No repertório, obras de Mozart e Schubert, em concerto com transmissão ao vivo e gratuito pelo canal da Orquestra no YouTube
Um dos nomes mais importantes da música clássica brasileira atual, Ricardo Castro retorna ao palco da Filarmônica de Minas Gerais como solista de um dos mais populares concertos para piano de Mozart. Como regente, apresenta a magnífica “Grande” sinfonia de Schubert. A dupla atuação do pianista Ricardo Castro como solista e regente convidado será no dia 24 de junho, às 20h30, na Sala Minas Gerais.
Por enquanto, a autorização para a retomada das atividades da Orquestra não prevê a presença de público na Sala Minas Gerais. O concerto terá transmissão ao vivo para todo o público pelo canal da Filarmônica no YouTube.
Durante a apresentação, haverá um intervalo de 20 minutos, quando serão realizados os Concertos Comentados, palestras em que especialistas comentam o repertório da noite. O palestrante da noite é Arnon Oliveira, Doutor em História, maestro do Coro Madrigale e professor de Regência na Escola de Música da UFMG.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais, CBMM, Itaú e Cemig por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Ricardo Castro, regente convidado e piano
Ricardo Castro é pianista, regente, educador e administrador cultural, criador e Diretor fundador do Neojiba – Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia. Estabeleceu-se na Europa em 1984, onde estudou piano com Maria Tipo e Dominique Merlet e regência com Arpad Gerecz. Venceu os concursos da ARD de Munique, Rahn de Zurique e Pembaur de Berna. Seu percurso inclui apresentações nas mais prestigiadas salas de concerto do mundo, como Concertgebouw de Amsterdã, Musikverein de Viena, Théâtre des Champs-Elysées de Paris e com renomadas orquestras, tais como a Gewandhaus Leipzig, BBC, London Symphony, English Chamber, a Filarmônica de Tóquio, a Tonhalle de Zurique, a Filarmônica de Varsóvia, a Suisse Romande, a Osesp e Filarmônica de Minas Gerais. Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Juvenil da Bahia desde sua fundação, Ricardo Castro tornou-se o primeiro brasileiro a receber o Honorary Memberships of the Royal Philharmonic Society, titulação iniciada em 1826 e concedida apenas 131 vezes em reconhecimento a importantes serviços prestados à Música. Além de seu trabalho artístico e educativo com o Neojiba, Ricardo leciona Piano na Haute École de Musique de Lausanne, Suíça. Tem vários discos gravados para os selos BMG-Arte Nova e um duplo CD na Deutsche Grammophon.
Repertório
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra Concerto para piano nº 21 em Dó maior, K.467 (1785)
Composto em 1785, o Concerto para piano nº 21 em Dó maior sucedeu, com um intervalo de menos de um mês, o impressionante Concerto em ré menor (K. 466). Embora seja atualmente um dos concertos mais populares de Mozart, principalmente devido ao seu segundo movimento, não gozou, quando de sua composição, da aprovação do pai do compositor, que o classificou como “surpreendentemente difícil”, tanto no que diz respeito à execução quanto à linguagem. Obra brilhante e de vivos contrastes internos, neste Concerto Mozart parece transportar abertamente para o gênero instrumental muito da dramaticidade operística que dominava com maestria. Apesar disso, tanto neste concerto, quanto no seu precedente, e no Concerto em Lá maior (K. 488), que o sucedeu, Mozart reitera o lado abstrato de sua linguagem musical, que, por não querer significar nada além do que ela própria, conduz às reflexões mais elevadas e induz à transcendência.
Franz Schubert (Viena, Áustria, 1797 – 1828) e a obra Sinfonia nº 9 em Dó maior, D. 944, "Grande" (1828)
No ano de sua morte, Schubert ofereceu uma grande sinfonia à Sociedade Filarmônica de Viena, acompanhada de uma dedicatória cheia de elogios aos músicos da instituição. A obra, porém, foi considerada por eles muito pesada e de difícil execução. Onze anos depois, Robert Schumann encontrou, na humilde casa do irmão de Schubert, o manuscrito rejeitado; e providenciou sua estreia em Leipzig, sob a direção de Felix Mendelssohn. Hoje, essa grande sinfonia ocupa uma estratégica posição histórica, pela maneira ímpar com que concilia a estrutura clássica e o espírito romântico.
Imagem: Christian Cravo