Reunião do grupo de trabalho coordenado pela Secultacontece mensalmente para debater demandas e desafios da região
Mais um encontro para a discussão de estratégias em prol dos Lagos de Furnas e Peixoto foi realizado nesta quarta-feira (24/2) pelo Grupo Técnico de Trabalho (GT) coordenado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). A reunião mensal, que acontece desde dezembro de 2020, mês em que o coletivo foi oficializado por meio de decreto estadual,ocorreu por videoconferência e contou com a participação de cerca de 40 pessoas para representar as diversas entidades e instituições envolvidas no GT.
Na terceira rodada de discussões sobre pautas e propostas em prol do desenvolvimento econômico da região e da preservação dos Lagos de Furnas e Peixoto, o secretário de Estado de Cultura e Turismo falou sobre a importância de manter o trabalho conjunto para a construção de um plano de ações efetivas, que contribuam para o crescimento locallevando em consideração a realidade de todo o entorno do complexo de lagos.
“Agradeço a participação de todos e peço que fiquemos vigilantes quanto às questões que envolvem o desenvolvimento dos Lagos de Furnas e Peixoto: primeiramente quanto ao nível da água, já que o período de chuvas está próximo do fim, e também quanto aos impactos do múltiplo uso das águas no turismo, na economia, na sociedade, na paisagem e no território como um todo. Sabemos que só vamos chegar a um plano estratégico para o crescimento da região se contemplarmos a realidade do entorno, o que é imprescindível para dar início ao processo de tombamento dos Lagos de Furnas e Peixoto como patrimônio público de Minas Gerais”, pontuou o secretário Leônidas Oliveira na abertura da reunião.
Entre os temas apresentados no terceiro encontro virtual do GT estavam as demandas e os desafios da região, mostrados pela coordenadora do Movimento Pró Furnas 762, Maria Elisa Ordones, e o processo de tombamento dos Lagos de Furnas e Peixoto como patrimônio público de Minas Gerais, que foi explicado pela presidente do Instituto Estadual doPatrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), Michele Arroyo.
“Agora daremos início ao dossiê de tombamento para estabelecer perímetros e diretrizes de proteção, que vão permitir que o monitoramento da área referente aos lagos seja assertivo e compartilhado.“Agora daremos início ao dossiê de tombamento para estabelecer perímetros e diretrizes de proteção, que vão permitir que o monitoramento da área referente aos lagos seja assertivo e compartilhado.
Questões importantes devem ser levadas em consideração para elaboração das diretrizes de ocupação e fruição do local. São temas que estão relacionados às áreas mais demandadas pelo turismo no entorno dos lagos, a ocupação de bares, restaurantes e à paisagem natural na área. Pretendemos abordar no dossiê toda a paisagem cultural que se soma ao patrimônio material e imaterial presente nos municípios.
Assim que definido, o dossiê será encaminhado para aprovação do Conselho Estadual de Patrimônio de Minas Gerais (Conep) para deliberação e prosseguimento das demais etapas”, detalhou a presidente do Iepha-MG.
Também foi apresentado, durante a reunião, o projeto de reposicionamento de marca da Instância de Governança Regional (IGR) Circuito Turístico Nascentes das Gerais, que compreende os Lagos de Furnas e Peixoto. O conteúdo está sendo elaborado pela iniciativa privada e será apresentado ao GT em breve.
Cozinha Mineira: ponto de atenção
Dias após o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Cozinha Mineira, o secretário de Estado de Cultura e Turismo reforçou, no encontro virtual do GT em prol dos Lagos de Furnas e Peixoto, a importância do reconhecimento da cozinha mineira como patrimônio cultural de Minas Gerais para alavancar o desenvolvimento do turismo não só na região, como em todo o estado. “Todos nós vamos ganhar muito com isso, sobretudo a região de Furnas, porque o queijo Canastra tem uma presença muito forte na nossa cozinha. Do processo de proteção, que compreende todos os territórios, será criado Atlas da Cozinha Mineira, que vai contar os processos que envolvem a nossa cultura alimentar. O Atlas será uma plataforma colaborativa para detalhar cada alimento que estrutura a cozinha mineira – o queijo, a farinha, o milho, o leite. Por isso é tão importante a participação de prefeituras, coletivos de cultura e associações envolvidos nos modos de fazer da comida mineira. Contamos com vocês para a construção deste trabalho tão importante”, finalizou Oliveira.
Composição do GT em Prol dos Lagos de Furnas e Peixoto
O Grupo de Trabalho (GT) foi criado a partir da Resolução Conjunta Nº 18 entre as Secretarias de Estado de Cultura e Turismo (Secult), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), de Desenvolvimento Econômico (SEDE), e o Instituo Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). O GT destina-se a promover estudos referentes à manutenção, preservação e promoção do Lago de Furnas e do uso múltiplo de suas águas, para a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico e turístico de Minas Gerais.
O coletivo propõe a participação de representante de cada um dos seguintes órgãos do poder público: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult); Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad); Secretaria de Estado Desenvolvimento Econômico (Sede); Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam); Secretaria de Estado de Governo (Segov); Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG); Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG); Marinha do Brasil; Ministério do Turismo; Furnas Centrais Elétricas; Ministério do Desenvolvimento Regional; Ministério de Minas e Energia; e Universidade Federal de Alfenas (UFAL).
Da sociedade civil, o GT sugere que participem um representante de cada uma das seguintes entidades: Instâncias de Governança Regionais Lago de Furnas, Grutas e Mar de Minas, Nascentes das Gerais e Canastra, Montanhas Cafeeiras, Vale Verde e Quedas D’água e Caminhos das Gerais; Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago); Movimento Pró Furnas 762; Movimento Pró Peixoto 663 e Grupo Todos por Furnas.
O GT é coordenado por um representante da Secult e, em caso de sua ausência, pelo representante da Semad. O coordenador poderá convidar representantes de órgãos e entidades públicas e privadas, além de pesquisadores e especialistas, quando necessário, para subsidiar tecnicamente os trabalhos do grupo.
As reuniões do GT são mensais e a próxima está prevista para o dia 31 de março de 2021.