Guanduo venceu o Prêmio Marco Antônio Araújo com o álbum Música Disfarçada de Gente; Celso Adolfo venceu o Prêmio Flávio Henrique com o álbum Remanso de Rio Largo.
O BDMG Cultural apresenta o resultado dos editais de música Prêmio Marco Antônio Araújo e Prêmio Flávio Henrique 2020: o duo mineiro Guanduo venceu a premiação instrumental com o álbum Música Disfarçada de Gente e o músico Celso Adolfo venceu a premiação de canção com o álbum Remanso de Rio Largo; ambos trabalhos lançados em 2019. A comissão de seleção foi formada pela cantora e compositora Déa Trancoso, pelo cantor e compositor Sérgio Santos e pelo jornalista João Paulo Cunha.
Prêmio Marco Antônio Araújo
Desde 2013, a premiação tem como objetivo reconhecer os trabalhos de música instrumental e independente. Este ano, o Prêmio Marco Antônio Araújo elege o álbum Música Disfarçada de Gente, do Guanduo. Gravado no Brasil e na Alemanha, o trabalho foi lançado em 2019 e traz novas matizes instrumentais à composição do duo, com a participação de 16 instrumentistas do Brasil, Alemanha, Argentina, Venezuela e República Tcheca. Sedimentado nas raízes da música popular brasileira, o repertório dialoga com o frevo, o samba, o choro e a capoeira.
Formado pelos músicos mineiros Juliano Camara e Eduardo Pinheiro, Guanduo lançou o primeiro trabalho, o disco Inventos, em 2015. No mesmo ano, o duo foi um dos vencedores do 15º Prêmio BDMG Instrumental. O início da trajetória internacional começou em 2017, com concertos em Portugal, França, República Tcheca, Polônia e Alemanha.
O desejo do duo ao fazer o álbum Música Disfarçada De Gente era corresponder. “Ao conquistar o Prêmio Marco Antônio Araújo, o sentimento de correspondência foi o que veio mais forte. Já deu vontade de ligar para cada um dos artistas que abraçaram a nossa ideia nessa produção”, relata Eduardo Pinheiro.
“O prêmio é um sinal aberto para o Guanduo; um ’sigam adiante, pois caminho há de haver’ em tempos sombrios para a cultura brasileira. É um fôlego para pensar num novo disco, um atestado que tem gente que aprecia todo o amor e cumplicidade que esse trabalho carrega em si”, completa o músico.
Muitos dos artistas envolvidos no álbum Música Disfarçada de Gente são também autores e produtores musicais, como Rafael Martini, Lucas Telles, Ian Guest, Arcomusical Brasil, Pedro Franco, Alexandre Andrés, Rafael Dutra, Joaquim Santos e Márcio Bahia. “A cena instrumental mineira é um expoente e cresce a braçadas. Minas Gerais é um berço de músicos inventivos e competentes! Deve ter alguma coisa nas nossas águas. Nos sentimos muito agraciados de reunir distintas gerações e perfis da produção instrumental nesse disco”, ressalta Eduardo Pinheiro.
Prêmio Flávio Henrique
Dedicado a valorizar trabalhos autorais de canção brasileira e de produção independente, de cantoras e cantores mineiros, a terceira edição do Prêmio Flávio Henrique elege o álbum Remanso de Rio Largo, do cantor, compositor e violonista Celso Adolfo. O nome Remanso de Rio Largo é verso de uma canção cantada pelo personagem Siruiz na obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. O álbum de mesmo nome apresenta 16 músicas inspiradas no livro Sagarana, com histórias que saíram das páginas escritas por Rosa e voltaram na forma de música por Celso Adolfo.
O músico começou a compor o trabalho em abril de 2012, por ocasião da inauguração do Museu Sagarana, em Itaguara (MG), que foi criado para homenagear o escritor mineiro Guimarães Rosa. Após sete anos, Celso Adolfo lança Remanso de Rio Largo, com tiragem inédita de 3 mil exemplares. O álbum foi produzido por Celso em parceria com Robertinho Brant e conta com a participação de Leo Minax nos vocais.
Mineiro de São Domingos do Prata, Celso Adolfo iniciou a trajetória musical em 1983 com o LP Coração Brasileiro, produzido por Milton Nascimento. Remanso de Rio Largo é o nono trabalho solo da sua carreira.
“O reconhecimento renova os ânimos, e ter o meu nome ligado ao nome de Flávio Henrique, por esta premiação criada pelo BDMG Cultural, é uma honra muito diferente que experimento agora”, diz Celso Adolfo. O músico ainda salientou, “quando eu achava que o meu ano artístico de 2020 estava liquidado por causa do isolamento a que estamos submetidos (e que eu respeito integralmente), esta notícia me deu uma sacudida inacreditável. Ter ganhado o Prêmio Flávio Henrique, especialmente nas condições atuais, me ajudou (e como!) a ver que minha cabeça está fora d’água”.
Para o artista, a música mineira música é constantemente rica e muita variada. “Todos os gêneros são praticados entre nós. Pelo lado harmônico, é muito poderosa a imaginação dos nossos instrumentistas/compositores. Dos meus amigos que vêm lá dos 1970, Juarez Moreira é um guia que eu tenho, não para imitar, o que seria impossível, mas porque tem um amor ao violão que coincide com (e provoca) o meu”, completa Celso Adolfo.
BDMG Cultural
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