Em uma iniciativa inédita, a Secretária de Estado de Cultura, Eliane Parreiras, recebeu em seu gabinete representantes do movimento Hip Hop mineiro para ouvir e discutir o aprimoramento das políticas públicas para o setor. Durante a visita, os líderes do movimento assinalaram como prioridades a cessão de espaço para o desenvolvimento desse segmento; a questão da infraestrutura para realização de shows, eventos e seminários; e a divulgação do Hip Hop nas mídias vinculadas à Secretaria. Esse encontro foi um desdobramento do Seminário “Hip Hop Pra 2000 e Hoje”, realizado em setembro de 2011 na Fundação Clóvis Salgado com apoio da SEC, cujo objetivo foi discutir as prioridades para o desenvolvimento de ações culturais voltadas para o setor.
De acordo com o rapper Carlos de Oliveira Hudson, conhecido como “Ice Band”, presidente do Centro de Referência Hip Hop Brasil e arte-educador, a reunião sinalizou o apoio da SEC para a implementação de políticas públicas voltadas ao Movimento Hip Hop. “A secretária mostrou disponibilidade para receber a nossa equipe e abraçou a causa, que é um dos muitos e importantes segmentos da cultura em Minas”, destaca “Ice Band”. A articulação de políticas públicas relativas ao Hip Hop será realizada por meio de encontros periódicos entre os líderes do setor e Eliane Parreiras e a equipe da Superintendência de Ação Cultural.
Estiveram também presentes à reunião Marcos Donizete da Silva, articulador do Movimento Hip Hop em Minas; Júnio Marques da Silva, o “Rapper Blitz”,diretor da Produtora Nóspegaefaz e vice- presidente do Centro de Referência Hip Hop Brasil (CRH2B); e Lidiane Catarine San Juan, do Blog do Parks.
O Movimento Hip Hop – O Hip Hop é uma cultura artística mundial iniciada na década de 70, nas áreas centrais das comunidades jamaicanas, latinas e afro-americanas de Nova York. Afrika Bambaataa, o criador oficial do movimento, estabeleceu quatro pilares essenciais na cultura Hip Hop: o rap, o DJ, o break e o grafite. A junção desses estilos mais a figura do MC, o Mestre de Cerimônias, o porta-voz que relata, através de articulações de rimas, os problemas, carências e experiências em geral das periferias, integram a cultura Hip Hop.
Movimento que começa no Brasil no final dos anos de 1970, o Hip Hop faz parte da cultura de rua e representa as inquietações de uma geração que encontra neste ambiente espaço de reconhecimento de sua identidade e que faz de suas manifestações instrumento de articulação, em busca de pertencimento social e de sua afirmação como sujeito. De excluídos a protagonistas, os jovens do Hip Hop valorizam a escrita, o poder da palavra e defendem a legitimidade do próprio discurso.