Bate-papo com o compositor Luiz Henrique Garcia e o músico Telo Borges aborda a história do bairro e sua relação com a formação artística dos músicos
O bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, completa 120 anos em 2020. Cenário de diferentes paisagens urbanas, experiências estéticas, inspirações artísticas, socialização, a região sempre influenciou músicos e artistas, em especial o movimento musical conhecido como Clube da Esquina. Tais temáticas serão abordadas pela Casa Fiat de Cultura no Encontros com Patrimônio “Santa Tereza e Clube da Esquina: Canção, Cidade e Memória”, a ser realizado no domingo, 25 de outubro, das 11h às 12h30. Os convidados para o bate-papo online são o compositor Luiz Henrique Garcia e o músico Telo Borges, que conversam com a historiadora e educadora da Casa Fiat de Cultura, Ana Carolina Ministério. A transmissão será ao vivo, com retirada gratuita de ingressos pela Sympla.
A história do bairro Santa Tereza se mistura à da própria BH. No final do século 19, a Fazenda Boa Vista foi desapropriada pela Comissão Construtora da Capital. Nesta região, estabeleceram-se os bairros Floresta, Horto, Sagrada Família e Santa Tereza, que acompanhou o crescimento da cidade, especialmente depois de 1937, quando foram construídas a Praça Duque de Caxias e a Igreja Matriz.
A historiadora Ana Carolina Ministério vai contar um pouco mais sobre o nascimento e o desenvolvimento do bairro, além do processo de tombamento do Conjunto Urbano do Bairro Santa Tereza pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte e de como a participação ativa da comunidade, que integra a associação de bairro e o Movimento Salve Santa Tereza contribui para preservar a região. Ela destaca que compreender essa história e os aspectos patrimoniais “ajudam a desenvolver uma consciência voltada para a valorização do território, de suas memórias, usos e práticas culturais”.
Em seguida, o historiador Luiz Henrique Garcia, que também é autor do blog Massa Crítica Música Popular, vai falar sobre a relação entre o patrimônio cultural e o espaço urbano, a partir do conceito de lugar e de como a música popular participa, conferindo sentido ao espaço da cidade, mas também se tornando, ela própria, um ponto de referência a partir do qual as pessoas se sentem participantes desse espaço, usando, como exemplo, o Clube da Esquina. “A partir do Clube, o bairro influencia o cenário da cidade, do estado, do país e até do mundo. Participa, ativamente, da construção de um imaginário sobre o bairro, associado à música, à boemia, a formas de convivência das pessoas”, destaca.
Para encerrar, o músico Telo Borges vai falar sobre a história do Clube da Esquina e sua relação com o Santa Tereza e Belo Horizonte. “Por ser um bairro tradicionalmente boêmio e intimista, com bela vista da Serra do Curral, o Santa Tereza sempre trouxe inspiração para movimentos musicais e artísticos e, até hoje, continua sendo uma referência para novas gerações”, conta Telo Borges.
O Encontros com o Patrimônio “Santa Tereza e Clube da Esquina: Canção, Cidade e Memória” é realizado pela Casa Fiat de Cultura, com apoio do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio de Fiat Chrysler Automóveis (FCA) e Banco Safra. A palestra conta com apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), do Governo de Minas e do Governo Federal, além de apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e da Expresso Nepomuceno.
Ana Carolina Ministério, historiadora e educadora da Casa Fiat de Cultura
Responsável pelo Núcleo de Pesquisa e Mediação em Arte, Cultura e Patrimônio da Casa Fiat de Cultura. É bacharel licenciada em História e especialista em Produção e Crítica Cultural, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), especialista em Cultura e Arte Barroca, pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), e mestra em Artes pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
Luiz Henrique Garcia, historiador e compositor
Graduado, mestre e doutor (2007) em História pela FAFICH/UFMG, Luiz Henrique Assis Garcia coordenou, por 8 anos, o setor de pesquisa do Museu Histórico Abílio Barreto. Com 20 anos de carreira no ensino superior, é professor do curso de graduação em Museologia e do PPG em Ciência da Informação na ECI/UFMG. É um dos coordenadores do Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Patrimônio Cultural (ESTOPIM) e do Grupo de Estudos Som e Museologia (SOMMUS). É membro da seção latino-americana da IASPM, maior agremiação internacional de estudos sobre Música Popular. Edita o blog Massa Crítica Música Popular. É também compositor, e escreve letras de canções, algumas já gravadas por parceiros como Pablo Castro, Kristoff Silva, Makely Ka, Raul Mariano e Maurício Ribeiro.
Telo Borges, músico do Clube da Esquina
Instrumentista, cantor e compositor brasileiro, Telo Borges é irmão dos músicos Lô Borges e Márcio Borges, e um dos artistas do movimento chamado Clube da Esquina. Começou a estudar piano aos 13 anos de idade e, aos 14, compôs a música “Voa Bicho”, em parceria com o irmão Márcio Borges. A primeira canção composta por Telo foi gravada, anos mais tarde, por Milton, e fez parte da trilha sonora da novela “Chocolate com pimenta”, da Rede Globo. Por mais de 15 anos, integrou as bandas de Beto Guedes, Lô Borges e Flávio Venturini. De 2003 a 2008, como tecladista, vocalista e violonista, integrou a banda de Milton Nascimento, se apresentando várias vezes por toda a Europa, pelo Japão e pela África, participando do CD e do DVD Pietá, de Milton. Ganhou o Grammy Latino de melhor canção brasileira, em 2003, com “Tristesse”, parceria de Telo e Milton. É o único compositor de Belo Horizonte a ter um Grammy e único, também, do Clube da esquina, além de Milton Nascimento.
Casa Fiat de Cultura
A Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural brasileiro, ao realizar as mais prestigiadas exposições. A programação estimula a reflexão e interação do público com várias linguagens e movimentos artísticos, desde a arte clássica até a arte digital e contemporânea. Por meio do Programa Educativo, a instituição articula ações para ampliar a acessibilidade às exposições, desenvolvendo réplicas de obras de arte em 3D, materiais em braile e atendimento em libras.Atualmente, 50 mostras de consagrados artistas brasileiros e internacionais, já foram expostas na Casa Fiat de Cultura, entre os quais Caravaggio, Rodin, Chagall, Tarsila, Portinari entre outros. Há 14 anos, o espaço apresenta uma programação diversificada, com música, palestras, residência artística, além do Ateliê Aberto – espaço de experimentação artística – e de programas de visitas com abordagem voltada para a valorização do patrimônio cultural e artístico.A Casa Fiat de Cultura é situada no histórico edifício do Palácio dos Despachos e apresenta, em caráter permanente, o painel de Portinari, Civilização Mineira, de 1959. O espaço integra um dos mais expressivos corredores culturais do país, o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 2,7 milhões de pessoas já visitaram suas exposições e 550 mil participaram de suas atividades educativas.
SERVIÇO
Encontros com Patrimônio online – mês de agostoSanta Tereza e Clube da Esquina: Canção, Cidade e Memória
25 de outubro, das 11h às 12h30 - Bate-papo virtual
Evento gratuito, com inscrição pela Sympla: http://bit.ly/SantaTerezaClubedaEsquina
Casa Fiat de Cultura
Circuito Liberdade
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG
Informações (31) 3289-8900
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