Pesquisa busca entender os efeitos da pandemia para construir ações mais rápidas e eficazes pelo Estado; trade turístico e setores da economia criativa são contemplados
A grave crise provocada pela COVID-19 tem deixado um cenário de incertezas futuras. Vários setores já estão sentindo o impacto das medidas de distanciamento social determinadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos governos. No Turismo, a situação não é diferente, já que a circulação de pessoas é um dos pilares da atividade.
Foi pensando nisso que a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), por meio do Observatório do Turismo de Minas Gerais (OTMG), elaboraram uma pesquisa de sondagem para avaliar os impactos da pandemia nos diversos setores do turismo e da economia criativa. A ação, que é coordenada em articulação com a Rede Brasileira de Observatórios de Turismo, é destinada a diferentes profissionais e empresas da área, e contempla uma série de atividades que já se encontram paralisadas diante do cenário atual.
A proposta é desenhar um diagnóstico inicial da situação enfrentada pelo trade turístico, traçando um prognóstico previsível para o setor, a partir do impacto gerado pelas medidas de distanciamento. A sondagem, que poderá ser acessada até 27 de abril, contempla questões referentes a fluxo, faturamento e emprego nas empresas. Foram convidados a responder as perguntas os empreendimentos como agências e operadoras, bares e lanchonetes, e aqueles ligados a eventos, hospedagem, consultoria, restaurantes, atrativos, parques, transportadoras, dentre outros.
Percepções
Para a superintendente de Políticas do Turismo da Secult, Flávia Ribeiro, essa sondagem tem o potencial de dar voz aos empresários e empreendedores, uma vez que as perguntas elaboradas foram pensadas para avaliar a percepção de quem está na ponta e já precisou tomar medidas urgentes para continuar suas atividades.
“A partir das respostas que coletarmos na sondagem, vamos conseguir pensar em subsídios para o monitoramento da situação e para a construção de soluções que sejam adequadas aos diversos setores e regiões. A pesquisa permitirá, também, compreender a dimensão dos impactos da COVID-19 no turismo do país como um todo e assim delinear como Minas Gerais está posicionada nesse sentido em relação ao Brasil”, destaca a superintendente.
A pesquisa do OTMG, que foi elaborada a partir de uma pesquisa aplicada em São Paulo e compartilhada com a Rede Brasileira de Observatórios do Turismo, tem abrangência nacional e está sendo realizada de forma articulada.
O questionário direcionado ao trade turístico, incluindo Gastronomia, reúne 21 questões a respeito da área de atuação da empresa ou profissional, o porte da empresa e a como a pandemia afetou o fluxo de caixa, considerando o balanço financeiro e as projeções de faturamento até maio. O documento também avalia se houve alterações no preço do serviço ou produto ofertado, demissões e expectativa dos profissionais para o período pós-pandemia. Ele pode ser acessado AQUI.
Impactos locais
Em uma ação mais regionalizada, a mesma sondagem também vai avaliar os impactos do isolamento social em setores da Economia Criativa em Minas Gerais. A partir da compilação dos dados, a pesquisa pretende interpretar as perspectivas de continuidade dos negócios com base na percepção dos empreendedores. O questionário está disponível AQUI.
O público deve responder a 25 perguntas que, além de abordarem aspectos da situação fiscal, avaliam a relação de empreendedores com parceiros, prestadores de serviços e outros.
De acordo com o Observatório do Turismo de Minas Gerais (OTMG), os resultados da pesquisa dependem, em grande medida, da adesão dos públicos. Após a compilação das respostas recebidas, serão elaborados diversos relatórios com comparativos entre estados e para os diversos setores do Turismo e da Economia Criativa e da Gastronomia. Dessa forma, a expectativa do OTMG é que seja possível entender o atual cenário, possibilitando o desenvolvimento de políticas públicas mais adequadas. A partir de então, será elaborada uma segunda rodada de sondagem para compreender a evolução da percepção do trade a respeito das ações que serão desenvolvidas.