Evento comemorou o sexto aniversário da entidade. Na data, Secult estreia série de conteúdos sobre o tema.
A gastronomia mineira não apenas é uma das mais importantes expressões da identidade e um dos principais atrativos turísticos de Minas Gerais como também é uma ferramenta fundamental para a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) nortear políticas públicas que valorizem e promovam todas as cadeias envolvidas no setor – desde o pequeno produtor aos grandes eventos culinários e produtos premiados mundialmente. Em tempos de crise, em função da pandemia, o “sabor” de Minas Gerais vai além do afeto que acalma – a gastronomia é considerada uma das principais alavancas para a retomada econômica do Estado quando as atividades turísticas forem autorizadas a voltar.
Nesta quinta-feira (14/5), dia em que a Frente da Gastronomia Mineira (FGM) comemora seis anos, a Secult integrou um diálogo que envolveu temáticas atuais ligadas à gastronomia, como a segurança no delivery de alimentos, a necessidade de remodelagem de negócios e a mobilização do setor para soluções criativas e inovadoras que ajudem a superar a fase delicada da crise atual.
O encontro on-line, promovido pela FGM, contou com a participação do secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, da subsecretária de Turismo da Secult, Marina Simião, do coordenador da FGM, Ricardo Rodrigues, e mais de 60 outros integrantes e convidados da Frente.
Para Leônidas Oliveira, a gastronomia mineira pode ser considerada um patrimônio imaterial do estado pela forte identidade e peculiaridade, características que merecem ganhar ainda mais destaque tanto dentro quanto fora de Minas Gerais. “Toda a cadeia produtiva, o modo de fazer a comida e essa singularidade de ser agradável a todos os paladares, misturados ao afeto e à simplicidade, mostram que nossa cozinha é cravada de histórias e justificam nosso sentimento de pertencimento a Minas Gerais. A Frente da Gastronomia Mineira pode contar com o diálogo e com os esforços da Secult para apoiar e participar da reestruturação e dinamização do setor neste momento ímpar que estamos vivendo”, afirmou o secretário.
Oliveira levantou, ainda, a intenção de colocar a Empresa Mineira de Comunicação (EMC) a serviço da promoção do turismo cultural e gastronômico, comentando também sobre a articulação que tem sido feita no Governo de Minas Gerais para a criação de protocolos que orientem a retomada dos setores da cultura e do turismo, durante a pandemia e após a crise, em acordo com o Programa Minas Consciente.
Trajetória
O coordenador da FGM, Ricardo Rodrigues, contou um pouco da história da Frente, homenageou integrantes que participam desde a sua fundação e conduziu o debate sobre soluções que podem ser adotadas em tempos de crise. “Temos que pensar ‘fora da caixa’ para lidar com essa nova realidade e buscar fazer diferente tudo que fazíamos até um passado muito recente. Quando íamos imaginar que estaríamos em uma reunião nesse formato? Nunca. E por incrível que pareça, é a que mais teve presença. Por isso vamos continuar trabalhando em prol do fortalecimento da nossa gastronomia, pensando em novas tecnologias que possam favorecê-la e promovê-la, principalmente por meio do serviço de delivery. Vamos valorizar ainda mais as ideias, conexões e articulações porque, como diz nosso slogan, juntos somos mais fortes”.
A FGM possui mais de mil membros de diversos segmentos, inclusive do poder público, a exemplo da Secult, e continua com o propósito de desenvolver um trabalho conjunto em prol de toda a cadeia produtiva da gastronomia mineira. Isso inclui desde aspectos referentes à gestão de empreendimentos, passando por questões tributárias e legais, políticas públicas e valorização de profissionais, produtos e modos de fazer típicos, até chegar à inovação e promoção dos sabores mineiros e tudo que os envolve para o Brasil e para o mundo.
Marina Simião, subsecretária de Turismo da Secult e integrante da secretaria executiva da FGM, explica que a Frente é a principal referência em gastronomia em Minas Gerais atualmente, e que os trabalhos do coletivo se destacam por valorizar tanto as tradições quanto as inovações relativas ao setor no estado. “Por meio do voluntariado, que é uma das suas principais marcas, envolve diferentes elos da cadeia produtiva da gastronomia, entre produtores, realizadores de eventos, empreendedores, profissionais, estudantes e diversos órgãos e instituições. Todos trabalhando em prol de uma gastronomia que tem uma rica história e representatividade, seja pelo modo tradicional de cozinhar, seja pelas relações mais contemporâneas, com produtos recentes e inovadores”, argumentou Marina.
Produção de conteúdos
Pioneira no Brasil na criação de um Programa Estadual de Gastronomia, a Secult publica, a partir desta semana, em celebração ao aniversário da FGM, vários conteúdos que mostram como o tema é levado a sério em Minas Gerais. Serão reportagens quinzenais sobre a singularidade da cadeia produtiva, alta gastronomia inspirada na culinária mineira tradicional, dentre outros.
A subsecretária Marina Simião explica que o histórico da inclusão da gastronomia como setor estratégico e política pública no Governo do Estado de Minas Gerais começou em 2013, quando foi criada, na então Secretaria de Estado de Turismo, uma superintendência voltada exclusivamente ao tema. “A partir de então o tema ganhou força tanto na esfera do Executivo quanto do Legislativo. Com isso, Minas passou a ser o primeiro Estado a contar com um Programa de Desenvolvimento da Gastronomia, que culminou com a elaboração do primeiro Plano Estadual de Gastronomia, coordenado pelo governo e com a participação de vários órgãos públicos, da iniciativa privada e do terceiro setor. Isso confirma a relevância do setor como eixo de desenvolvimento econômico para o Estado, além do fortalecimento da imagem de Minas Gerais por uma de suas principais características: a comida afetiva, simples e carregada de histórias”, explicou Marina.
O Programa Estadual da Gastronomia Mineira é coordenado pela Secult e conta com a participação de órgãos da administração pública direta e indireta, além de representantes de entidades representativas do setor, entre elas a FGM.
A iniciativa prevê atividades em diversas frentes como o desenvolvimento de políticas públicas, a revisão das estratégias já traçadas e o acompanhamento das ações previstas. Todo o trabalho é conduzido de forma multidimensional e interdisciplinar, com observação e incentivos a todos os elos da cadeia produtiva e de forma a levar em conta características sociais, culturais e turísticas relacionadas à dinâmica da produção, consumo, saberes e modos de fazer, da origem do alimento à mesa.
São realizadas reuniões regulares entre os membros e a última aconteceu no dia 12/5, para atualizar o Plano Estadual de Gastronomia e identificar demandas específicas para enfrentamento da crise causada pela pandemia do coronavírus.
Foto: Ricardo Cozo (Acervo Secult)