Adoção de uma cota mínima para o Lago de Furnas garante as atividades turísticas e econômicas no reservatório
Visitar o "Mar de Minas", como é conhecido o lago de Furnas, um dos principais cartões postais localizados no sul do estado, era uma das prioridades dos gestores da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Nesta semana, respeitando os protocolos sanitários, a comitiva visita a região e participa de uma série de eventos para promover o desenvolvimento do turismo local e sobretudo, para apoiar e fortalecer o movimento pela proteção do lago. Participam dessa agenda oficial (8 e 9/10), o secretário de Cultura e Turismo Leônidas Oliveira, o secretário adjunto Bernardo Silviano Brandão, a subsecretária de Turismo, Marina Simião e integrantes da equipe da Secult.
Uma das primeiras visitas oficiais do secretário Leônidas Oliveira, desde que assumiu a pasta, em 13 de maio. O local foi escolhido devido a sua importância para as atividades turísticas e pelo momento atual de luta em que a região se encontra. “Logo que entrei na Secult, o único pedido que o governador me fez foi que eu acompanhasse de perto as questões de Furnas. E, desde então, é o que eu tenho feito. Gostaria de parabenizar a mobilização dos prefeitos, das associações, do movimento “Pró Furnas”, da sociedade civil, enfim, todos que lutam pela causa. Fico impressionado com a movimentação que esses grupos fazem e a vitória, que vamos alcançar, será graças a essa união”, elogiou Leônidas.
O lago de Furnas é a maior extensão de água do estado, com 1.440 km²- quatro vezes a Baía de Guanabara. Ele banha 39 municípios, formando lagos, cachoeiras, balneários e piscinas naturais. Para que atividades como navegação, turismo, piscicultura e produção agrícola possam ser desenvolvidas sem prejuízos pelos municípios, é necessário que se mantenha o nível do lago com o mínimo de 762 metros de profundidade. O governo de Minas apoia integralmente o estabelecimento deste limite mínimo.
O primeiro compromisso da agenda foi o evento promovido pela Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago) na Câmara Municipal de Campo do Meio. A equipe da Secult se reuniu com prefeitos, secretários, vereadores, representantes da Alago, do Fórum Nacional de Cultura, dos circuitos turísticos Lago de Furnas e Vale Verde Quedas D’água, da Capitania Fluvial de Minas Gerais, entre outras autoridades. O evento, que contou com a apresentação virtual da Camerata Teophillus, da Universidade Federal de Alfenas, foi transmitido ao vivo, pelo canal do Youtube da associação.
A subsecretária de Estado de Turismo, Marina Simião, falou sobre as oportunidades que o momento, apesar de adverso, tem oferecido para os destinos mineiros, e do trabalho de promoção e reposicionamento de Minas no mercado turístico. “Num primeiro momento estamos lançando o Minas para Minas para que os mineiros possam se reconhecer, visitar e resgatar o seu amor pelo estado, exaltar o sentimento de pertencimento do mineiro. Em seguida, lançaremos o Minas para o Brasil e, por fim, o Minas para o Mundo. E cada vez que eu venho a Furnas, a região me encanta mais e precisa ser conhecida por todo mineiro. O Minas pra Minas é exatamente isso, mostrar quantas belezas temos no estado como é o Mar de Minas”, reforçou Marina.
O secretário de Estado Adjunto de Cultura e Turismo, Bernardo Silviano Brandão, ressaltou a importância que a pauta do Lago de Furnas tem para o governo de Minas e lembrou que a luta deve ser para além da cota mínima. “Devemos lutar, eventualmente, por mais. Pela importância do lago para o desenvolvimento econômico da região e de todo o estado. Temos aqui a oportunidade de ser um dos principais vetores do Turismo no desenvolvimento econômico e turístico”, afirmou Bernardo.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, destacou o momento de intensas parcerias vivido pela Secult, para promover o turismo do Estado. “Eu sempre digo que existem momentos na história em que os astros estão alinhados. Atualmente, existe uma sinergia muito grande entre o governo estadual e o federal, que beneficia o nosso estado. Temos que aproveitar esses momentos e é o que estamos fazendo. Conseguimos R$ 3 milhões para a promoção dos destinos mineiros e o governo estadual colocará mais R$1,5 milhão, totalizando R$ 4,5 milhões. A campanha “Minas para Minas” está sendo produzida e nós devemos fazer o lançamento nos próximos dias”, informou o secretário. O convênio, assinado com o Ministério do Turismo, tem o objetivo de promover todos os circuitos turísticos, tendo em vista o sentido do que é ser mineiro.
O Secretário ainda anunciou a liberação, nos próximos dias, dos recursos do acordo de compensação com a Vale, cerca de R$ 120 milhões, para a recomposição do Turismo mineiro e o lançamento do projeto “Minas para o Brasil”, após o “Minas pra Minas” “Eu acredito que a secretaria nunca contou com uma quantidade tão grande de recursos. No primeiro dia de dezembro estaremos no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ativando a marca “Minas para o Brasil” e, no dia seguinte, aniversário de 300 anos de Minas, estaremos na Praça da Liberdade com projeções mapeadas nas fachadas dos prédios, contando a história do estado”, finalizou o titular da pasta.
Na agenda da equipe da Secult ainda estão o passeio Terramares, no município de Guapé, visita a Escarpas, Sabiá e Turvo, além do passeio no Canyon de Furnas, visitas a Barragem e Delegacia da Marinha.
Cota mínima
O governador Romeu Zema também visitou a região recentemente e informou que está em constante articulação com o governo federal para a adoção da cota mínima de 762 metros para o Lago de Furnas. De acordo com Zema, a ANA (Agência Nacional de Águas) e o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que regulam o fluxo de geração de energia elétrica e também o nível das represas, se comprometeram a implementar um plano de recuperação do reservatório. “Sabemos que nos últimos meses houve uma melhora, mas essa melhoria deve se manter por mais tempo, até que a represa alcance o patamar desejado”, declarou o Governador.
A Proposta de Emenda Constitucional, PEC 52/20, que se encontra em estágio avançado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, propõe que a Bacia do Rio Grande e o Reservatório de Furnas sejam incluídos entre as unidades tombadas para fins de conservação e declaração de monumentos naturais. A PEC recebeu parecer favorável pela sua constitucionalidade, legalidade e juridicidade, em março, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ); e agora será analisada pela Comissão Especial, cuja composição foi definida em agosto.