugeriu aos quase 30 participantes desta 5ª reunião que compartilhassem boas práticas identificadas nesse período de quarentena, ligadas à gastronomia, que podem contribuir para a revisão do PEGM e torná-lo mais adequado às atuais demandas. “Quanto mais informação circular entre este grupo, melhor. Sabermos as ações que estão sendo adotadas com sucesso nas diversas cadeias da gastronomia em meio a essa crise nos ajuda a elaborar estratégias que vão para além desde momento delicado, pois podem apoiar a construção conjunta de protocolos de retomada que têm grandes chances de dar certo”, opinou Marina.
Certificação de produtos mineiros
A garantia da qualidade de produtos mineiros e de seus processos de produção e mão de obra envolvida são vistos pelo PEGM como um grande avanço no desenvolvimento da gastronomia. Por isso, além das apresentações do que foi trabalhado desde a última reunião, representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) detalharam os processos de certificação do Certifica Minas. O programa tem objetivo de contribuir para que produtos agropecuários mineiros possam ocupar novos mercados de forma mais competitiva, além de possibilitar ao consumidor uma garantia de que os produtores adotam boas práticas agrícolas em todos os estágios de fabricação com atenção, também, às normas ambientais e trabalhistas.
Entre os produtos que participam do programa estão queijos artesanais, azeite, café, frutas, cachaça, ovo e frango caipiras, leite e carne bovina. Só para o café, o Certifica Minas já concedeu o selo a 1.347 produtores em 166 municípios mineiros. “Para obter a certificação o produtor passa por um rigoroso processo de auditoria, onde são verificados por auditores do IMA, o cumprimento de mais de 100 itens sobre os processos produtivos. Especificamente no setor da gastronomia, a certificação é importante por dar ainda mais visibilidade a produtos como café, cachaça, queijo e frango caipira. E também por estar alinhada ao novo perfil do consumidor, cada vez mais consciente da importância da rastreabilidade, de saber detalhes sobre os processos produtivos que levam os alimentos à sua mesa.”, explicou o gerente de Certificação do IMA, Rogério Fernandes.
Para Marina Simião, a certificação, além de valorizar o produto mineiro, a mão de obra envolvida e o seu modo de produção, tem o poder de projetar o território ao qual o produto pertence, pela relevância social, cultural e econômica que representa. “Quando se fala em ‘cachaça de Salinas’, por exemplo, demonstra-se a força que aquele produto tem para posicionar a região e para reforçar a cultura local. Por isso, a importância de ter produtos mineiros certificados é a valorização da gastronomia como um todo e do fortalecimento da imagem de Minas Gerais junto ao mercado turístico e também de investimentos”, concluiu.
O Certifica Minas é realizado pelo IMA e coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), pela Empresa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).
Grupos de Trabalho e instituições
Os grupos de trabalho do Plano Estadual da Gastronomia Mineira são divididos em cinco temáticas: “Plano Estadual de Desenvolvimento da Gastronomia”; “Fortalecimento Institucional da Cadeia Produtiva”; “Inovação e Pesquisa”; “Gastronomia Social e Cultura Alimentar” e “Promoção, Divulgação e Internacionalização da Gastronomia Mineira”.
Participam destes grupos a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (SEDE); Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa); Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha); Fundação João Pinheiro (FJP); Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig); Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG); Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge); IMA; Epamig; Emater; Serviço Social Autônomo (Servas); Frente da Gastronomia Mineira (FGM); Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG); Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial em Minas Gerais (Senac-MG) e Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas em Minas Gerais (Sebrae-MG).
Plano Estadual da Gastronomia Mineira
O Plano Estadual da Gastronomia Mineira foi criado em 2018 e prevê atividades em diversas frentes como o desenvolvimento de políticas públicas, a revisão das estratégias já traçadas e o acompanhamento das ações previstas. Todo o trabalho é conduzido de forma multidimensional e interdisciplinar, com observação e incentivos a todos os elos da cadeia produtiva e de forma a levar em conta características sociais, culturais e turísticas relacionadas à dinâmica da produção, ao consumo, aos saberes e modos de fazer, e ao caminho que o alimento percorre da origem à mesa.
São realizadas reuniões regulares entre os membros para revisão e adaptação do PEGM, de acordo com o atual cenário, e a próxima está prevista para o dia 9 de julho.
Imagem Miniatura: Fernando Piancasteli (Acervo Secult)