Um dos mais brilhantes letristas do Brasil, Aldir Blanc morreu aos 73 anos, no Rio de Janeiro. O compositor teve parcerias inesquecíveis com artistas mineiros.
A Rádio Inconfidência preparou uma homenagem especial à vida e obra de Aldir Blanc, um dos maiores compositores brasileiros, por meio de programa que vai ao ar novamente neste sábado (9/5), às 18h. Aldir Blanc tinha 73 anos e foi mais uma vítima da Covid-19, vindo a falecer no Rio de Janeiro, no dia 4 de maio. Ele deixa composições que, eternizadas nas vozes de grandes artistas, marcaram a história de várias gerações.
Aldir Blanc Mendes nasceu no Rio de Janeiro, em 2 setembro de 1946. Em 1966, ingressou na Faculdade de Medicina. Em 1973, abandonou o curso para se dedicar exclusivamente à música, tornando-se um dos mais importantes compositores de MPB.
Foi com seu grande amigo mineiro João Bosco que Aldir Blanc formou uma das duplas mais afinadas da MPB. A parceria entre eles nasceu em 1970, quando João Bosco ainda cursava Engenharia em Ouro Preto. Um rapaz chamado Pedro Lourenço viu João Bosco tocar violão e comentou que um amigo do Rio faria letras perfeitas para suas canções. Em duas semanas, Aldir Blanc ia a Ouro Preto para conhecer João Bosco – da primeira fornada de músicas da dupla já saíam “Angra”, “Agnus Sei” e “Bala com Bala”.
A primeira gravação em conjunto veio dois anos depois, com o "Disco de Bolso", compacto lançado pelo jornal O Pasquim, com produção de Sérgio Ricardo. O lado A trazia a gravação de estreia de "Águas de Março", de Tom Jobim, e o lado B, “Agnus Sei", parceria inicial da dupla, registrada na voz de João Bosco.
A dupla também ganhou vários registros com vozes femininas, como Simone, Alcione, Zizi Possi e Nana Caymmi, tendo sido presença constante nos discos da imortal Elis Regina.
No início da década de 1980, contudo, os dois resolveram dar um tempo, mas sem deixar a amizade de lado. Nesse período, os Bosco e Blanc estabeleceram outras parecerias. Só com Guinga, Aldir compôs mais de 80 músicas. Com Moacyr Luz, outras 60. A reaproximação Blanc-Bosco veio em 2001, nas gravações do songbook de João Bosco para a Lumiar. Uma união rara de talentos, responsável por cerca de 120 canções, que definiram o que conhecemos hoje como MPB.
Blanc era também cronista, reconhecido pelas bem-humoradas histórias e personagens da Zona Norte do Rio. Publicou vários livros e contribuiu, ainda, com crônicas para os jornais O Dia, O Estado de São Paulo e O Globo. Blanc batizou também um dos mais tradicionais blocos do Rio, o "Simpatia é Quase Amor", que desfila há anos em Ipanema, na Zona Sul.
O programa especial da Inconfidência em homenagem a Aldir Blanc apresentará sucessos como “Dois pra lá dois pra cá”, “Bala com Bala”, “O Bêbado e a Equilibrista”, “Caça à Raposa”, “Rancho da Goiabada”, “Corsário”, “Incompatibilidade de Gênios”, “Querelas do Brasil”, “Resposta ao Tempo”, e muitos outros. O especial, que teve produção de Pedro Henrique Vieira e apresentação de Walesca Falci, foi ao ar pela primeira vez durante a semana e será reprisado neste sábado (9/5), às 18h.
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